Candidato à presidência que seu plano de governo busca preencher lacunas deixadas pela legislação de 2017. Durante entrevista ao Flow Podcast, o petista também comentou sobre o gasto de tetos
Luana Patriolino
O candidato à presidência da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse, na noite desta terça-feira (18/10), que seu projeto de governo não é a favor de revogar a reforma trabalhista — implementada no país em 2017, durante a gestão de Michel Temer (MDB). Em entrevista ao Flow Podcast, transmitida no YouTube, o petista disse que vai atuar para a reformulação da legislação, com o objetivo de adequar à realidade atual.
“A gente não quer voltar ao que era no passado porque a legislação trabalhista era de 1943. O movimento sindical quer adequar. A gente quer atualizar. Por exemplo, o pessoal que trabalha com aplicativo. Tem que ter uma regulação, jornada de trabalho, descanso semanal remunerado. Algum direito porque inventaram que eles são empreendedores, mas eles não são”, disse Lula.
Para o petista, a reforma possui algumas lacunas, que podem retirar direitos de trabalhadores. “A gente precisa fazer uma regulação em que a gente garanta às pessoas o mínimo de seguridade social. Ele tem que ter uma previdência”, afirmou.
Apesar do discurso ponderado, Lula já chegou a defender um “revogaço” de reformas no Brasil. Outras lideranças mais radicais do PT também defenderam a queda da nova legislação trabalhista. Na mesma entrevista, o candidato à presidência também se disse contra a lei do Teto de Gastos.
“Teto de gastos para garantir o que? Para garantir que os banqueiros recebam o deles? e o povo pobre? Ai não pode melhorar a saúde por causa do teto de gastos, não pode melhorar a educação por causa do teto de gastos, não pode fazer creches por causa do teto. Ou seja, só vale a pena pagar os juros para os banqueiros?”, argumentou.
O petista participou, na noite desta terça-feira (18/10), do Podcast Flow, apresentado pelo Igor 3K. Lula bateu o recorde de Jair Bolsonaro e detém agora a maior audiência simultânea no canal. Por volta das 20h, mais de 1 milhão de pessoas acompanhavam ao vivo a entrevista do petista ao podcast. Em 8 de agosto, Bolsonaro teve audiência simultânea de 550 mil pessoas.