Como as ‘habilidades digitais’ no mercado de trabalho estão mudando com o tempo
Profissional deve compreender uma série de ferramentas que permitem o desempenho de suas funções Alex ChristianBBC NEWS BRASIL A expressão “alfabetização digital” costumava significar saber mandar emails ou digitar com um programa de processamento de texto. Era um conhecimento muito exigido dos trabalhadores do conhecimento —pessoas que poderiam usar softwares específicos no trabalho e precisariam saber como lidar com eles de forma clara e natural. Mas essa expressão evoluiu significativamente. Alfabetização digital agora significa conhecer as técnicas necessárias para ter sucesso em uma sociedade em que a comunicação e o acesso à informação dependem cada vez mais das https://sindeprestem.com.br/wp-content/uploads/2020/10/internet-cyber-network-3563638-1.jpgs digitais, como plataformas online e telefones celulares. Ter competências digitais antes significava ter conhecimento básico de computadores. Mas, agora, é preciso trabalhar de forma adaptável e estratégica usando diversas ferramentas, aparelhos e plataformas – Getty Images/BBC News Brasil O conceito engloba a ampla compreensão de uma série de ferramentas digitais que permitem que o profissional desempenhe suas funções, seja no escritório, de forma híbrida ou remota em todos os tipos de ambientes. Essas ferramentas incluem software colaborativo em tempo real, como aplicativos de bate-papo entre os profissionais, e ferramentas sofisticadas de trabalho assincrônico. Atualmente, a alfabetização digital não é mais uma proposição funcional, mas sim uma mentalidade. No ambiente de trabalho moderno, espera-se cada vez mais que os funcionários adotem rapidamente qualquer https://sindeprestem.com.br/wp-content/uploads/2020/10/internet-cyber-network-3563638-1.jpg que venha com o seu trabalho e também que eles se adaptem às ferramentas e abordagens em constante evolução. Os profissionais também precisam usar a https://sindeprestem.com.br/wp-content/uploads/2020/10/internet-cyber-network-3563638-1.jpg de forma estratégica: desde trabalhar com seus telefones celulares pessoais até impulsionar programas de fluxo de trabalho colaborativos. E, o mais importante, o conhecimento digital não é mais essencial apenas entre os trabalhadores do conhecimento. “Ele está sendo aplicado universalmente a quase todas as pessoas”, afirma Ying Zhou, diretora do Centro de Pesquisas sobre o Futuro do Trabalho da Universidade de Surrey, no Reino Unido. Em 2019, um relatório do governo britânico demonstrou que pelo menos 82% das vagas de emprego anunciadas online exigiam conhecimentos digitais. E Zhou afirma que os profissionais que pararem de adquirir esses conhecimentos arriscam-se a ficar para trás. “Cada nova https://sindeprestem.com.br/wp-content/uploads/2020/10/internet-cyber-network-3563638-1.jpg desenvolvida amplia as exigências de conhecimento dos profissionais”, segundo ela. “É uma corrida entre o conhecimento digital e a https://sindeprestem.com.br/wp-content/uploads/2020/10/internet-cyber-network-3563638-1.jpg: quanto mais a https://sindeprestem.com.br/wp-content/uploads/2020/10/internet-cyber-network-3563638-1.jpg avança, mais rapidamente precisamos atualizar nossos conhecimentos. O alvo está mudando a todo tempo.” POR QUE TODOS PRECISAM DA ALFABETIZAÇÃO DIGITAL “Alfabetização digital é um conceito amplo. Você pode trabalhar com aparelhos digitais de forma simples ou realizar tarefas muito complexas”, prossegue Zhou. “Ela pode variar desde a impressão de uma nota fiscal em uma loja até o uso de processadores de texto e planilhas de cálculo, além de serviços avançados como web design, análise de dados, programação de computadores e criação de códigos”, afirma ela. A demanda do mercado de trabalho por profissionais com conhecimento digital vem crescendo de forma consistente desde os anos 1980. Zhou menciona pesquisas que demonstram que, enquanto a exigência de técnicas de leitura e aritmética no mercado de trabalho britânico se estabilizou, o número de cargos exigindo conhecimentos digitais continuou a crescer. Ao longo do tempo, os empregadores começaram a esperar um grau de conhecimento digital até para cargos não relacionados com a área técnica —desde operadores de armazéns que utilizam sistemas de gestão em nuvem até médicos que consultam pacientes de forma remota por vídeo e empreiteiros que gerenciam projetos de construção em aplicativos de colaboração móveis. A https://sindeprestem.com.br/wp-content/uploads/2020/10/internet-cyber-network-3563638-1.jpg deixou de ser algo específico de alguns poucos setores. “A alfabetização digital e a demanda dos empregadores por conhecimentos digitais evoluíram à medida que a economia e o mercado de trabalho foram sendo digitalizados”, segundo Danny Stacy, chefe de inteligência e talentos da plataforma de recursos humanos Indeed, com sede em Londres. “O que costumava ser um bônus agora é um componente fundamental de virtualmente todos os cargos.” E essa exigência de alfabetização digital atingiu seu pico quando os empregadores adotaram padrões de trabalho híbrido ou remoto. “Atualmente, os empregadores são muito mais capazes de identificar conhecimentos digitais específicos e indicar o nome do software que eles usam”, segundo Stacy. “Exige-se maior capacidade de uso de softwares específicos e ferramentas de gestão de projetos e do escritório, para que os funcionários possam trabalhar com mais eficiência.” Mas o aumento da importância da alfabetização digital não significa que os profissionais precisem dominar todos os softwares existentes para conseguir um emprego. Na verdade, eles precisam ser confiantes na área digital; estar dispostos a experimentar novas https://sindeprestem.com.br/wp-content/uploads/2020/10/internet-cyber-network-3563638-1.jpgs; adotar as ferramentas certas que podem facilitar as tarefas rotineiras e aumentar a colaboração no ambiente de trabalho; e também ter a flexibilidade e capacidade de adaptação para aprender novos processos. E, atualmente, os profissionais precisam ter em mente que eles continuarão a atualizar seus conhecimentos digitais. Afinal, a expectativa quando um funcionário assume um novo cargo é que ele tenha o conhecimento digital necessário para a função ou que irá aprender —e rápido. “O trabalho híbrido e remoto atingia apenas 5% do mercado de trabalho antes da pandemia”, afirma Zhou. “Agora, é cerca da metade de todos os profissionais. Independentemente do trabalho que você fazia anteriormente, o empregador agora espera que você assimile todo e qualquer conhecimento digital que seja necessário para a sua função.” COMO SE ANTECIPAR Uma notícia positiva é que os profissionais provavelmente já têm alguma alfabetização digital, mesmo se essa expressão for desconhecida para eles. A onipresença da https://sindeprestem.com.br/wp-content/uploads/2020/10/internet-cyber-network-3563638-1.jpg significa que quase todas as pessoas enviam emails e outras mensagens, deslizam, clicam e rolam telas. Tudo isso frequentemente se traduz em conhecimentos tecnológicos no ambiente profissional. E, mesmo se os trabalhadores acharem que não atingiram o ponto que desejam ou precisam, existem formas de aprimorar esses importantes conhecimentos. Quando seus funcionários precisam ser acelerados, as empresas muitas vezes oferecem treinamento para ajudá-los a adquirir qualquer conhecimento digital que seja necessário. “Com a falta de profissionais, os empregadores estão demonstrando maior disposição do que antes para treinar e capacitar candidatos, em vez de buscar o produto final”, afirma Stacy. Essa capacitação
Os desafios da economia para o futuro governo
Com 70% da economia global em crise, deve haver queda dos preços das commodities e mais aversão ao risco Por força do cronograma do jornal, este artigo foi redigido antes da divulgação dos resultados das eleições de 2 de outubro. Mas se há (ou havia) dúvidas quanto a quem estará à frente do governo a partir do início do próximo ano, sabe-se que as dificuldades para a condução da política econômica que ele vai enfrentar serão enormes. O primeiro grande desafio vem da economia mundial. Na Europa, o aumento de oito vezes do preço do gás natural, desde o início da guerra na Ucrânia, poderá ter consequências econômicas tão danosas quanto os choques de petróleo dos anos 1970. Parece inescapável que a União Europeia e o Reino Unido tenham que enfrentar forte recessão, com início já a partir deste último trimestre de 2022. Dados os choques de custos e as expressivas desvalorizações cambiais que essas regiões vêm enfrentando, a inflação continuará elevada, o que impedirá que os seus bancos centrais usem a política monetária para aliviar as quedas de renda e emprego, como fizeram na grande crise financeira de 2008. Medidas de nova premiê britânica causam crise econômica e ameaçam seu governo Quanto aos Estados Unidos, dificilmente será possível frear a inflação sem provocar significativo aumento do desemprego e expressiva desaceleração econômica, como o Fed (banco central norte-americano) parecia acreditar até há pouco tempo. Na China, a política de covid zero, a guinada estatizante do governo Xi Jinping, a crise imobiliária e a existência de capacidade ociosa em vários setores concorrerão para manter o crescimento econômico bem abaixo do que vinha sendo registrado até 2019. Com mais de 70% da economia global em crise, deverá haver queda dos preços das commodities, aumento da aversão ao risco e continuidade do fortalecimento do dólar. Tudo isso é muito ruim para a economia brasileira. Além das ondas de choques negativas para o crescimento, esse cenário externo pode também provocar depreciação do real, o que dificultaria ainda mais a tarefa do Banco Central de conduzir a inflação às metas. Como sempre ocorre em campanhas eleitorais, todos os candidatos fizeram promessas de benesses como se não existisse restrição orçamentária. O problema é que desta vez o governo Jair Bolsonaro deixou uma enorme bomba fiscal armada. Utilizou aumentos transitórios de receitas para promover desordenadas desonerações fiscais. Paulo Guedes brada que, apesar da pandemia, 2022 se encerrará com as despesas primárias, como proporção do PIB, no mesmo nível de 2019. O que ele parece esquecer – ou talvez nem saiba – é que isso se deve principalmente a uma repressão de gastos que não poderá mais ser mantida e que o PIB nominal foi inflado pela aceleração da inflação e pela elevação muito maior dos preços ao produtor do que dos preços ao consumidor, e são estes que afetam a maior parte das despesas do governo. Bem, tudo isso é problema para 2023. Agora o que interessa é ganhar a eleição. Pobre Brasil. l https://www.estadao.com.br/economia/os-desafios-da-economia-para-o-futuro-governo/
Entidades empresariais esperam menos bate-boca no 2º turno
Para associações patronais, é preciso avançar no debate de propostas concretas Daniele MadureiraSÃO PAULO Associações empresariais ouvidas pela Folha esperam mais planos de governo e menos bate-boca no segundo turno das eleições presidenciais do Brasil. “O primeiro turno teve muito debate fútil”, diz o engenheiro civil João Carlos Martins, presidente da CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção). “Esperamos que esta segunda etapa seja marcada pela demonstração efetiva das propostas, em questões fundamentais como a garantia da saúde e da educação eficientes, o desenvolvimento da economia, com a inclusão dos mais pobres no mercado de consumo.” Como prioridade, Martins destaca os investimentos por parte do governo. “A construção vem na esteira desse investimento, que depende de vontade política”, diz. “Com a geração de emprego e renda, vamos garantir a estabilidade da economia.” Para Rodrigo Marinheiro, diretor de relações Institucionais e governamentais da Apas (Associação Paulista de Supermercados), já era esperada uma eleição polarizada no Estado de São Paulo, como reflexo do cenário nacional. Mas, segundo ele, para além da disputa ideológica, é urgente aprofundar a discussão sobre regime tributário, desperdício de alimentos e o combate à “fiscalização arrecadatória” no setor supermercadista. “São temas que sugam do setor a capacidade de gerar ainda mais empregos para os jovens entrarem no mercado de trabalho, e ainda aumentam os preços dos alimentos para toda a população”, afirmou. A Abras (Associação Brasileira de Supermercados) disse, em nota, que “o resultado das urnas mostra um país polarizado”, mas que a democracia é o “único caminho” para o crescimento. “Que o segundo turno traga um debate de ideias produtivo, de alto nível, para que ao final do processo eleitoral o país esteja unido em torno de um projeto consistente para promover o desenvolvimento sustentado do Brasil.” Na opinião de Synesio Batista, presidente da Abrinq (Associação Brasileira dos Fabricantes de Brinquedos), há necessidade de reinventar o país para uma economia de mercado que não dependa tanto de matérias-primas, insumos e produtos do exterior. “É hora de se fixar mais no mundo real, falar ao chão de fábrica, e menos em ideias abstratas”, afirmou. A Feninfra (Federação Nacional de Call Center, Instalação e Manutenção de Infraestrutura de Redes de Telecomunicações e de Informática) disse, em nota, esperar apoio do próximo governo para vencer os desafios do setor de telecomunicações, “essencial para o desenvolvimento de inúmeros segmentos da economia e grande gerador de inovação, empregos e investimentos”. O desembargador Artur Marques, presidente da Afpesp (Associação dos Funcionários Públicos do Estado de São Paulo), com 240 mil associados, destacou que os resultados das eleições, mais uma vez, mostraram que a https://sindeprestem.com.br/wp-content/uploads/2020/10/internet-cyber-network-3563638-1.jpg das urnas eletrônicas é eficaz: “Ao contrário do que se cogitou, os resultados são auditáveis e absolutamente seguros. Não houve até hoje qualquer motivo plausível e concreto para colocá-los em dúvida”. https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2022/10/entidades-empresariais-esperam-menos-bate-boca-no-2o-turno.shtml