Seminário internacional da FENASERHTT e do SINDEPRESTEM reuniu grandes nomes das relações do trabalho do Brasil e do mundo em São Paulo

A FENASERHTT e o SINDEPRESTEM realizaram no último dia04 de outubro, no Tivoli Hotel, em São Paulo, o Seminário Internacional – “Terceirização e Trabalho Temporário: uma ponte para o futuro”. O evento reuniu grandes nomes das relações trabalhistas do Brasil e do mundo como o professor José Pastore, Antonio Carlos Lacerda, Livio Giosa, representantes da WEC Global – Confederação Mundial do Emprego, a presidente Bettina Schaller e o diretor geral Denis Pennel, e a representante do LinkedIn, Adrienne Faessler. No primeiro painel – serviços privados de emprego – moldando a agenda institucional global, Denis Pennel destacou que a WEC Global atua em 50 países e que atua junto aos representantes locais de cada região com o objetivo de influenciar os legisladores para a regulamentação das formas diversas de trabalho que existem atualmente. “Atuamos para encontrar um sistema equilibrado para dar uma maior segurança legal em tempos de maior flexibilidade e formas distintas de trabalho”, apontou. Bettina Schaller destacou que o evento ocorreu em um momento histórico no Brasil, dois dias após o primeiro turno das eleições para Presidente da República, e frisou que a WEC Global é um parceiro dos atores políticos na área de relações do trabalho. “A questão do emprego deveria ser, ao lado da inovação, a prioridade máxima dos governantes no Brasil. O país tem um capital humano fantástico”, diz. A presidente da WEC frisou que o desemprego está em queda em todo mundo e número de cargos abertos está crescendo e o desafio do mercado de relações do trabalho mundial é o de criar oportunidades para quatro gerações de pessoas que atualmente estão no mercado de trabalho. “Temos desafios importante nas questões climáticas, com a economia verde e as oportunidades que ela proporciona, além da https://sindeprestem.com.br/wp-content/uploads/2020/10/internet-cyber-network-3563638-1.jpg, com oportunidades na inteligência artificial, blockchain e outros. Nosso papel é o de entender e apoiar as novas habilidades necessárias para acompanhar essa nova https://sindeprestem.com.br/wp-content/uploads/2020/10/internet-cyber-network-3563638-1.jpg”, pontuou. O professor José Pastore destacou em sua apresentação que o mercado passa pelo fenômeno da digitalização e que isso demanda novas formas de contratos diversos e flexíveis. “Passamos por um momento em que grande parcela de profissionais trabalham para aplicativos. Trata-se de um desafio para o Direito do Trabalho e para os legisladores, que devem encontrar alternativas de proteção e segurança para trabalhadores e empresas. Pois temos que criar regras que protejam sem precarizar o trabalho. E a terceirização é uma dessas alternativas, pois hoje existem muitos trabalhadores desprotegidos, que não se enquadram nem como CLT, nem como autônomo e nem como MEI e, assim, ficam descobertos”, alertou. Pastore também disse que as relações trabalhistas passaram, por conta da reforma trabalhista de 2017, por mudanças recentes, mas que necessitam de atualizações de forma permanente para abarcar todas as novas formas de trabalho. “Atualmente é impossível termos apenas um sistema único e engessado. E isso é um desafio para o mercado e para o Direito do Trabalho convencional. Isso porque existem atividades que são cobertas pela CLT, por exemplo, e outras não. Estamos vivendo em um mundo do trabalho demasiadamente heterogêneo. E nesse cenário destaco a terceirização e o trabalho temporário que geram empregos diretos e indiretos, sem a perda da qualidade pela empresa e também sem a precarização dos direitos do empregado. Trata-se , na minha visão, de uma arte, pois esses modelos buscam profissionais qualificados, com objetivo de agilizar tempo e decisões das empresas, sem visar apenas o lucro, mas sim os resultados”, avaliou o professor.  No segundo painel, os paneilistas Ivo Dall’acqua, Paulo Schoueri e Betina Schaller, sob a batuta do mediador, Eduardo Pastore, fizeram um debate sobre as dificuldades da legislação trabalhistas e os caminhos para a evolução das leis para uma melhoria nas relações entre empresa e trabalhador. No terceiro painel do tarde, o mediador Lívio Giosa conduziu uma boa discussão sobre  as medidas administrativas econômicas e políticas necessárias para destravar a contratação formal de trabalhadores. No debate estavam Antônio Correa Lacerda, Clemente Ganz Lucio e Denis Pennel. Antonio Carlos Lacerda destacou a importância da adequação da reforma tributária no sentido de estimular a geração de empregos formais. Já Clemente Ganz Lúcio citou alternativas e iniciativas importantes sobre modelo de estrutura sindical e de relações tripartite para garantir um futuro e uma evolução do mercado de trabalho.  LinkedIn No último painel do dia – Futuro do Trabalho em meio às incertezas Macroeconômicas / Futuro da Contratação – Adrienne Faessler, Global Head of Strategic Accounts do LinkedIn, afirmou que o mercado de trabalho está um processo lento de avanço na taxa de contratação em todo mundo e que o mercado de trabalho passa por um momento de grande transformação pós-pandemia. “As habilidades dos profissionais é que serão levadas em conta, mais que os títulos acadêmicos, para retenção de valores no futuro. Estamos no meio de uma mudança na qual as empresas estão repensando seus modelos de trabalho, suas culturas e valores. As empresas estão mais flexíveis para garantir a retenção de empregados, que estão dando atenção para vagas mais flexíveis, com possibilidade de trabalhar meio período, de forma híbrida ou até em home office”, afirmou. A representante do Linkedin demonstrou que um estudo da ferramenta digital revelou que 400 mil empresas pretendem fazer suas contratações com foco nas habilidades do empregado e não apenas em títulos. “O Linkedin passará a utilizar novos métodos para garantir a conexão das empresas com as habilidades dos profissionais. A ideia é mapear o mercado com destaque nas habilidades dos candidatos”. E Adrienne Faessler também disse que o LinkedIn tem o objetivo de investir futuramente em uma versão mais simples da ferramenta para dar maior acesso para categorias de trabalhadores que têm maior dificuldade de acesso à internet e também de acessar as vagas atuais. “Estamos trabalhando na evolução e no aperfeiçoamento da ferramenta para acompanhar os novos tempos e para ser uma ponte para o futuro para um alto volume de contratações que devem acontecer nos próximos anos”, disse E o presidente da FENASERHTT e o SINDEPRESTEM Vander Morales, que mediou o primeiro e

Endividamento é caminho para o burnout: entenda como esses dois fenômenos estão interligados

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Por Jayanne Rodrigues Acúmulo de trabalho, ausência de educação financeira e falta de dinheiro são alguns dos motivos que coincidem com a realidade de pessoas endividadas que enfrentam o diagnóstico de burnout Durante um ano, a designer gráfica Geovana Sousa, de 20 anos, acumulou cinco empregos ao mesmo tempo para melhorar a renda. Mas isso não significou a possibilidade de uma reserva financeira nem mesmo um alívio nas contas do fim do mês. Pelo contrário. Com o excesso de trabalho, vieram também dívidas e o diagnóstico de burnout – doença que atinge um em cada cinco brasileiros que trabalham no mundo corporativo, segundo pesquisa realizada pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP). “Para mim, trabalhar sempre foi sinônimo de prestígio social”, diz Geovana, que não é a única a aspirar uma vida movida a trabalho, tendo como referência os pais. Assim como ela, parte da geração Z – pessoas nascidas entre os anos de 1990 e 2010 – enxerga o sucesso laboral como um dos principais objetivos de vida, diz a profissional. Em contrapartida, esperam um retorno financeiro que seja maior, ou que corresponda ao esforço profissional oferecido. No entanto, oito milhões de jovens desta geração acumulam contas atrasadas, de acordo com dados do Serasa. Evitar o esgotamento mental por causa do não pagamento de dívidas é um grande desafio para esse grupo. “As pessoas estão fragilizadas emocionalmente porque estão sem dinheiro ou o contrário?”, questiona a empresária Nathália Rodrigues, fundadora da plataforma Nath Finanças, numa alusão ao fenômeno conhecido como ‘efeito Tostine’. Segundo ela, Geovana não está sozinha nessa realidade que envolve culpabilização, estigma e uma sensação de desestabilidade. Para a designer, a tão sonhada independência financeira chegou aos 18 anos. Ainda na faculdade, ela decidiu atuar como freelancer para fechar o orçamento mensal. A autonomia permitiu sustentar uma casa sozinha. O que ela não esperava naquele ano era a chegada da pandemia de covid-19, intensificada em março de 2020. Segundo a psicóloga e consultora de RH Eymi Rocha, a partir daí houve uma “micro invasão do espaço domiciliar”. Essa mudança na forma de trabalhar afetou diretamente o estilo de vida das pessoas. “Eu esquecia de comer. Então, só pedia delivery”, conta a jovem. Enquanto ela tentava se estabelecer nos cinco empregos, o meio de encontrar uma certa satisfação estava no consumo sem planejamento. Foi neste contexto que enfrentou problemas conhecidos do brasileiro: cheque especial, limite estourado do cartão de crédito e atraso nas contas básicas do mês. O papel das empresas Para especialistas, o gerenciamento de produtividade por parte dos empregadores é uma das chaves para o enfrentamento do esgotamento mental. A maneira pela qual a instituição reage a casos de burnout pode interferir no agravamento ou na melhora no estado de saúde do colaborador adoecido. Verificar a carga horária e o reconhecimento salarial estão entre as demandas indicadas para uma mudança efetiva nas empresas. “Quando há um diagnóstico de burnout dentro da empresa, automaticamente deve haver uma mobilização interna para erradicar essa questão, mas com ações próprias”, resume a psicóloga Eymi Rocha. Outro ponto indicado pela profissional é a segurança psicológica no ambiente corporativo. No caso de Geovana, ela foi demitida de uma das empresas em que trabalhava dias após apresentar um atestado com diagnóstico de Burnout. “Eles me fizeram uma ligação de cinco minutos me desligando. A justificativa foi a minha personalidade”, lamenta a designer. Sobre a postura da empresa nesses casos, Eymi pontua que “é importante a pessoa se sentir segura para dizer exatamente o que ela tem porque isso é um dado significativo para a empresa”. A psicóloga acrescenta a necessidade da compahia ter conhecimento do diagnóstico do funcionário para tomar medidas adequadas. “Se a pessoa for demitida por conta do burnout, ela pode recorrer da demissão”, afirma. O que o termo ‘FatFire’ tem a ver com burnout? Trabalhar mais para receber mais dinheiro e se aposentar mais cedo. Essa é a ideia geral do FatFire, termo oposto ao conceito de quiet quitting, que visa revisar a postura de profissionais que se dedicam à empresa sem o devido reconhecimento em torno de uma qualidade de vida e da preservação da saúde mental. O FatFire ganhou força com a geração Millennials, nascidos entre 1981 e 1995. No entanto, esse termo pode apresentar outras vertentes. Uma parte desse grupo também tende a se tornar trabalhador autônomo ou buscar uma vaga com remuneração mais baixa para ‘trabalhar por amor e prazer’. A psicóloga Eymi Rocha explica que há uma linha tênue na discussão desse assunto partindo de dois pontos. Primeiro, é preciso entender o papel da empresa dentro do cotidiano do indivíduo. “A instituição deve ocupar um lugar menor na vida da pessoa”, reforça. Segundo, existe a possibilidade de fazer concessões, desde que se use uma estratégia com metas possíveis dentro de cada realidade. “O contrário disso pode levar a um quadro patológico. Por exemplo: ‘Eu não tenho objetivo. Meu objetivo é trabalhar mais para mostrar serviço’. Mas a troco de quê?”. De acordo com Eymi, a busca precoce por uma aposentadoria pode funcionar. Mas o limite mental e corporal pode não aguentar por se tratar de uma meta que exige um período de desgaste maior, como 10, 15 anos. “E aí, quando você se aposentar vai ter de cuidar da saúde que desperdiçou anos atrás”. Descanso intencional é uma pauta defendida pela profissional para atrelar, de forma saudável, o trabalho e a vida pessoal. “Separar um tempo para fazer as coisas que você gosta, as coisas que tem sentido na sua trajetória. Isso não é o remédio, mas é uma das ações propostas até no período de terapia”, sugere. Para quem está endividado essa conta equilibrada corre o risco de ficar em aberto. Conforme a psicóloga, por causa da falta de dinheiro as pessoas têm probabilidade de acumular empregos. Com isso, o tempo reservado para o autocuidado é dispensado para ser ocupado por alternativas que podem reduzir a produtividade do funcionário no trabalho. Esse comportamento acaba formando uma ‘bola de neve’, que não exclui a incerteza das dívidas. “Pode ser que você acabe gastando em coisas para preencher o prazer

Como as ‘habilidades digitais’ no mercado de trabalho estão mudando com o tempo

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Mercado passou a exigir que colaborador trabalhe de maneira adaptável e estratégica usando diversas ferramentas, aparelhos e plataformas. Ter competências digitais antes significava ter conhecimento básico de computadores. Mas, agora, é preciso trabalhar de forma adaptável e estratégica usando diversas ferramentas, aparelhos e plataformas — Foto: Getty Images via BBC A expressão “alfabetização digital” costumava significar saber mandar e-mails ou digitar com um programa de processamento de texto. Era um conhecimento muito exigido dos trabalhadores do conhecimento – pessoas que poderiam usar softwares específicos no trabalho e precisariam saber como lidar com eles de forma clara e natural. Mas essa expressão evoluiu significativamente. Alfabetização digital agora significa conhecer as técnicas necessárias para ter sucesso em uma sociedade em que a comunicação e o acesso à informação dependem cada vez mais das https://sindeprestem.com.br/wp-content/uploads/2020/10/internet-cyber-network-3563638-1.jpgs digitais, como plataformas online e telefones celulares. O conceito engloba a ampla compreensão de uma série de ferramentas digitais que permitem que o profissional desempenhe suas funções, seja no escritório, de forma híbrida ou remota em todos os tipos de ambientes. Essas ferramentas incluem software colaborativo em tempo real, como aplicativos de bate-papo entre os profissionais, e ferramentas sofisticadas de trabalho assincrônico. Atualmente, a alfabetização digital não é mais uma proposição funcional, mas sim uma mentalidade. No ambiente de trabalho moderno, espera-se cada vez mais que os funcionários adotem rapidamente qualquer https://sindeprestem.com.br/wp-content/uploads/2020/10/internet-cyber-network-3563638-1.jpg que venha com o seu trabalho e também que eles se adaptem às ferramentas e abordagens em constante evolução. Os profissionais também precisam usar a https://sindeprestem.com.br/wp-content/uploads/2020/10/internet-cyber-network-3563638-1.jpg de forma estratégica: desde trabalhar com seus telefones celulares pessoais até impulsionar programas de fluxo de trabalho colaborativos. E, o mais importante, o conhecimento digital não é mais essencial apenas entre os trabalhadores do conhecimento. “Ele está sendo aplicado universalmente a quase todas as pessoas”, afirma Ying Zhou, diretora do Centro de Pesquisas sobre o Futuro do Trabalho da Universidade de Surrey, no Reino Unido. Em 2019, um relatório do governo britânico demonstrou que pelo menos 82% das vagas de emprego anunciadas online exigiam conhecimentos digitais. E Zhou afirma que os profissionais que pararem de adquirir esses conhecimentos arriscam-se a ficar para trás. “Cada nova https://sindeprestem.com.br/wp-content/uploads/2020/10/internet-cyber-network-3563638-1.jpg desenvolvida amplia as exigências de conhecimento dos profissionais”, segundo ela. “É uma corrida entre o conhecimento digital e a https://sindeprestem.com.br/wp-content/uploads/2020/10/internet-cyber-network-3563638-1.jpg: quanto mais a https://sindeprestem.com.br/wp-content/uploads/2020/10/internet-cyber-network-3563638-1.jpg avança, mais rapidamente precisamos atualizar nossos conhecimentos. O alvo está mudando a todo tempo.” Por que todos precisam da alfabetização digital “Alfabetização digital é um conceito amplo. Você pode trabalhar com aparelhos digitais de forma simples ou realizar tarefas muito complexas”, prossegue Zhou. “Ela pode variar desde a impressão de uma nota fiscal em uma loja até o uso de processadores de texto e planilhas de cálculo, além de serviços avançados como web design, análise de dados, programação de computadores e criação de códigos”, afirma ela. A demanda do mercado de trabalho por profissionais com conhecimento digital vem crescendo de forma consistente desde os anos 1980. Zhou menciona pesquisas que demonstram que, enquanto a exigência de técnicas de leitura e aritmética no mercado de trabalho britânico se estabilizou, o número de cargos exigindo conhecimentos digitais continuou a crescer. Ao longo do tempo, os empregadores começaram a esperar um grau de conhecimento digital até para cargos não relacionados com a área técnica – desde operadores de armazéns que utilizam sistemas de gestão em nuvem até médicos que consultam pacientes de forma remota por vídeo e empreiteiros que gerenciam projetos de construção em aplicativos de colaboração móveis. A https://sindeprestem.com.br/wp-content/uploads/2020/10/internet-cyber-network-3563638-1.jpg deixou de ser algo específico de alguns poucos setores. “A alfabetização digital e a demanda dos empregadores por conhecimentos digitais evoluíram à medida que a economia e o mercado de trabalho foram sendo digitalizados”, segundo Danny Stacy, chefe de inteligência e talentos da plataforma de recursos humanos Indeed, com sede em Londres. “O que costumava ser um bônus agora é um componente fundamental de virtualmente todos os cargos.” E essa exigência de alfabetização digital atingiu seu pico quando os empregadores adotaram padrões de trabalho híbrido ou remoto. “Atualmente, os empregadores são muito mais capazes de identificar conhecimentos digitais específicos e indicar o nome do software que eles usam”, segundo Stacy. “Exige-se maior capacidade de uso de softwares específicos e ferramentas de gestão de projetos e do escritório, para que os funcionários possam trabalhar com mais eficiência.” Mas o aumento da importância da alfabetização digital não significa que os profissionais precisem dominar todos os softwares existentes para conseguir um emprego. Na verdade, eles precisam ser confiantes na área digital; estar dispostos a experimentar novas https://sindeprestem.com.br/wp-content/uploads/2020/10/internet-cyber-network-3563638-1.jpgs; adotar as ferramentas certas que podem facilitar as tarefas rotineiras e aumentar a colaboração no ambiente de trabalho; e também ter a flexibilidade e capacidade de adaptação para aprender novos processos. E, atualmente, os profissionais precisam ter em mente que eles continuarão a atualizar seus conhecimentos digitais. Afinal, a expectativa quando um funcionário assume um novo cargo é que ele tenha o conhecimento digital necessário para a função ou que irá aprender – e rápido. “O trabalho híbrido e remoto atingia apenas 5% do mercado de trabalho antes da pandemia”, afirma Zhou. “Agora, é cerca da metade de todos os profissionais. Independentemente do trabalho que você fazia anteriormente, o empregador agora espera que você assimile todo e qualquer conhecimento digital que seja necessário para a sua função.” Como se antecipar Uma notícia positiva é que os profissionais provavelmente já têm alguma alfabetização digital, mesmo se essa expressão for desconhecida para eles. A onipresença da https://sindeprestem.com.br/wp-content/uploads/2020/10/internet-cyber-network-3563638-1.jpg significa que quase todas as pessoas enviam e-mails e outras mensagens, deslizam, clicam e rolam telas. Tudo isso frequentemente se traduz em conhecimentos tecnológicos no ambiente profissional. E, mesmo se os trabalhadores acharem que não atingiram o ponto que desejam ou precisam, existem formas de aprimorar esses importantes conhecimentos. Quando seus funcionários precisam ser acelerados, as empresas muitas vezes oferecem treinamento para ajudá-los a adquirir qualquer conhecimento digital que seja necessário. “Com a falta de profissionais, os empregadores estão demonstrando maior disposição do que antes para treinar e capacitar candidatos, em vez de buscar

Brasil é 2º país com maior proporção de jovens que não trabalham nem estudam, diz OCDE

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Por Redação O Brasil é o segundo país com a maior proporção de jovens entre 18 e 24 anos que não trabalham nem estudam, também conhecidos como “nem-nem”. A informação é do relatório Education at a Glance 2022, da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), divulgado na última segunda-feira, 3. O País tem 35,9% dos jovens nessa situação, segundo o levantamento, o que é mais que o dobro da média dos países-membros da OCDE, que era de 16,6% em 2020. O único país com maior proporção de jovens “nem-nem” que o Brasil é a África do Sul, com 46,2%. Logo após o Brasil no ranking estão Turquia (32,2%), Colômbia (31,5%) e Costa Rica (29,7%). A Holanda é o país com a menor proporção de jovens nessa situação entre os países avaliados, com 4,6%. O relatório Education at a Glance 2022 analisou dados sobre educação dos 38 países-membros da OCDE, além de Brasil, Argentina, China, Índia, Indonésia, Arábia Saudita e África do Sul. O Brasil também aparece no levantamento como segundo país com maior proporção de jovens “nem-nem” por mais tempo, com 5,1% dos jovens que não trabalham nem estudam estando nessa situação há mais de um ano, o que aumenta o risco de um distanciamento do mercado de trabalho a longo prazo. O País é superado apenas pela Grécia, com 5,6% de jovens há mais de um ano nessa condição. Segundo o relatório da OCDE, não ter um emprego pode ter consequências duradouras, especialmente quando as pessoas passam por longos períodos de desemprego ou inatividade e perdem a motivação. Os jovens “nem-nem” são uma grande preocupação para os governos, já que têm um impacto negativo no mercado de trabalho e nos resultados sociais, inclusive a longo prazo. “É essencial, portanto, ter medidas políticas para evitar que os jovens se tornem aqueles que não trabalham nem estudam em primeiro lugar e para ajudar aqueles que devem encontrar um caminho de volta à educação ou ao trabalho”, diz o documento. “O investimento público na educação pode ser uma forma sensata de contrabalancear o desemprego e investir no crescimento econômico futuro, através do desenvolvimento das competências necessárias. O apoio público poderia também ser dirigido a potenciais empregadores, através da criação de incentivos à contratação de jovens”, completa. https://www.estadao.com.br/economia/brasil-segundo-pais-jovens-nem-trabalham-nem-estudam-ocde-npre/

Pedidos de demissão batem novo recorde em agosto

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Do total de 1,77 milhão de demissões no mercado formal, 632,8 mil foram voluntárias, ou seja, a pedido do trabalhador. Por Marta Cavallini, g1 04/10/2022 06h01  Atualizado há 2 dias Segundo especialistas, pandemia agravou índices de desemprego entre mulheres — Foto: Reprodução/TV Globo Enquanto para milhões de pessoas que lutam por um lugar no mercado de trabalho o desemprego parece um pesadelo sem fim, milhares de brasileiros estão pedindo demissão de seus empregos com carteira assinada mês a mês, levando as estatísticas a baterem sucessivos recordes. Levantamento feito pela LCA Consultores nos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), que contabiliza as vagas com carteira assinada no país, mostra que, em agosto, foi batido recorde de pedidos de demissão em um único mês desde janeiro de 2020, início da série histórica com a metodologia atual de contagem de vagas. Do total de 1.773.161 de desligamentos registrados em agosto, 632.798 foram voluntários, ou seja, a pedido do trabalhador – o equivalente a 35,7% do total. O recorde até então era de março, com 603.136 pedidos de demissão, o equivalente a 33,2% do total naquele mês. Em relação a julho, o aumento no número de pedidos de demissão foi de 7,5%. Já em relação a agosto de 2021, o avanço é de 25,5%. LEIA TAMBÉM: Análise: Desemprego em baixa esconde (mal) mercado de trabalho precário Pesquisa mostra cargos em alta e média salarial em oito áreas em 2023 Brasil gerou 278.639 empregos formais em agosto Nos estados Em relação aos 26 estados e o Distrito Federal, só não houve recorde nos pedidos de demissões em agosto no Amapá, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. São Paulo se manteve no topo dos estados com maior número de pedidos de demissão. Isso se deve ao fato de o estado ser o que mais emprega no país. Veja abaixo o total de demissões voluntárias em relação ao total de demissões no período: Acumulado de 12 meses No acumulado de 12 meses, também houve novo recorde no número de pedidos de demissão. O país registrou 6.595.634 pedidos nos últimos 12 meses até agosto entre os trabalhadores com carteira assinada. Esse número equivale a 32,5% do total de desligamentos de trabalhadores no período (20,266 milhões). Ou seja, 1 de cada 3 desligamentos foram voluntários (a pedido do trabalhador). Em relação a agosto de 2021 (4.746.755), houve aumento de 39% no número de demissões dentro do acumulado de 12 meses. Já na comparação com julho (6,467 milhões), o avanço é de 2%. Todas as unidades de Federação tiveram seu maior número de pedidos de demissão desde janeiro de 2020 no acumulado em 12 meses. São Paulo se manteve no topo dos estados com maior número de pedidos de demissão. Ainda na comparação com janeiro de 2020, o número de demissões em julho chegou a mais que dobrar em alguns estados nas duas bases de comparação. Atividades com mais pedidos de demissão Em relação ao estoque de vagas, ou seja, o total de empregos com carteira assinada, o setor de Alojamento e Alimentação foi o que mais registrou pedidos de demissão em agosto. Já os setores de Atividades Administrativas e Serviços Complementares; Agricultura, Pecuária, Produção Florestal, Pesca e Aquicultura e Atividades Profissionais, Científicas e Técnicas vêm em seguida na maior proporção de pedidos de demissão dentro do total de vagas. Com isso, mostra-se um movimento de pedidos de demissão vindo principalmente de profissionais mais qualificados e de setores mais aquecidos, como de TI. Veja no gráfico abaixo: https://b381e69015abd8909073d938c97a49ec.safeframe.googlesyndication.com/safeframe/1-0-38/html/container.html Motivos De acordo com Bruno Imaizumi, responsável pela pesquisa, o setor de Atividades Administrativas e Serviços Complementares, que contempla principalmente serviços prestados para edifícios e escritórios, foi um dos impulsionadores do aumento dos pedidos de demissão, “provavelmente refletindo a volta das empresas a modelos híbridos e presenciais”. Já o setor de Alojamento e Alimentação tem permanecido em primeiro lugar porque foi uma atividade muito prejudicada pela pandemia. Agora, com a recuperação do setor por causa da reabertura dos estabelecimentos para o público e do reaquecimento dos serviços, principalmente na área de turismo e lazer, além da abertura de novos restaurantes, pousadas e hotéis, muitos trabalhadores acabam se demitindo por estarem recebendo melhores ofertas de emprego. Imaizumi aponta ainda a continuidade de normalização do mercado de trabalho. Com a diminuição dos efeitos da pandemia no mercado de trabalho, os profissionais pedem demissão para serem admitidos dentro de cargos mais adequados a suas qualificações. Além, é claro, da busca por melhores salários, benefícios e possibilidade de ascensão na carreira. A volta ao trabalho presencial é outro fator que influencia, principalmente em empregos específicos, mais voltados para o setor de serviços em que seja possível trabalhar de casa. “Com isso, para os trabalhadores que viram que essa modalidade não é benéfica em termos de qualidade de vida, essa volta ao ambiente de trabalho acaba pesando na escolha do profissional, que prefere trabalhar de casa em vez de pegar trânsito todos os dias”, aponta. https://g1.globo.com/trabalho-e-carreira/noticia/2022/10/04/pedidos-de-demissao-batem-novo-recorde-em-agosto.ghtml

Serviços puxam indicador de emprego, indica FGV

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Economista da fundação vê com cautela continuidade da melhor no indicador Por Alessandra Saraiva — Do Rio Influenciado por bons resultados na atividade de serviços, maior empregador da economia, o Indicador Antecedente de Emprego (IAEmp) subiu 1,5 ponto em setembro ante agosto, para 83,8 pontos. Foi a mais forte alta desde abril de 2022 (4,5 pontos) e levou o indicador ao maior patamar desde outubro do ano passado (87,1 pontos), informou ontem a Fundação Getulio Vargas (FGV). Rodolpho Tobler, economista da fundação responsável pelo indicador, lembrou que serviços passam, no momento, por processo de retomada – após “baque” sofrido pelo setor durante período mais agudo da pandemia, iniciada em 2020. Questionado sobre continuidade de alta no IAEmp, o técnico da FGV foi cauteloso. A sustentabilidade de abertura maior de vagas, bem como de saldo positivo do indicador, dependerá da trajetória da economia, que ainda conta com muitas incertezas para o futuro, principalmente para 2023, notou ele. Ao detalhar o comportamento do indicador de setembro, o técnico ponderou que, em seu entendimento, a boa performance do IAEmp reflete o que vem acontecendo no emprego, e na economia, nos últimos meses. Houve melhora do quadro sanitário relacionado à pandemia, com avanço de vacinação contra covid-19 e, por consequência, redução de ritmo de casos e de mortes pela doença. Isso impulsionou mais consumidores às atividades presenciais, que passaram por fortes restrições durante a pandemia. Esse aspecto, notou Tobler, beneficiou principalmente a economia de serviços, que conta com maior perfil “presencial”, como bares, hotéis, restaurantes e turismo. Assim, esse setor tem se recuperado mês a mês, o que impulsionou economia como um todo. Pelo lado da oferta, a atividade de serviços representa mais de 70% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, lembrou o economista da FGV. Ao mesmo tempo, o quadro de retomada em serviços favorece emprego, visto que o setor emprega muito, reconheceu Tobler. “No IAEmp, tivemos alta acumulada de 8,8 pontos em seis meses [até setembro]”, comentou, ao exemplificar impacto que serviços, e economia, proporcionaram ao indicador da FGV relacionado ao emprego, nos últimos meses. “A economia tem mostrado resiliência”, disse. “E o setor de serviços tem se mostrando mais forte [em ritmo de atividade] do que o esperado”, completou. Ao se falar sobre o futuro, as mesmas afirmações não podem ser repetidas, admitiu o especialista. O técnico lembrou que há consenso, entre analistas, de economia em ritmo mais fraco em 2023. Isso porque há sinais de continuidade de ambiente de juros básicos mais elevados, uma forma de combater avanço inflacionário. Isso inibe maior potência de consumo, bem como cadência de atividade econômica, com impacto em diferentes atividades da economia, incluindo serviços, lembrou ele. Assim, para o técnico, a permanência do emprego em cenário favorável dependerá principalmente da trajetória futura da economia, reiterou ele. “O mercado de trabalho está bom. Mas por mais que esteja bom, ainda tem muito a avançar”, resumiu ele. https://valor.globo.com/brasil/noticia/2022/10/06/servicos-puxam-indicador-de-emprego-indica-fgv.ghtml