G1
Para 75% dos respondentes, os benefícios atuais não são suficientes, ou apenas parcialmente, para a manutenção da sua saúde mental.
Pesquisa divulgada pela Fundação Getulio Vargas (FGV) mostra que 43% dos entrevistados dizem que estão com sobrecarga de trabalho e 31% sofrem pressão por resultados e metas.
O levantamento foi realizado por Paul Ferreira, professor de Estratégica e Liderança e vice-diretor do Núcleo de Estudos em Organizações e Pessoas (NEOP) na Fundação Getulio Vargas (FGV EAESP), em parceria com as empresas Talenses e Gympass.
Veja outros impactos negativos para a saúde mental dos colaboradores apontados na pesquisa:
sentir que precisa estar disponível o tempo todo (30%)
falta de reconhecimento (30%)
falta de empatia/apoio na liderança direta (27%)
sentir dificuldade de ter desempenho em sua plena capacidade de trabalho (22%)
falta de comunicação com a liderança direta (17%)
ter que lidar com as responsabilidades do cuidado com a casa durante a pandemia (15%)
falta de flexibilidade na jornada de trabalho (12%)
desconforto em compartilhar seus desafios com colegas da equipe ou com a liderança (12%)
distanciamento físico dos colegas (11%)
sentir que seu desempenho esteja sendo julgado por conta de outras responsabilidades necessárias durante a pandemia (11%)
falta de iniciativas de saúde mental (9%)
A pesquisa mostra ainda que, para mais de 75% dos respondentes, os benefícios atuais não são suficientes, ou apenas parcialmente, para a manutenção da sua saúde mental.
Também nota-se na pesquisa o impacto de uma gestão no bem-estar das pessoas, uma vez que os principais fatores de impacto negativo estão relacionados a formas de gestão e lideranças.
Terapia e mudança de emprego são soluções
Também foi perguntado aos colaboradores quais e quantas estratégias eles utilizaram quando receberam algum diagnóstico de saúde mental. A terapia foi escolhida por 82% das pessoas, mudar de emprego foi apontado por 32%, redução das horas de trabalho, por 24%, e pedido de demissão, mesmo sem ter trabalho novo, por 21%.
No recorte por gêneros, rever o escopo de trabalho é significativamente mais importante para o gênero feminino. Já a maior visibilidade para os benefícios de bem-estar emocional é prioridade para ambos os gêneros.
No recorte por gerações, quanto mais sênior, maior o desejo de que as lideranças se preocupem com a saúde mental. Especificamente, a geração baby boomer prefere benefícios como yoga, mindfulness e de saúde física.
Os dados também apontam uma oportunidade-chave para as empresas: implementar benefícios focados no bem-estar físico e mental e melhorar a comunicação dessas iniciativas.
A pesquisa ainda teve como conclusão que os baby boomers e geração Z relataram mais liberdade para errar. Já as gerações “intermediárias” (geração X, geração Y/millennials) estão se sentindo com menos liberdade para errar.
A pesquisa foi realizada em janeiro deste ano, com 572 brasileiros, sendo que 90% deles estão trabalhando atualmente. Dos participantes, 55% são do sexo masculino, 44% feminino e 1% outros. No recorte de gerações, 49% são millennials, 34% da geração Y, 10% da geração Z e 7% são baby boomers. Em relação ao regime atual de trabalho, 50% estão trabalhando de forma híbrida, 28% estão exclusivamente de forma remota e 22% estão totalmente de forma presencial.