Conflitos globais, como a guerra na Ucrânia e as tensões entre Israel e o Hamas, além de outros riscos geopolíticos, têm um impacto direto na gestão de como as empresas produzem e gerenciam seus produtos e serviços. Por esse motivo, Julien Imbert, diretor do Boston Consulting Group (BCG), uma das maiores consultorias do mundo, destaca a necessidade de as empresas repensarem suas cadeias produtivas.
De acordo com o diretor, o modelo tradicional, focado apenas na redução de custos e na busca por eficiência, enfrenta obstáculos ainda maiores devido a conflitos globais e eventos climáticos extremos, como guerras, secas e enchentes. O especialista ressalta que os choques recentes revelaram fragilidades estruturais em várias indústrias, do setor automotivo ao agronegócio, e defende que as empresas adotem ferramentas para monitorar riscos em tempo real.
“A gestão proativa é essencial para evitar impactos severos, como interrupções de produção por falta de componentes críticos”, afirma. O especialista cita a Apple como exemplo, que está diversificando sua produção com fornecedores fora da China, como na Índia. “Essa movimentação visa reduzir vulnerabilidades em situações de risco político ou climático”, acrescenta.