O desemprego na América Latina e no Caribe deve saltar para 10,6% neste ano, seu maior nível em mais de uma década, afetado pela crise profunda desencadeada pela pandemia de coronavírus.
A crise sanitária continuará elevando o indicador durante o próximo ano, segundo relatório da OIT (Organização Internacional do Trabalho) divulgado nesta quinta-feira (17).
Vários países da região estão entre os mais atingidos pelas infecções e mortes por Covid-19, e restrições para conter o surto levaram a perdas de empregos, falência de empresas e consequente queda na renda da população.
A estimativa é 2,5 pontos percentuais superior ao número de 2019 e equivale a 30,1 milhões de desempregados. O desemprego médio nos três primeiros trimestres foi superior ao observado no mesmo período de 2019.
“É importante observar que esses dados refletem apenas parcialmente os efeitos da pandemia na dinâmica do trabalho regional”, disse o órgão multilateral.
“Uma grande quantidade de pessoas preferiu se mudar para um situação de inatividade em vez de procurar empregos inexistentes, e isso contribuiu para moderar o efeito sobre o desemprego”, acrescentou.
Com a expectativa de recuperação das economias da região no próximo ano, embora em meio a incerteza, medidas para controlar a pandemia poderiam continuam a afetar indicadores como a taxa de participação, ocupação e desemprego, detalhou.
Soma-se a isso o retorno à força de trabalho de quem a havia deixado devido à crise de saúde, o que levaria o desemprego para 11,2% em 2021.
A OIT destacou que a crise gerou em vários países novas políticas para tentar mitigar impactos, como a formação à distância, seguro de trabalho para evitar demissões e trabalho remoto.
“Algumas dessas transformações se mostram valiosas para além da crise atual e constituem melhorias que deveriam ser institucionalizadas”, observou o relatório.
FOLHA DE S. PAULO