O que garante o bem-estar dos funcionários em uma empresa?
Se as organizações afirmam acreditar na saúde mental, mas retêm gestores tóxicos é algo extremamente prejudicial, afirma especialista Por Janina Conboye, Financial Times Muitas empresas já vinham abordando a saúde e o bem-estar no trabalho muito antes da pandemia. Mas, em meio à crise global de saúde, isso disparou na agenda corporativa. Mas implementar estratégias eficazes continua sendo um desafio para as empresas, especialmente quando elas têm milhares de funcionários. Então, o que realmente funciona? A resposta: é complicado. Funcionários de diferentes cargos e diferentes organizações se beneficiam de medidas diferentes. Algumas intervenções podem ser amparadas em evidências, enquanto que a eficácia de outras é menos clara. A What Works Wellbeing (WWW) foi criada em 2014, para reunir e compartilhar evidências de intervenções no local de trabalho, com o objetivo de melhorar a tomada de decisões. No entanto, após analisar as evidências dos últimos oito anos, a diretora-executiva Nancy Hey diz que ainda há grandes desafios. “Estou realmente surpresa que, levando em conta quanto esforço é dedicado [ao bem-estar no trabalho] por tantas empresas, ainda sabemos muito pouco”, diz ela. O que ficou claro para a WWW é que há “cinco motivadores” do bem-estar no trabalho: a saúde física e mental; as relações com os colegas e gestores; a segurança, que inclui a segurança física, financeira e emocional; o ambiente, como cultura e padrões de trabalho; e o propósito, ou objetivos. A WWW constatou que um trabalho pode valer mais a pena por meio da segurança, conexões sociais, a capacidade de usar e desenvolver habilidades, responsabilidades definidas e oportunidades de opinar em um ambiente apoiador. Uma maneira de fornecer parte disso é via treinamento para desenvolver recursos a habilidades pessoais – por exemplo, oferecendo aos funcionários espaço para pensar e discutir o que é importante ou problemático em seu trabalho e ajudá-los a desenvolver as habilidades para assumir mais responsabilidades. Da mesma forma, o trabalho em equipe eficaz também ajuda no bem-estar: atividades compartilhadas como workshops e programas internos de orientação podem melhorar o ambiente no local de trabalho e as conexões sociais. Mas, se uma medida específica – para a saúde mental, física ou mesmo financeira – vai funcionar em determinadas organizações depende mais do que a intervenção em si. A cultura da empresa, uma estratégia abrangente e o envolvimento dos funcionários são essenciais para determinar o sucesso. “Eu adoraria chegar até você e dizer: ‘Se todos fizerem isso, damos conta do trabalho e todos ficam felizes’”, diz Farimah Darbyshire, chefe de programas e relações externas da City Mental Health Alliance – uma organização sem fins lucrativos que reúne líderes empresariais e profissionais de recursos humanos, bem-estar e diversidade. Mas “uma intervenção lançada em uma empresa pode decolar e em seguida falhar miseravelmente na próxima empresa”, explica ela. Darbyshire observa que os funcionários designados como “socorristas de saúde mental” e campeões do bem-estar podem funcionar muito bem em algumas organizações, e por vários motivos. “Isso dá às pessoas alguém com quem conversar, elas podem ser um sinal de apoio, elas estão criando um ambiente mais aberto.” Entretanto, a iniciativa precisa ser levada a sério e os líderes empresariais precisam sinalizar que isso é importante para eles. O que você não pode fazer, afirma Darbyshire, “é treinar 30 pessoas e dizer: ‘Nós cuidados da saúde mental no local de trabalho’. Não cuidaram – se você fizer isso mal feito, as pessoas perderão a confiança no processo.” Os gestores da linha de frente são fundamentais aqui. “Se as organizações afirmam acreditar na saúde mental e no bem-estar, mas retêm gestores tóxicos – como aqueles que intimidam, microgerenciam ou se comportam de maneira a corroer o moral – “isso é extremamente prejudicial”, afirma Darbyshire. “Você precisa praticar o que prega.” Anna Purchas, ex-chefe de pessoal no Reino Unido e hoje sócia sênior da consultoria KPMG, diz que os modelos de comportamento são particularmente poderosos. “Você precisa que alguns de seus líderes seniores se sintam à vontade para falar sobre sua saúde mental e como eles nem sempre prosperaram”, afirma ela. A KPMG tem quatro partes em sua estratégia de bem-estar aprovada pelo conselho: saúde preventiva, bem-estar mental; considerações familiares; e bem-estar financeiro. Ela constatou que as partes ligadas à administração da família têm funcionado particularmente bem. Uma estratégia ágil que pode mudar com base no “feedback” é eficaz, segundo grupo de https://sindeprestem.com.br/wp-content/uploads/2020/10/internet-cyber-network-3563638-1.jpg Cisco, que juntamente com a KPMG e muitas outras, realiza pesquisas regulares sobre o que os funcionários querem e precisam. A Cisco inclui questões para identificar grupos específicos de funcionários, como aqueles de cuidado com a família. Jen Scherler-Gormley, chefe de RH da Cisco para o Reino Unido e Irlanda, afirma que os cuidadores incluem não só aqueles que cuidam de membros da família, mas também funcionários com responsabilidades na comunidade, por exemplo. “Cuido e uma vizinha e sua filha. A definição de família das pessoas, ou de quem você cuida, é muito mais ampla”, acrescenta ela. Seis meses atrás, a Cisco lançou um serviço para fornecer um coordenador para ajudar a equipe a gerenciar o atendimento a pessoas com necessidades complexas. Cada caso vem economizando uma média de 100 horas por funcionário. “São 100 horas fora do trabalho, onde eles estão estão queimando a vela nas duas extremidades e sentindo o estresse adicional… impactando seu trabalho”, afirma Scherler-Gormley. Além das pesquisas das próprias empresas e das de organizações como a WWW, outros empregadores continuam realizando esforços significativos para preencher as “lacunas” de evidências. Mesmo assim, com a aproximação de nuvens econômicas sombrias, medir os dados e responder rapidamente ao que está acontecendo no local será um desafio, diz Katie Tryon, especialista em mudança de comportamento e diretora de estratégia de saúda da empresa de seguro saúde Vitality. “Estamos entrando em uma situação econômica diferente”, acrescenta ela. “A grande questão é: conseguiremos manter esse foco realmente crítico que surgiu durante e após a pandemia… retendo as pessoas certas e ajudando a estimulá-las?” https://valor.globo.com/carreira/noticia/2022/11/29/o-que-garante-o-bem-estar-dos-funcionarios-em-uma-empresa.ghtml
Desemprego tem oitava queda seguida e fica em 8,3%; número de desocupados é o menor desde 2015
Por Vinicius Neder Renda média real do trabalhador foi de R$ 2.754, alta de 4,7% na comparação anual RIO – A taxa de desemprego desceu de 8,7% no trimestre terminado em setembro para 8,3% no encerrado em outubro, de acordo com os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) divulgados nesta quarta-feira, 30, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Essa foi a oitava queda seguida no desemprego no País. O resultado ficou abaixo da mediana de 8,5% das expectativas na pesquisa do Estadão/Broadcast, cujo intervalo ia de 8,4% e 8,7%. Em igual período de 2021, a taxa de desemprego medida pela Pnad Contínua estava em 12,1%. População desocupada A população desocupada (9,022 milhões de pessoas) caiu ao menor nível desde o trimestre móvel terminado em julho de 2015, recuando 8,7% (menos 860 mil pessoas) no trimestre e 30,1% (menos 3,9 milhões) no ano. Com isso, a taxa de desemprego de 8,3% foi a menor para os trimestres móveis encerrados em outubro desde 2014, quando foi de 6,7%. “Desde a metade do ano passado, temos, realmente, o registro forte da queda da desocupação”, afirmou Adriana Beringuy, coordenadora de Pesquisas Domiciliares do IBGE, destacando o “avanço importante no processo de vacinação” contra covid-19 como elemento principal para motivar a virada no sentido da queda. A vacinação, segundo a pesquisadora, permitiu uma maior normalidade no funcionamento dos negócios, inclusive nos “serviços presenciais”. Além disso, lembrou Beringuy, o trimestre móvel até outubro é marcado por um aumento, sazonal, na geração de vagas. Esse movimento, tradicional no mercado de trabalho brasileiro, é puxado pelos empregos temporários com vistas a atender o aumento da demanda provocado pelas festas de fim de ano. “O que temos agora é a soma de um processo que já vinha em curso, adicionando o aspecto sazonal, que é a entrada de outubro”, afirmou Beringuy. Renda média real e massa de renda A renda média real do trabalhador foi de R$ 2.754 no trimestre móvel encerrado em outubro, alta de 4,7% na comparação anual, enquanto a massa de renda real habitual paga aos ocupados somou R$ 269,5 bilhões no período de agosto a outubro, crescimento de 11,5% ante igual período do ano passado. A força de trabalho (pessoas ocupadas e desocupadas), foi estimada em 108,7 milhões de pessoas, estabilidade frente ao trimestre de maio a agosto de 2022 e expansão de 1,7% (1,8 milhão de pessoas) ante o mesmo trimestre de 2021 https://www.estadao.com.br/economia/desemprego-83-outubro-oitava-queda/
Brasil cria 159 mil empregos formais em outubro, menos do que no mesmo mês de 2021
Por Eduardo Rodrigues Em outubro do ano passado, houve abertura de 252.509 vagas com carteira assinada BRASÍLIA – O Brasil gerou 159,4 mil empregos com carteira assinada em outubro deste ano, informou nesta terça-feira, 29, o Ministério do Trabalho e da Previdência Social. O resultado do mês passado decorreu de 1,789 milhão de admissões e 1,630 milhão de demissões. Em outubro de 2021, houve abertura de 252.509 vagas com carteira assinada. O mercado financeiro já esperava um novo avanço no emprego no mês, mas o resultado ficou abaixo da mediana das estimativas de analistas consultados pelo Estadão/Broadcast. As projeções eram de abertura líquida de 136.579 a 255.000 vagas em outubro, com mediana positiva de 220.000 postos de trabalho. No acumulado dos dez primeiros meses de 2022, o saldo do Caged é positivo em 2,320 milhões de vagas. No mesmo período do ano passado, houve criação líquida de 2,756 milhões de postos formais. Desde janeiro de 2020, o uso do Sistema do Caged foi substituído pelo Sistema de Escrituração Digital das Obrigações Fiscais, Previdenciárias e Trabalhistas (eSocial) para as empresas, o que traz diferenças na comparação com resultados dos anos anteriores. Na metodologia anterior (de 1992 a 2019), o melhor resultado para outubro na série sem ajustes havia sido em 2009, quando foram criadas 230.956 vagas no décimo mês do ano. Setores Os números do Caged de outubro de 2022 mostram que foram criados empregos formais em quatro dos cinco setores da economia. O desempenho foi novamente puxado pelo setor de serviços, com a criação de 91.294 postos formais, seguido pelo comércio, que abriu 49.356 vagas. Já a indústria geral criou 14.891 vagas em outubro, enquanto houve um saldo de 5.348 contratações na construção civil. Por outro lado, na agropecuária, foram fechadas 1.435 vagas no mês. No décimo mês do ano, 26 Unidades da Federação obtiveram resultado positivo no Caged e apenas uma registrou retração. O melhor desempenho foi novamente registrado em São Paulo, com a abertura de 60.404 postos de trabalho. Já o pior saldo foi o do Amapá, que registrou o fechamento de 499 vagas em outubro. O salário médio de admissão nos empregos com carteira assinada passou de R$ 1.940,21 em setembro para R$ 1.932,93 em outubro. https://www.estadao.com.br/economia/brasil-cria-159-mil-empregos-formais-outubro-2022/
Grupo técnico vai sugerir retirada da reforma administrativa
Integrantes da transição também propõem revisão da reforma trabalhista e fim da ‘Carteira Verde-Amarela’ Por Matheus Schuch e Rafael Walendorff, Valor — Brasília O grupo técnico (GT) do Trabalho na transição irá sugerir a imediata retirada de tramitação no Congresso da proposta de emenda constitucional (PEC) da reforma administrativa e do projeto de lei que cria a Carteira Verde Amarela. No primeiro relatório sobre a área, que deverá ser oficializado nesta quarta-feira, o grupo também deverá sugerir a revisão de “alguns pontos” da reforma trabalhista. A coordenação dos GTs estabeleceu como meta que cada área apresente um resumo dos trabalhos até esta quarta-feira. Coordenador da equipe que analisa a área de Trabalho, o deputado Rogério Correia (PT-MG) assegurou que não haverá um “revogaço” da legislação trabalhista aprovada durante o governo Michel Temer . A reforma é defendida pelo empresariado e por especialistas por ter, entre outros pontos, diminuído o contencioso jurídico na área. “Precisam ser revogados alguns pontos, outros não”, opinou. “Não tem [no grupo] aquela ideia de um revogaço da reforma trabalhista. É uma revisão de pontos, ver o que está funcionando, o que não está, o que precisa ser recolocado.” Já a reforma administrativa em tramitação no Congresso, segundo o parlamentar, seria substituída por uma mesa de negociação entre o novo governo e servidores públicos. Correia frisou que o grupo de transição não discutiu até agora em profundidade aspectos sobre o funcionalismo público. Assegurou, contudo, que não está na mesa a volta do imposto sindical, e sim uma reforma do sistema de representação dos trabalhadores. “Pelo que eu tenho conhecimento das centrais, não há quem defenda o retorno do imposto sindical. Eles defendem uma deliberação democrática da categoria em relação à contribuição”, acrescentou. O GT também indicará o desmembramento dos ministérios do Trabalho e da Previdência. Justiça e Segurança Pública Na área de Justiça e Segurança Pública, será proposta a criação de uma diretoria específica na Polícia Federal para atuar contra crimes ambientais. O grupo de especialistas e agentes políticos elencará prioridades para 17 temas. Um dos líderes da equipe, o senador eleito e ex-governador do Maranhão, Flávio Dino (PSB), explicou que além do diagnóstico inicial serão antecipadas as primeiras sugestões de cada área, que também envolve o controle de arsenais de armas de fogo comprados durante o atual governo. Na área do consumidor, o grupo de transição proporá que seja enfrentado o “superendividamento”. “Há uma lei de 2021 que trata de parâmetros para que os consumidores possam consolidar as suas dívidas, renegociá-las e saírem dos cadastros negativos de créditos. Infelizmente, um decreto do presidente impediu o cumprimento dessa lei porque fixou um patamar muito baixo para a preservação da renda das famílias, um patamar de R$ 303”, argumentou Dino. O novo valor dependerá, segundo o senador eleito, de um entendimento da equipe econômica. Agricultura Na Agricultura, o grupo dedicou-se nas últimas semanas a questões técnicas, mas também em uma estratégia de articulação política de aproximação do novo governo com um setor que apoiou maciçamente a campanha de Jair Bolsonaro. Apesar da resistência de alguns segmentos, a maior parte das entidades convidadas para reuniões compareceu. “Tivemos, felizmente, a participação de 99% das entidades de classe, só Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil, a CNA, não esteve presente, mas todas estão participando”, disse a senadora Kátia Abreu (PP-TO), uma das coordenadoras do grupo. A Associação Brasileira dos Produtores de Soja (Aprosoja Brasil) também não compareceu. Durante a campanha eleitoral, gerou mal-estar entre petistas declarações de dirigentes da CNA falando dos processos enfrentados por Lula na Justiça. Em agosto, Bolsonaro recebeu apoio explícito da cúpula da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil em um evento realizado num centro de convenções de Brasília. https://valor.globo.com/politica/noticia/2022/11/29/grupo-tecnico-propoe-revisao-da-reforma-trabalhista-e-fim-da-carteira-verde-amarela.ghtml
Grupo da transição vai formalizar a Lula necessidade de “revisar” reforma trabalhista e “trabalho intermitente”
Os núcleos temáticos do gabinete de transição do novo governo entregam nesta quarta-feira (30) ao coordenador da transição, o vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin (PSB), e ao presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), seus primeiros relatórios. Segundo o Estado de S. Paulo, o grupo que trata da área de Trabalho vai propor a “revisão” da reforma trabalhista. O tema causou polêmica durante a campanha eleitoral e dividiu os aliados do então candidato Lula. No início, o discurso era sobre revogação total da reforma. Depois, amenizou-se o tom e passou-se a falar em “revisão”. O grupo temático sobre Trabalho defende “revisar a reforma trabalhista de Michel Temer e o ‘trabalho intermitente’, aquele que é prestado de forma esporádica”. Além disso, querem também “acabar com projeto Carteira Verde e Amarela, que tramita no Congresso” e “retomar a estrutura do Ministério do Trabalho”. Integram o núcleo da transição sobre Trabalho: Adilson Araújo, presidente da CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil); André Calixtre, pesquisador do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada; Clemente Gantz Lucio, sociólogo; Fausto Augusto Júnior, professor universitário e diretor técnico do DIEESE (Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos); Laís Abramo, socióloga, mestre e doutora em Sociologia pela USP; Miguel Torres, presidente da Força Sindical; Patrícia Vieira Trópia, doutora em Ciências Sociais pela Unicamp, docente do Instituto de Ciências Sociais da Universidade Federal de Uberlândia; Ricardo Patah, presidente da UGT (União Geral dos Trabalhadores) e presidente do Sindicato dos Comerciários de São Paulo; Sandra Brandão, economista e mestre em Economia pela Unicamp; Sérgio Nobre, presidente nacional da CUT (Central Única dos Trabalhadores). https://www.brasil247.com/economia/grupo-da-transicao-vai-formalizar-a-lula-necessidade-de-revisar-reforma-trabalhista-e-trabalho-intermitente