Setembro tem melhor mês para reajuste salarial em dois anos

Apenas 24,9% dos aumentos ficaram abaixo do INPC, segundo Salariômetro

Por Marsílea Gombata — De São Paulo

Depois de dois anos tentando recompor a inflação, a maior parte das negociações salariais conseguiu reajustes iguais ou acima da alta acumulada do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), mostra o Boletim Salariômetro, da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe). Em setembro, segundo o boletim, apenas 24,9% dos reajustes ficaram abaixo do INPC, a menor marca desde junho de 2020.

Com base em 455 acordos e convenções, o levantamento mostra que os reajustes acima do INPC chegaram a 41,8% em setembro, proporção que cresce desde julho. Outros 33,3% dos acordos empataram com o índice de inflação, que acumulou alta de 8,8% em 12 meses até setembro – mesmo percentual do reajuste nominal mediano.

No mês passado, o piso salarial mediano ficou em R$ 1.488 (22,8% maior do que o salário mínimo) e, segundo o boletim do total de reajustes salariais, 62,5% estão cerca de até um ponto percentual do INPC (acima ou abaixo). Tiveram maior reajuste real setores como indústria de joalheria, vigilância e segurança privada, indústria metalúrgica e construção civil.

Dentre os Estados que registraram menos perdas salariais reais estão Rio Grande do Sul, São Paulo, Santa Catarina, Paraná, Ceará, Minas Gerais, Pará.

A previsão da Fipe é que o INPC encerre 2022 em 5,8%. Em outubro, segundo prévia do boletim com base em dados do Ministério do Trabalho e Previdência, a proporção de reajustes acima do INPC é de 65,9%. Os acordos que resultaram em reajustes abaixo do índice chegam a 29,4%. E os que se igualam ao INPC chegam a 4,7%.

https://valor.globo.com/brasil/noticia/2022/10/26/setembro-tem-melhor-mes-para-reajuste-salarial-em-dois-anos.ghtml

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