Índice de Confiança de Serviços sofre queda em outubro

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O Índice de Confiança de Serviços (ICS), do FGV IBRE, teve retração com variação 2,6 pontos em outubro, para 99,1 pontos, menor nível desde junho (98,7 pontos). Em médias móveis trimestrais, o índice recuou 0,6 ponto. A confiança de serviços caiu em outubro, voltando a ficar abaixo dos 100 pontos após três meses acima do nível considerado neutro. A queda ocorre tanto por uma piora das avaliações sobre o momento, mas que ainda se mantém dentro do limite de normalidade, quanto das expectativas. O setor parece começar a dar sinais de desaceleração, projetando uma redução de demanda nos próximos meses principalmente nos serviços profissionais e de informação e comunicação, e na tendência futura dos negócios. Os próximos meses devem ser cruciais para confirmar a direção do setor todo considerando o cenário macroeconômico desafiador e a expectativa de uma economia mais fraca na virada para 2023.

Lula marca posição em favor da reforma tributária do economista Bernard Appy

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Agora é buscar diálogo com quem tem restrição a ela e vice-versa; o caminho está aberto Por Adriana Fernandes O mercado financeiro reagiu mal às declarações do petista Fernando Haddad no almoço anual da Federação Brasileira de Bancos (Febraban). Cotado para a cobiçada cadeira de ministro da Fazenda, Haddad, na avaliação dos operadores, não teria correspondido à expectativa em torno da PEC da Transição e um compromisso maior de responsabilidade fiscal. É bem verdade que ele poderia ter falado as frases de efeito em torno do compromisso fiscal que tanto o mercado gosta para fazer e realizar suas apostas. Essas palavras poderiam ter sido ditas à exaustão que em nada mudariam a desconfiança do mercado com os compromissos de sustentabilidade da dívida pública num governo Lula. Mas é verdade também que, em meio à difícil e complexa negociação da PEC da Transição no Congresso, Haddad não ia adiantar pontos que podem ditar os rumos da relação do novo governo com o Congresso no início do mandato de Lula. Qualquer erro de calibragem nas suas palavras poderia ser desastroso num momento de definição em que o governo de transição pode dar um cavalo de pau e partir para o Plano B, deixando a PEC para 2023 e buscando uma solução via STF. É bom lembrar que o candidato a ministro da Economia não participou das negociações. Viajou com Lula para a reunião da COP-27. Num País que pretende e precisa urgentemente sair do quadro de baixo crescimento, a discussão de política econômica não pode se resumir à PEC. Poucos deram atenção para os outros sinais que Haddad deu no evento dos banqueiros. O mais importante deles é que ele marcou posição em favor da reforma tributária do economista Bernard Appy. Lula 3 saiu do muro que os governos anteriores ficaram em relação à reforma tributária, inclusive Lula 1 e Lula 2. É um sinal e tanto. Com aval de Lula, Haddad deixou claro que a reforma tributária que o próximo governo vai apoiar é essa. Agora é buscar diálogo com quem tem restrição a ela e vice-versa. O caminho está aberto. Para aprovar uma reforma dessa, que mexe com diferentes atores (governo federal, Estados, municípios, empresas e consumidores), o governo federal precisa querer de fato buscar apoio no Congresso. Tem quase 30 anos que isso não acontece. Uma vergonha nacional das muitas que o Brasil coleciona. Vão dizer que as relações entre o Executivo com o Congresso são agora muito diferentes. Que é o Parlamento que comanda a pauta econômica, mas no caso da reforma tributária ela não sai se o governo travar. Que a discussão fiscal não enterre essa nova janela para aprovar a reforma. https://www.estadao.com.br/economia/colunas/adriana-fernandes-lula-haddad-reforma-tributaria-bernard-appy/

Maioria dos trabalhadores prefere home office ou horário flexível em dias de jogos da Copa, mostram pesquisas

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Em um levantamento, 70% responderam que preferem home office e horários flexíveis; em outra pesquisa, 44% gostariam de ser dispensados mais cedo e 12% gostariam de folgar ou usar o banco de horas. Por Marta Cavallini, g1 Uma enquete da empresa de recrutamento Robert Half feita em seu perfil no LinkedIn, com a participação de 1.877 profissionais, mostra que a maioria dos participantes prefere fazer home office ou ter horários flexíveis em dias de jogos da seleção brasileira na Copa do Mundo. De acordo com a pesquisa, 70% responderam que preferem home office e horários flexíveis; outros 18% responderam que não ligam para a Copa do Mundo; 8% disseram preferir a confraternização presencial; e 4% optam por evento remoto ou híbrido. Outra pesquisa realizada pelo portal Empregos.com.br com 5,8 mil trabalhadores também mostra que os profissionais querem jornadas mais flexíveis: 44% dos entrevistados gostariam de ser dispensados mais cedo para assistir aos jogos do Brasil e 12% gostariam de folgar ou usar o banco de horas. O levantamento aponta ainda que quase metade dos trabalhadores (44%) prefere permanecer na empresa durante os jogos – 22% gostariam de trabalhar normalmente e 22% preferem assistir aos jogos na empresa com os colegas de trabalho. A startup Contabilizei decidiu colocar todos os funcionários em home office nos dias de jogos da seleção brasileira. De acordo com a empresa, a jornada de trabalho será flexível, de forma 100% remota e de 6 horas, além da hora de intervalo de almoço, sem desconto no salário. Em jogos mais cedo, como às 13h, os colaboradores voltarão a trabalhar após a partida. Nos jogos que começam às 16h, o expediente será encerrado ao final da partida para o colaborador que tem a jornada das 9h às 18h. Segundo a diretora de Pessoas e Cultura da Contabilizei, Michelle Carneiro, com essa medida, “os colaboradores evitam o trânsito do deslocamento e ainda podem torcer pelo Brasil no conforto de suas casas ou em qualquer lugar, ao lado da família e dos amigos”. “Queremos que os nossos colaboradores aproveitem esse benefício de jornada de trabalho flexível. Durante a partida, os colaboradores poderão focar a energia na torcida pelo Brasil ou utilizar esse momento para descansar, caso não acompanhem futebol. Todos estarão dispensados na hora do jogo e esse tempo não será descontado do banco de horas”, explica. Para Tábata Silva, gerente do Empregos.com.br, a flexibilidade para equilibrar as necessidades da empresa com as expectativas dos funcionários é uma boa prática corporativa. “Não existe fórmula pronta para esses casos. Muitas empresas criam espaços especialmente para que os colaboradores possam dar uma pausa no trabalho para assistir às partidas. Outras companhias preferem liberar suas equipes para assistir aos jogos fora do ambiente de trabalho. Há casos em que as empresas trabalham normalmente ou, se param, exigem dos colaboradores a compensação das horas em que o expediente deixou de ser cumprido”, explica. Copa pode ser estratégica para empresas, dizem especialistas Segundo Tábata, o evento também pode ser utilizado para aproximar funcionários da cultura da empresa. “As empresas podem aproveitar o clima da Copa para criar ações que engajem e aproximem os funcionários do lado humano da organização. Essas ações comemorativas são boas estratégias para tornar colaboradores mais felizes e produtivos.” Para Fernando Mantovani, diretor-geral da Robert Half para a América do Sul, criar momentos especiais para descontrair, socializar e quebrar a rotina é uma ótima estratégia de motivação e engajamento das equipes até para aqueles profissionais que não se importam tanto com a competição. “Encaro esses grandes eventos esportivos como ocasiões propícias para capitalizar entusiasmo, reforçar o espírito de equipe e trabalhar na motivação dos times, fortalecendo o sentimento de pertencimento”, comenta. Para ele, a Copa deste ano carrega um diferencial por conta do período em que está sendo realizada, “já que o fim de ano naturalmente carrega uma fadiga dos profissionais após longos meses de trabalho e entregas”. “Não existe uma fórmula certeira. Cada segmento, área, empresa e equipe contam com especificidades que devem ser avaliadas. Um ponto fundamental para o acerto é ouvir os funcionários sobre as expectativas em relação ao campeonato e pensar em ações sem cair em generalizações. Pressupor que todo brasileiro é apaixonado por futebol ou que, dado o contexto em que estamos, o esporte não esteja no topo da prioridade das pessoas, não é uma boa ideia”, diz Mantovani. https://g1.globo.com/mundo/copa-do-catar/noticia/2022/11/28/maioria-dos-trabalhadores-prefere-home-office-ou-horario-flexivel-em-dias-de-jogos-da-copa-mostram-pesquisas.ghtml

Sete em cada 10 empresas do IBrX 100 incorporam metas ESG em remuneração de funcionários, mostra Santander

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Banco divulgou relatório que mostra ainda percentual da geração de caixa gasta com remuneração de conselheiros e o valor médio dos salários, por setor, e cita também algumas empresas Por Naiara Bertão, Prática ESG — De São Paulo Um dos pilares quando se fala em ESG (sigla em inglês para questões ambientais, sociais e de governança) é a transparência sobre as práticas. No quesito governança corporativa, em especial. Para entender melhor como andam as práticas de remuneração das empresas do IBrX 100, índice da bolsa de valores brasileira, B3, composto pelas 100 ações com maior negociabilidade e representatividade na bolsa, especialmente ligadas a metas ESG, o Santander fez um amplo estudo chamado “ESG Thematic Report: Brazilian Companies’ Compensation Practices” (“Relatório Temático ESG: Empresas Brasileiras Práticas de Remuneração”, na tradução livre). “No caso do índice brasileiro IBrX 100, encontramos evidências de que 69% das companhias já estão incorporando métricas ambientais, sociais e de governança (ESG) em suas práticas de remuneração, o que é positivo na nossa visão”, comenta a Maria Paula Cantusio, analista de ESG do time de análise (research) do Santander no documento. “Em setores como agricultura, siderurgia e mineração, e papel e celulose o percentual chega a 100%, enquanto setores como imobiliário (33%), não-financeiro (33%), educação e saúde (50%) ficam abaixo da média”, completa. Ainda que os dados do IBrX 100 sejam positivos, ressalva a executiva, que chegou ao Santander em 2020 para cuidar de temas ESG, ela menciona que somente sete companhias abrem dados sobre o percentual da remuneração de seus executivos que está atrelada a métricas ESG (em média 21%): Banco do Brasil, Braskem, Suzano, Vale, Telefônica, TOTVS e YDUQS. O estudo traz ainda duas outras pesquisas correlatas com o tema da consultoria e auditoria PwC para corroborar os achados. Uma delas, global, mostra que 94% dos conselheiros das companhias e 68% dos investidores apoiam a adoção de métricas não financeiras nas práticas de remuneração das empresas. Além disso, lembra de um terceiro levantamento, da Sustainalytics, que identificou que somente 3% das empresas de capital aberto na América Latina estão incorporando métricas ESG nas práticas de remuneração, enquanto na Europa o percentual chega a 17% e nos Estados Unidos e Canadá chega a 13%. “Entretanto, quando consideradas empresas large cap, o percentual salta para 51% no caso do índice europeu FTSE 100 e para 57% no caso do índice americano S&P 500, de acordo com dados da consultoria Aon”, diz Cantusio. Valores de remuneração O segundo ponto que o relatório do Santander analisa é o quanto do resultado operacional recorrente (EBITDA ou EBT) das companhias do IBrX 100 foi gasto em remuneração de conselheiros e diretores estatutários em 2021. Em média, esse percentual é de 2,1% do resultado operacional recorrente. Vale ressaltar que o percentual exclui empresas que tiveram resultado operacional negativo. Os três setores que mais gastaram foram consumo discricionário (7,0%), educação e saúde (3,1%) e imobiliário (2,7%), enquanto os setores de siderurgia e mineração (0,1%), não-financeiras (1,0%) e papel e celulose (1,1%) apresentaram uma despesa abaixo da média do grupo avaliado. “Falando de empresas especificamente, entre aquelas que tiveram resultado operacional negativo, destacamos que 98% do resultado negativo do Banco Inter veio de despesas relacionadas à remuneração de conselheiros e diretores, enquanto na CVC esse percentual foi de 13% e na Méliuz, 9%”, comenta a analista. No caso das empresas que tiveram resultado operacional positivo, Lojas Marisa (36,5%), Locaweb (14,5%) e Petz (8,3%) foram as que gastaram a maior fatia do seu Ebitda pagando conselheiros e diretores estatutários. Na outra ponta, Banco do Brasil, BB Seguridade, Bradespar, CSN Mineração, Eletrobras, Energisa, Gerdau, Vale, Petrobras, Sabesp e Telefônica gastaram apenas 0,1%. Remuneração média Um terceiro ponto analisado foi a remuneração média de conselheiros e diretores estatutários nas companhias do IBrX 100 e também quais setores e empresas pagam as maiores e as menores médias. Em relação aos conselheiros, a média de remuneração foi de R$1,7 milhão em 2021, com os setores de agricultura (R$8,38 milhões), educação e saúde (R$ 6,61 milhões) e bancos (R$ 2,33 milhões) apresentando as maiores médias e os setores de utilities (R$0.27 milhão), real estate (R$ 0,57 milhão), óleo a gás (R$ 0,78 milhão) e https://sindeprestem.com.br/wp-content/uploads/2020/10/internet-cyber-network-3563638-1.jpg e telecomunicação (R$ 0,78 milhão) apresentando as menores médias. Falando de empresas especificamente, Rede D’or, Raízen, Natura, Bradesco e Itaú Unibanco foram as que pagaram a maior remuneração média para membros do colegiado no ano passado, entre R$ 5 milhões e R$ 47 milhões. Na outra ponta, Banco do Brasil, BB Seguridade, Eletrobras, Iguatemi e Sabesp tiverem os menores valores, de R$ 70 mil a R$ 15 mil. Por fim, fazendo recorte apenas pelos diretores estatutários, a média de remuneração foi de R$ 5,8 milhões ano passado, com os setores de consumo não-discricionário (R$ 8,79 milhões), papel e celulose (R$ 8,63 milhões) e educação e saúde (R$ 8,26 milhões) apresentando as maiores médias de remuneração. Por outro lado, setor imobiliário (R$ 3,38 milhões), indústria e transporte (R$ 3,82 milhões), e energia e saneamento (R$ 3,99 milhões) apresentaram as menores médias de remuneração. “Falando de empresas especificamente, JBS, Eneva, Vale, Cosan e Rede D’or foram as que pagaram a maior remuneração média para seus diretores estatutários em 2021 (entre R$ 19 milhões a R$ 23 milhões), enquanto 3R Petroleum, WEG, SulAmérica, Sabesp e Eztec pagaram a menor remuneração média (entre R$ 200 mil a R$ 1 milhão)”, finaliza Cantusio. https://valor.globo.com/empresas/esg/noticia/2022/11/28/sete-em-cada-10-empresas-do-ibrx-100-incorporam-metas-esg-em-remuneracao-de-funcionarios-mostra-santander.ghtml

Equipe de Lula quer ‘enterrar’ de vez Carteira Verde e Amarela: ‘precariza trabalho dos jovens’

Por André Borges Deputado Rogério Correia (PT-MG), que coordena o grupo técnico do trabalho, disse que é preciso dar fim ao projeto que tramita no Congresso com o objetivo de ressuscitar o programa, voltado a estimular o emprego de jovens BRASÍLIA – A equipe técnica que atua na área do trabalho do futuro governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pretende enterrar de vez o projeto da Carteira Verde e Amarela, programa que sempre foi defendido pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, como uma forma de estimular o emprego de jovens ao baratear as contratações de funcionários pelas empresas. Ao Estadão, o deputado Rogério Correia (PT-MG), que coordena o grupo técnico do trabalho, disse que é preciso dar fim ao projeto de lei da Carteira Verde e Amarela, que ainda tramita no Congresso Nacional. “Esse projeto de lei tem que ser retirado da Câmara. O governo Bolsonaro já tentou fazer essas mudanças por meio de medida provisória e foi derrotado no Senado, depois de uma resistência muito grande. O projeto do Carteira Verde Amarela significa a carteira sem direitos para os jovens, precariza muito a relação de trabalho, acaba com os direitos dos jovens”, disse Correia. O projeto de Bolsonaro tinha o objetivo de estimular a contratação de jovens entre 18 e 29 anos que nunca tiveram carteira de trabalho assinada. Da forma como foi enviado ao Congresso, para os contratados nessa modalidade, a contribuição para o FGTS caía de 8% a 2% e o valor da multa do FGTS em caso de demissão poderia ser reduzido a 20% sobre o saldo, em comum acordo entre empregador e trabalhador. O programa também permitia que férias e 13º salário fossem adiantados mensalmente. Já pelo lado dos patrões, as contratações nesse modelo ficavam isentas da contribuição patronal ao INSS (de 20% sobre a folha), das alíquotas do Sistema S e do salário educação. Em 2020, o presidente Jair Bolsonaro chegou a colocar a ideia para rodar, ao editar uma Medida Provisória – que tem efeito imediato – com as regras do programa. Enquanto esteve em vigor, de janeiro a abril, foram contratadas 13 mil pessoas nesse modelo, 0,25% do total dos empregos com carteira assinada nesses quatro meses. As empresas ficaram com medo de aderir ao modelo e a MP não ser aprovada pelos parlamentares. De fato, o texto não passou pelo crivo do Congresso e não foi convertido em lei. O governo fez duas outras tentativas de implementar a Carteira Verde Amarela, sem sucesso. Em agosto, o ministro da Economia, Paulo Guedes, chegou a dizer o projeto seria retomado no ano que vem se Bolsonaro vencesse as eleições. “Esse projeto está fora de negociação, isso é algo que temos de deixar claro. Temos que discutir como ter direitos e ter empregos, as duas coisas juntas. Uma sinalização importante é a retirada desse projeto da pauta”, afirmou o deputado. Reforma trabalhista Rogério Correia disse ainda que o governo fará uma revisão da reforma trabalhista realizada pelo então presidente Michel Temer, em 2017 – trata-se de uma promessa de campanha de Lula. O grupo técnico do trabalho está concluindo um relatório sobre o assunto e deverá concluir um diagnóstico até o dia 30 de novembro. A instituição do “trabalho intermitente”, aquele que é prestado de forma esporádica, é um dos temas que vão passar por reformulação. “O presidente Lula já sinalizou, durante a campanha, que fará uma revisão completa da reforma trabalhista, no sentido de ouvir tanto os trabalhadores, por meio de centrais sindicais, quanto os empregadores, sobre o que seria uma reforma que preservasse direitos e avançasse na geração de empregos. O trabalho intermitente é uma das causas da precarização do trabalho. Faremos uma comissão para apresentar uma proposta, para algo a ser debatido”, afirmou Correia. Reforma administrativa Outra medida que não terá o apoio do governo Lula é a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) do Servidor Público, a PEC 32, que pretende promover uma reforma administrativa no setor. Em outubro, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), chegou a sinalizar que poderia retomar a votação do texto. Segundo Rogério Correia, porém, já está firmado com Lira que a votação não vai ocorrer. “Sabemos que a PEC 32 está pronta, mas ela foi aprovada com um texto substitutivo muito ruim e não será votada pelo plenário. Arthur Lira já sinalizou que não será. Minha avaliação é de que o governo deveria reiniciar uma reforma administrativa que não tenha essa PEC como parâmetro. Ela tem que ser retirada do mapa do debate”, disse o deputado. O plano do governo eleito é que um novo texto seja debatido, sem ter a PEC 32 como base para a reestruturação do RH do serviço público. “Vamos debater com servidores o funcionamento do serviço público no Brasil, para que essa PEC não fique mais como uma espada constante no pescoço do servidor público.” https://www.estadao.com.br/economia/transicao-lula-carteira-verde-e-amarela-encerrar/

“Não vai voltar imposto sindical”, diz Alckmin sobre reforma trabalhista

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Em debate durante Fórum Esfera Brasil, vice-presidente eleito disse que “não há nenhuma reforma a ser desfeita” Juliana Eliasdo CNN Brasil Business O vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin (PSB), disse neste sábado (26) que a volta do chamado “imposto sindical”, bem como uma revisão nas regras que deram mais peso para as negociações coletivas nos direitos dos trabalhadores, não são pontos da reforma trabalhista que devem ser revistos pelo governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Alckmin mencionou, por outro lado, a fragilidade de trabalhadores informais ligados a plataformas digitais como um ponto que deve ser debatido. “Não tem nenhuma reforma a ser desfeita”, afirmou Alckmin, que falou nesta tarde durante participação no Fórum Esfera Brasil, no Guarujá (SP). “A reforma trabalhista é importante. Não vai voltar imposto sindical e não vai voltar legislado sobre acordado”, disse Alckmin, sob aplauso da plateia de empresários. “Mas nós estamos frente a uma questão de plataformas digitais que precisam ser verificadas. Quando se tem um menino entregador de lanche que não tem descanso semanal, não tem saúde, não tem aposentadoria, não tem nada, é preciso aprofundar essas coisas.” Uma revisão da reforma trabalhista, feita em 2017, foi um dos pontos defendidos por Lula durante a campanha. A derrubada do imposto sindical, que era a contribuição obrigatória dos trabalhadores para o sindicato de sua categoria, foi uma das diversas mudanças promovidas pela reforma que revisou a Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT). O fim da contribuição compulsória atingiu em cheio a principal fonte de receita dos sindicatos, suscitando críticas de movimentos trabalhistas pelo enfraquecimento das entidades que representam os empregados e obrigando as centrais a reinventarem seus modelos de negócio. A reforma também destacou alguns pontos em que o que é acordado diretamente entre a empresa e os empregados ou seu sindicato – o “negociado” – passou a valer mais do que o que está definido na lei – o “legislado” -, desde que respeitando os parâmetros legais mínimos. Foi o caso, por exemplo, da duração da hora do almoço, que passou a poder ser de pelo menos 30 minutos, em vez de uma hora obrigatória. Parcelamento de férias, distribuição de horas extras realizadas ao longo da semana e a obrigatoriedade ou não de bater ponto foram outros tópicos que passaram a poder ser negociados diretamente entre patrões e empregados, em lugar de ficarem pré-definidos pela lei. Esses dois temas da reforma trabalhista, de acordo com Alckmin, não devem ser alterados.