Percentual é maior no mercado de trabalho das regiões Norte e Nordeste
Leonardo Vieceli
RIO DE JANEIRO
A taxa de informalidade no mercado de trabalho varia de menos de 30% a mais de 60% nos estados, indicam dados divulgados nesta sexta-feira (12) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
O indicador mede o percentual de informais em relação ao total de pessoas que estão ocupadas com algum tipo de trabalho.
Os estados com as maiores taxas ficam nas regiões Norte e Nordeste, conforme dados do segundo trimestre deste ano, período mais recente com estatísticas disponíveis.
No Pará, 61,8% dos trabalhadores ocupados estavam na informalidade. É o percentual mais elevado do país. Em seguida, aparecem Maranhão (59,4%), Amazonas (57,7%), Piauí (56,1%) e Bahia (53,1%).
Movimentação em comércio de rua em São Paulo – Danilo Verpa – 28 jun.2022/Folhapress
O IBGE leva em consideração as seguintes categorias informais: empregados no setor privado sem carteira assinada, empregados domésticos sem carteira, empregadores sem registro de CNPJ, trabalhadores por conta própria sem CNPJ e trabalhadores familiares auxiliares.
Santa Catarina é a unidade da federação com a menor taxa de informalidade. No segundo trimestre, o indicador local foi de 27,2%.
São Paulo (31,1%), Distrito Federal (31,2%), Paraná (32,2%) e Rio Grande do Sul (32,8%) vêm na sequência.
“A informalidade tem características relacionadas a atividades econômicas. Está mais no comércio, em alguns serviços, na construção, e menos na indústria e em serviços prestados às empresas”, disse nesta sexta Adriana Beringuy, coordenadora de trabalho e rendimento do IBGE.
“São os estados do Norte e do Nordeste que têm incidência maior nas atividades de caráter mais informal. Isso tem a ver com a economia regional”, emendou.
Segundo ela, membros do Sudeste, como São Paulo e Rio de Janeiro, contam com “uma diversidade econômica maior”, o que suaviza a participação dos informais no mercado de trabalho.
No Brasil, a taxa foi estimada em 40% no segundo trimestre. Os dados divulgados pelo IBGE integram a Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua).
De acordo com a pesquisa, 11 das 27 unidades da federação registram taxas de informalidade superiores a 50%. As 11 ficam no Norte e no Nordeste.
Taxa de informalidade no 2º trimestre de 2022
Em %
Pará 61,8
Maranhão 59,4
Amazonas 57,7
Piauí 56,1
Bahia 53,1
Pernambuco 52,9
Ceará 52,8
Paraíba 52,2
Sergipe 52
Amapá 51,4
Rondônia 50,4
Acre 48,2
Roraima 47,9
Rio Grande do Norte 46,3
Alagoas 45,2
Tocantins 41,7
Espírito Santo 40,1
Brasil 40
Goiás 39,5
Minas Gerais 38,7
Mato Grosso 37,2
Rio de Janeiro 36,5
Mato Grosso do Sul 34,3
Rio Grande do Sul 32,8
Paraná 32,2
Distrito Federal 31,2
São Paulo 31,1
Santa Catarina 27,2
Fonte: IBGE