Brasil apresenta dados de retomada econômica ao G20

Paulo Guedes reafirmou segurança alimentar e energética do país Por Agência Brasil – Brasília O Brasil está retomando o crescimento sustentável, disse hoje (13) em Washington o ministro da Economia, Paulo Guedes. Em uma série reuniões com os países do G20 (grupo das 20 maiores economias do planeta), ele apresentou dados da retomada econômica do país e reafirmou o papel do Brasil em fornecer comida e energia para o resto do mundo. “Trago boas notícias do Brasil. Estamos retomando o crescimento sustentável, nossa própria dinâmica de crescimento. As estimativas de crescimento têm sido revistas para cima o tempo todo”, disse o ministro na capital norte-americana. Além de reuniões do G20, Guedes participa nesta semana das reuniões anuais de outono (no hemisfério norte) do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial. Ao longo desta semana, o ministro fez quatro exposições em reuniões do G20. Segundo Guedes, o Produto Interno Bruto (PIB, soma dos bens e serviços produzidos) deverá crescer 3% em 2022 e manter o ritmo por um longo período. Para ele, o fato de o FMI ter revisado, de 1,7% para 2,8%, a previsão de crescimento do PIB neste ano serve como prova do bom momento que atravessa a economia brasileira. De acordo com Guedes, o gasto público federal caiu de 26% para 18,7% do PIB nos últimos dois anos, e a taxa de desemprego recuou de 14,9% para 8,9% no mesmo período. O ministro lembrou que a dívida pública bruta está em torno de 77% do PIB, no mesmo nível do período anterior à pandemia. Para ele, o país teve agilidade no enfrentamento à pandemia de covid-19, com a introdução do auxílio emergencial e ajuda aos estados e aos municípios. Isso ajudou o país a estar em crescimento hoje. O fato de o Banco Central brasileiro ter começado a elevar os juros antes da maior parte do mundo ajuda a combater a inflação. OCDE O ministro repetiu números, como o de que o Brasil tem US$ 200 bilhões em investimentos contratados pelos próximos 10 anos. Segundo ele, isso só foi possível por causa das reformas realizadas em setores como infraestrutura e energia. Guedes ressaltou que o Brasil está convergindo para as melhores práticas internacionais, como parte do processo de adesão à Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Na avaliação do ministro, o Brasil está alinhado à agenda de reformas e à melhoria do ambiente de negócios. Ele lembrou que a OCDE tem diretrizes de preservação ambiental e que o Brasil tem potencial para desenvolver um expressivo mercado de economia verde. “O Brasil apoia fortemente as discussões na OCDE, inclusive para abordagens de mitigação de carbono”, declarou. Guedes destacou que o Brasil tem vantagens competitivas em relação ao meio ambiente, como legislação ambiental rígida e capacidade de produção de energia limpa. Também ressaltou que o país é um dos principais produtores globais de comida e tem papel relevante em fornecer segurança alimentar ao planeta. https://agenciabrasil.ebc.com.br/economia/noticia/2022-10/brasil-apresenta-dados-de-retomada-economica-ao-g20

Para que serve o escritório no modelo híbrido de trabalho?

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O papel dos espaços físicos das empresas é servir às pessoas em suas peculiaridades e necessidades. Quando essa conta fecha, todos saem ganhando, acredita especialista Por Por Adriana Fonseca, Para o Valor O modelo híbrido de trabalho parece ter se tornado o formato preferido das empresas no pós-pandemia. Um levantamento da consultoria Robert Half indicou que 48% das quase 400 companhias ouvidas dão preferência a esse formato, em 2022. E qual será a função do escritório no modelo híbrido? Para Tiago Alves, CEO da Regus e Spaces, de espaços de trabalho, e autor do livro “Nem home, nem office”, lançado este ano, o modelo híbrido de trabalho traz uma nova perspectiva para os escritórios – e não apenas em termos de design e usabilidade. “Com equipes revezando entre presencial e remoto, gestores entenderam a necessidade de ressignificar o ambiente de trabalho corporativo, atribuindo um novo papel aos escritórios ou a outros espaços da sede”, diz. Alves acredita que para o modelo híbrido funcionar, as pessoas precisam se sentir bem em ambos os ambientes. É preciso, na visão do especialista, saber aproveitar as vantagens de cada um no momento adequado e garantir a coexistência de um fluxo entre os dois lugares. “A conquista desse equilíbrio depende, em grande parte, do empenho das lideranças de aplicar o conceito de flexibilidade na prática”, afirma. “Não basta, por exemplo, ser flexível em relação aos horários, mas exigir da equipe que estejam todos sentados na frente de determinada estação de trabalho ao mesmo tempo. O híbrido não envolve apenas liderar equipes em casa e no escritório, mas fazer a gestão de pessoas em um novo contexto social muito mais diverso.” Em seu novo livro, Alves reforça a importância do contato humano, presencial mesmo, para a busca de melhores ideias, projetos e soluções inovadoras. Segundo ele, nada substitui a experiência da troca que existe na presença física. “É aqui que entra a função dos escritórios”, diz. “Como um importante ponto para fortalecimento da cultura das empresas.” Nesse sentido, para um profissional, estar em casa, em home office, pode ser excelente para tarefas que exigem um maior esforço de concentração e silêncio. Já para as atividades que demandam colaboração da equipe e mais interação em busca de soluções fora da caixa, ir até o escritório é mais produtivo, afirma Alves. O mesmo vale quando as crianças estiverem em casa ou o apartamento ao lado estiver em reforma. “O papel dos escritórios é servir às pessoas em suas idiossincrasias e necessidades. Quando essa conta fecha, todos saem ganhando.” https://valor.globo.com/carreira/noticia/2022/10/13/para-que-serve-o-escritorio-no-modelo-hibrido-de-trabalho.ghtml

Carf: lei não é taxativa quanto às metas para pagamento da PLR

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Maioria entendeu que lei que regula o pagamento não é taxativa quanto às metas para a concessão do benefício MARIANA BRANCO Por cinco votos a um, a 2ª Turma da 4ª Câmara da 2ª Seção do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) deu parcial provimento ao recurso do contribuinte, afastando a contribuição previdenciária sobre uma parte dos valores pagos a funcionários a título de Participação sobre os Lucros e Resultados (PLR). A maioria entendeu que a Lei 10.101/2000, que regula o pagamento da PLR, não é taxativa quanto às metas para a concessão do benefício, exigindo apenas que tais metas sejam claras e objetivas. Os processos são 13016.000285/2010-31, 13016.000287/2010-21 e 13016.000286/2010-86. O caso chegou ao Carf após a empresa ser autuada para recolhimento da contribuição previdenciária sobre a PLR paga a empregados e diretores, devido ao não cumprimento dos requisitos da Lei 10.101, que são condição para gozar do benefício da isenção. A DRJ afastou a incidência da contribuição sobre os valores pagos a diretores. O contribuinte recorreu, requerendo a isenção também sobre os valores pagos a funcionários de sua matriz e filial. A advogada da empresa, Lilian Aparecida Pardinho Marques, do BVP Advogados Associados, argumentou nesta quarta-feira (5/10) que o caráter não remuneratório da PLR está previsto no artigo 7º, inciso XI, da Constituição Federal e a exigência de lei ordinária não teria o condão de afastar direito previsto constitucionalmente. Segundo a defensora, o fisco exigiu a contribuição sobre a PLR paga a funcionários da matriz devido à ausência de previsão em convenção coletiva, o que descumpriria requisito da Lei 10.101. No caso dos funcionários da filial, o pagamento PLR estava previsto em convenção, mas a fiscalização contestou a meta colocada como condição para o pagamento,  de redução de 5% dos acidentes de trabalho em relação aos registrados para todo o segmento de bebidas. Meta não individualizada A fiscalização alegou que a meta também estaria em desacordo com a lei, por não ser específica e individualizada para a empresa. A advogada contestou a objeção do fisco. “Na lei 10.101 não consta que as metas devem ser individualizadas. A lei não impôs, apenas conferiu a faculdade de se estabelecer essas metas”, afirmou. Em seu artigo 1º, parágrafo 1º, incisos I e II, a lei 10.101 estabelece que “podem ser considerados”, entre outros critérios, “os índices de produtividade, qualidade ou lucratividade da empresa” e “programas de metas, resultados e prazos, pactuados previamente”. A relatora, conselheira Ana Cláudia Borges de Oliveira, deu provimento ao recurso do contribuinte por concordar com o argumento de que a legislação não foi taxativa quanto ao tipo de meta que poderia ser estabelecida. “Ainda que a fiscalização entenda tratar-se de meta questionável, frente ao reduzido número de acidentes, não há óbice na lei à adoção”, disse. No entanto, como no caso dos funcionários da matriz a PLR foi paga sem cumprimento da exigência legal de previsão em convenção coletiva, a relatora deu provimento apenas parcial ao recurso, para afastar a contribuição sobre valores pagos aos funcionários da filial. O conselheiro Francisco Ibiapino Luz abriu divergência. No entendimento do julgador, a lei conferiu liberdade para o estabelecimento de metas dentro de “certos contornos”. Ele observou, por exemplo, que a empresa não informou a quantidade de acidentes no segmento de bebidas em comparação com a qual pretendia obter a redução de 5%. No entanto, a maioria dos conselheiros acompanhou o voto da relatora.

Times grandes não funcionam no modelo híbrido de trabalho; entenda

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O colunista Rafael Souto escreve sobre o tamanho ideal dos times e como engajá-los nesse novo formato de trabalho O mundo do trabalho assimilou as mudanças decorrentes da pandemia e os modelos híbridos já são majoritários nos escritórios. Dados mostram sua prevalência nas atividades de capital intelectual. No Brasil, 56% das empresas operam no modelo híbrido, segundo pesquisa do Google Workspace em parceria com a consultoria IDC Brasil. Esse caminho determina mudanças significativas na forma de estruturar as equipes. Estamos vivendo a era da paranoia da produtividade, diz CEO da Microsoft no BrasilO talento do futuro é o mais ágil para aprenderPor que uma ideia de ter uma carreira única na vida está ultrapassada O americano Jim Citrin é um dos pesquisadores desse novo mundo do trabalho. Um dos pontos que Citrin ressalta para o sucesso da gestão em modelos híbridos é a construção de novos rituais. É preciso organizar momentos de troca, estar mais próximo por meio de interações virtuais e momentos presenciais. Mas isso só é possível com times menores. O chamado “spam of control”, termo em inglês para determinar o tamanho das equipes, precisa ser revisitado. Jeff Bezos, o emblemático CEO da Amazon, tem uma definição simples para o número de pessoas de um time que funcione bem. Segundo ele, o grupo ideal não pode ser maior do que o número de pessoas capaz de ser alimentado por duas pizzas. Algo como oito a dez pessoas. Afirma que nesses esquadrões de trabalho conseguimos ter agilidade e performance. Esse conceito vem sendo discutido desde a concepção das metodologias ágeis. O pai dos métodos ágeis, Eric Ries, já dizia em seu manifesto que os times precisam ser em número suficiente para garantir trocas, mas não tão grandes a ponto de deixar as pessoas distantes. Os novos modelos exigem um outro tipo de proximidade, que não é mais física, e sim de conexão. Desde 2021 vivemos um aumento de pedidos de demissão. Esse turnover em alta é um alerta para as organizações. O principal motivador para o maior volume de demissões é a revisão do desenho de vida e as perspectivas de carreira na empresa. Para reduzir a perda de talentos, a gestão precisa compreender os interesses do indivíduo e ajudá-lo na construção da sua trajetória. Estamos na era da personalização. O gestor que conseguir dialogar mais e apoiar o indivíduo na busca do seu projeto de carreira terá mais chances de engajar o funcionário. Isso só é possível com times menores. No passado em que a trajetória profissional era gerida pelo plano de carreira da empresa, os modelos eram padronizados e discutidos pela área de RH. O indivíduo esperava que alguém definisse seus passos profissionais. Esse mundo do trabalho acabou. A imprevisibilidade exige conversas frequentes. E isso só é possível com líderes focados e com times pequenos. A média gestão vem sendo soterrada há anos por modelos que aumentaram o número de pessoas nos times, para controlar custos e reduzir níveis de liderança. Líderes chegam a ter vinte e até trinta subordinados diretos. Esse sistema já estava em colapso antes da pandemia, e com a chegada do modelo híbrido foi enterrado de vez. Não é possível gerir grupos grandes nesse novo formato. Se de um lado o líder é pressionado para ter mais espaço na agenda para colocar o tema relacionado às pessoas, do outro sofre pela impossibilidade de dar conta do volume de atividades. A proximidade que o modelo híbrido exige não será para controlar rotinas operacionais, que serão cada vez mais geridas com autonomia, indicadores claros e confiança. Essa conexão será para discutir pontos de desenvolvimento na carreira, alinhar expectativas e dar feedbacks. O líder precisará se colocar como um conselheiro que apoia o indivíduo em sua trajetória. Engajara distancia só será possível personalizando a experiência do colaborador. Proximidade e diálogo são essenciais nessa caminhada. Rafael Souto é sócio-fundador e CEO da Produtive Carreira e Conexões com o Mercado https://valor.globo.com/carreira/coluna/modelo-hibrido-redefine-construcao-das-equipes.ghtml