Metade dos jovens que saíram da escola na pandemia foi trabalhar
Pesquisa encomendada pelo Unicef estima que no Brasil 2 milhões de crianças e adolescentes deixaram de estudar Isabela PalharesSÃO PAULO Um em cada dez jovens entre 11 e 19 anos abandonou os estudos durante a pandemia de Covid-19 e não retornou para a escola. O principal motivo para terem deixado de estudar, apontado por 48% deles, foi a necessidade de trabalhar. Os dados são de um estudo feito pelo Ipec, a pedido do Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância), e foram divulgados nesta quinta-feira (15). Foram entrevistados, pessoalmente, 1.100 jovens dessa faixa etária em todas as regiões do país entre os dias 9 e 18 de agosto. O percentual de jovens que não estão frequentando a escola representa cerca de 2 milhões de adolescentes em todo o país. Os responsáveis pelo estudo destacam que esse número deve ser ainda maior, já que a pesquisa não incluiu crianças de até 10 anos. A maior parte dos que saíram da escola (65%) deixou os estudos antes mesmo de chegar ao ensino médio. O 9º ano do ensino fundamental é a série com o maior percentual de evasão (16%), segundo os resultados do estudo. Mônica Dias Pinto, chefe de educação do Unicef no Brasil, destaca que os resultados mostram que a evasão escolar é resultado direto da desigualdade socioeconômica do país. No geral, 11% dos entrevistados não estão na escola, mas entre aqueles que são de famílias da classe AB esse percentual cai para 4% e sobe para 17% na classe D/E. “É um problema que surge da desigualdade social e a perpetua. Sem garantir o direito à educação a esses jovens, eles estarão mais propensos a continuar vivendo em condições menos favoráveis”, diz Mônica. Ter que parar de estudar para ajudar no sustento de casa é uma história que se repete na casa do mecânico Vanderley Deloste, 52. Ele estudou até o 5º ano, mas parou para ir trabalhar. No ano passado, ele viu o filho Vitor Hugo com 16 anos também ter de deixar a escola no 1º ano do ensino médio. “Eu e a mãe dele ficamos sem serviço por muitos meses e a situação estava difícil em casa. Então, ele teve que ajudar, começou a fazer uns bicos na oficina mecânica e outros em trabalho de alvenaria”, conta Deloste. Ele afirma que o filho era um estudante exemplar, sempre com boas notas e que adorava estudar matemática. “O que ele mais quer é voltar pra escola. Eu também, porque sei que é o único jeito de ter um futuro melhor. Mas agora não tem como, ele precisa trabalhar pra ajudar em casa.” Vitor estudava em uma escola estadual na região do Parque de Taipas, no extremo da zona norte de São Paulo. A direção da unidade ligou três vezes para a família pedindo para que o menino voltasse. O adolescente conta que quer voltar para a escola no próximo ano e planeja entrar em uma turma de EJA (Educação de Jovens e Adultos) para não atrasar ainda mais os estudos, já que quer fazer faculdade de economia. “Eu fico preocupado de ter parado os estudos, de nunca mais conseguir outro emprego. Quero voltar a estudar porque gosto, mas também porque sinto falta dos meus amigos”, afirma. Desde que saiu da escola, ele perdeu o contato com a maioria dos colegas de turma já que trabalha das 7h às 18h e também aos sábados. “Tenho saudade de encontrar meus amigos todo dia na escola.” Segundo a pesquisa do Ipec, depois da necessidade de trabalhar, o segundo motivo mais apontado pelos jovens que saíram da escola foi não conseguir acompanhar as atividades (30%) e porque as aulas presenciais ainda não tinham sido retomadas (29%). “Nesses outros dois motivos, a desigualdade também está presente. Os alunos mais pobres tiveram menos condições de estudar durante a pandemia, porque não tinham acesso a internet e equipamentos. Ou seja, tiveram mais prejuízos de aprendizado”, diz Mônica. Pesquisas anteriores também mostraram que alunos mais pobres e negros foram os mais afetados com escolas que demoraram a retomar as atividades presenciais. Outros motivos que aparecem entre os mais citados foram a necessidade de cuidar de parentes (apontado por 28%) e por ter ficado grávida ou ter tido filho (14%). A pesquisa ainda mostra que há risco da evasão escolar crescer caso não sejam adotadas políticas eficientes de assistência social. Dos jovens que continuam na escola, 21% disseram ter pensado em parar os estudos nos últimos três meses. A dificuldade de acompanhar os conteúdos e a necessidade de trabalhar para ajudar em casa são novamente os motivos mais apontados pelos que cogitam parar de estudar. “Além dos 2 milhões que já estão fora, temos uma quantidade enorme de jovens que também estão pensando em sair. É preciso agir rápido para evitar um desastre ainda maior com essa geração de jovens que já foi tão prejudicada”, diz Mônica. A pesquisa revela ainda que os estudantes estão preocupados com o déficit de aprendizado dos últimos anos. Os resultados mostram que 46% dos jovens dessa faixa etária disseram ter se sentido despreparado para acompanhar as atividades escolares e 50% disseram ter dificuldade para manter uma rotina de estudos desde o retorno presencial. Os dados mostram ainda que apenas 56% dos jovens teve aula de reforço nos últimos 3 meses, mas 83% consideram que esse tipo de atividade contribui para a melhora de seu desempenho. Para 91% seria necessário que as escolas fizessem avaliações para medir o nível de aprendizado dos estudantes, mas apenas 79% diz ter sido avaliado nos últimos três meses. “Os estudantes reconhecem a importância da escola no seu futuro e estão preocupados. É preciso que o país se mobilize para dar a eles a educação que desejam”, diz Mônica. https://www1.folha.uol.com.br/educacao/2022/09/metade-dos-jovens-que-sairam-da-escola-durante-a-pandemia-foram-trabalhar.shtml
UM RAIO-X DO DESAFIO FISCAL DO PRÓXIMO PRESIDENTE
Por Edna Simão e Estevão Taiar, Valor — Brasília Presidente da República eleito ou reeleito em outubro terá de conciliar cumprimento de promessas de campanha com equilíbrio fiscal Em uma situação fiscal ainda bastante delicada, o principal desafio do presidente da República em 2023 será mostrar que as contas públicas do país são sustentáveis no longo prazo, mesmo atendendo promessas de campanha que deverão resultar em aumento de despesas. Embora a arrecadação de impostos venha surpreendendo, com fortes surpresas positivas, incertezas ligadas ao próximo arcabouço fiscal e a gastos futuros com precatórios (dívidas judiciais do poder público já reconhecidas) tornam as perspectivas pouco claras. O quadro tem impactado negativamente inflação, juros de curto e longo prazo e potencial de crescimento econômico. No Brasil, existem três âncoras fiscais: o resultado primário, a regra de ouro e teto de gastos. O próximo governo ainda terá que perseguir uma meta indicativa de déficit primário de R$ 65,91 bilhões, o que corresponde a 0,63% do Produto Interno Bruto (PIB). Mas a tendência, segundo fontes da área econômica, é que esse número volte para o azul em 2023. O último superávit primário registrado foi em 2013. De lá para cá, houve piora ao longo da maior parte dos anos, sendo que o pico de déficit do governo central foi registrado em 2020 (10% do PIB ou R$ 743,254 bilhões) devido à pandemia. O resultado primário mostra a diferença entre receitas e despesas, sem incluir gastos com juros. Já a regra de ouro, que impede que o governo financie o funcionamento da máquina pública com recursos oriundos da emissão de títulos da dívida, deixou de ser, pelo menos no curto prazo, preocupação. Com a redução do déficit primário, a insuficiência dessa conta foi sanada e a projeção do Tesouro Nacional é de que seja apurado “uma margem positiva em torno de R$ 20 bilhões, em média, entre 2023 e 2025”. Por outro lado, o cumprimento do teto de gastos será difícil em 2023, caso não ocorra um ajuste fiscal. Cientes disso, os principais candidatos à Presidência da República já falam em revisar ou mesmo revogar essa regra. Um dos principais pontos de pressão será a manutenção do Auxílio Brasil em R$ 600. O teto limita o crescimento de gastos não financeiros da União à inflação do ano anterior. O teto deste ano foi estabelecido em R$ 1,679 trilhão, depois de o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) terminar 2021 em 10,06%. Para 2023, a Instituição Fiscal Independente (IFI), órgão de monitoramento da política fiscal ligado ao Senado, calcula que o teto ficará em R$ 1,807 trilhão, resultado de IPCA de 7,4% projetado para este ano. Em 2020, o governo alavancou os gastos para minimizar o impacto da pandemia, mas excluiu do teto esse aumento das despesas. O mesmo aconteceu neste ano com o pagamento de um Auxílio Brasil mais expressivo e a criação de auxílios específicos para caminhoneiros e taxistas. Uma das dificuldades para o cumprimento do teto nos últimos anos tem sido o patamar das despesas obrigatórias. O gasto expressivo com pagamento de aposentadorias e pensões, além dos salários dos servidores públicos, compromete um percentual cada vez maior do teto, o que vem sendo compensado pela sucessiva queda do investimento público ao longo dos anos. Nos 12 meses até junho deste ano, o déficit do Regime Geral de Previdência Social (RGPS), do Regime Próprio de Previdência Social (RPPS) e pensões mais inativos militares somou R$ 373,9 bilhões, ou 4,6% do PIB. O elevado nível de vinculação do orçamento público (mais de 96% dos recursos já são carimbados) torna cada vez mais difícil para o governo investir em outras áreas. Para cumprimento das metas fiscais, as chamadas despesas discricionárias – onde estão contabilizados investimentos e o custeio da máquina pública – acabam sendo reduzidas. Isso porque essas despesas são as únicas nas quais o governo tem condições de realizar cortes. Com isso, recursos para áreas consideradas prioritárias para a população, como saúde, educação e segurança pública, acabam sendo atingidas pelos cortes. Com a forte restrição fiscal, um dos programas que vêm perdendo gradualmente recursos é o destinado à moradia para as famílias de baixa renda. A partir de 2009, com o lançamento do Programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV) pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), foi registrada uma aceleração do direcionamento de recursos e subsídios destinados à baixa renda. No governo do presidente Jair Bolsonaro (PL), o programa foi reformulado e passou a chamar Casa Verde e Amarela. O orçamento disponível foi usado para a finalização de obras paradas e em andamento. Com isso, a faixa do programa que continuou operando foi a que mesclava financiamento com subsídio. O secretário Nacional de Habitação do Ministério de Desenvolvimento Regional (MDR), Alfredo Eduardo dos Santos, afirma, no entanto, que a redução do déficit habitacional, de quase 6 milhões de moradias, não passa só por construção de casas, mas também por políticas como o aluguel social e os projetos-pilotos no âmbito do PPI (Programas de Parceria de Investimentos). Do lado das receitas, mesmo com as desonerações promovidas pelo governo federal, a arrecadação de tributos vem batendo sucessivos recordes com a ajuda da inflação, mudanças estruturais na própria arrecadação e o crescimento da atividade econômica. Segundo dados do Tesouro Nacional, em 2021, a carga tributária atingiu 33,9% do PIB. Nos últimos anos, o saldo positivo da balança comercial também vem registrando sucessivos aumentos. A estimativa da Secretaria de Comércio Exterior do Ministério da Economia é que o superávit feche este ano em US$ 81,5 bilhões, resultado de US$ 349,4 bilhões em exportações e US$ 268 bilhões em importações. Nesse caso, a corrente de comércio, que é a soma das duas variáveis, ficaria em US$ 617,4 bilhões. No ano passado, o saldo foi positivo em US$ 61,2 bilhões. De janeiro a julho deste ano, a balança acumulou superávit de US$ 39,7 bilhões, queda de 10,4% sobre o mesmo período de 2021. Embora o saldo positivo seja menor do que o do ano passado, tanto exportações quanto importações
Governo reduz projeção de inflação e reajuste do salário mínimo pode ser menor em 2023
Com recuo do INPC para 6,54%, valor do salário mínimo iria para R$ 1.292 no próximo ano Nathalia GarciaBRASÍLIA O Ministério da Economia reduziu a estimativa para o INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) deste ano de 7,41% para 6,54%. Com o recuo, o reajuste do salário mínimo pode ser menor em 2023. O INPC é o índice usado na correção do piso nacional do salário mínimo, de benefícios previdenciários, assistenciais e de despesas como abono salarial e seguro-desemprego. O salário mínimo hoje é de R$ 1.212. Considerando a nova inflação projetada ao governo, o valor do salário mínimo de 2023 iria para R$ 1.292, o que representa R$ 10 a menos do que a previsão de R$ 1.302 feita no PLOA (projeto da Lei Orçamentária Anual) encaminhado ao Congresso Nacional. O valor efetivo do salário mínimo em 2023 só será conhecido no fim do ano, quando o presidente Jair Bolsonaro (PL) editar a MP (medida provisória) com o novo piso nacional. O chefe da Assessoria Especial de Estudos Econômicos, Rogério Boueri, evitou fazer estimativas na entrevista coletiva desta quinta-feira (15) sobre os novos parâmetros macroeconômicos do governo. “A projeção de salário mínimo não é parte do que a gente faz na grade, é uma decisão que vem por decreto. Não divulgamos esse número, esse número não é público”, disse. Nas últimas semanas, as projeções para a inflação de 2022 foram revisadas para baixo, puxadas pela redução de tributos sobre combustíveis. No fim de junho, o Congresso fixou um teto de 17% a 18% para a cobrança de ICMS sobre preços de combustíveis, energia elétrica, transportes e telecomunicações, além de ter aprovado um corte de tributos federais sobre gasolina e etanol. “A deflação dos últimos meses reflete principalmente a redução dos preços dos itens monitorados, como combustíveis, porém também observamos uma certa estabilização da inflação de serviços e de alimentação no domicílio”, afirmou Boueri. O governo prevê em 2023 um reajuste do salário mínimo sem aumento real pelo quarto ano seguido. O piso nacional foi elevado acima da inflação pela última vez no início de 2019, em um decreto assinado por Bolsonaro, seguindo a política de valorização aprovada em lei ainda no governo Dilma Rousseff (PT). No entanto, desde 2019, o governo tem optado por apenas recompor a variação do INPC, ajuste obrigatório para garantir a manutenção do poder de compra dos trabalhadores. “Quando a gente olha o princípio constitucional de manter o poder de compra no salário mínimo, quando a inflação é maior, o reajuste do salário mínimo tende a ser maior também”, disse Boueri. https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2022/09/governo-reduz-projecao-de-inflacao-e-reajuste-do-salario-minimo-pode-ser-menor-em-2023.shtml
Para empresários da indústria, prioridade do próximo governo no setor deve ser redução de impostos, diz pesquisa da CNI
Industriários disseram que para o país, em geral, o próximo presidente eleito deve focar na educação. Levantamento ouviu 1.001 executivos de empresas industriais de pequeno, médio e grande portes entre 10 e 24 de agosto. Por Alexandro Martello, g1 — Brasília Para empresários da indústria, a prioridade do presidente eleito para o país deve ser a educação. No caso específico do setor industrial, eles esperam que o próximo governo reduza impostos. Esse é o resultado de um levantamento encomendado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), que ouviu 1.001 executivos de empresas industriais de pequeno, médio e grande portes entre 10 e 24 de agosto. Quando questionados sobre quais deveriam ser as prioridades do presidente que governar nos próximos quatro anos, os empresários citaram: Educação: 34%Saúde pública: 26%Crescimento econômico: 20%Redução de impostos: 14%Geração de emprego: 12% Em relação à educação, os empresários listaram esses pontos como prioritários: melhorar a capacitação dos professores, priorizar cursos técnicos/profissionalizantes e aumentar o salário dos professores. “A educação de qualidade em todos os níveis é um dos pilares fundamentais para a construção da cidadania e da prosperidade das nações. Só com educação de qualidade vamos preparar pessoas capazes de interpretar os avanços tecnológicos e propor soluções inovadoras”, afirmou o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Braga. Já as principais prioridades para o setor industrial indicadas foram: Redução de impostos: 41%Reforma tributária: 23%Linhas de crédito facilitadas: 17%Redução da taxa de juros: 8%Desburocratização: 7% Na Saúde, elencaram as seguintes medidas prioritárias: melhorar as condições dos hospitais e postos de saúde, qualificar melhor os médicos e enfermeiros e contratar mais médicos e enfermeiros. As eleições estão marcadas para outubro. Os quatro candidatos mais bem posicionados nas pesquisas eleitorais são Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Jair Bolsonaro (PL), Ciro Gomes (PDT) e Simone Tebet (MDB). OCDE conclui que Brasil foi um dos países que menos investiram em educação durante a pandemia Geração de empregos Para melhorar a geração de empregos, 56% dos empresários consultados avaliaram que o presidente eleito deverá focar em uma reforma tributária. Diferentes governos tentaram levar adiante uma reforma mais profunda do sistema tributário ao longo dos últimos 20 anos, mas não obtiveram sucesso. Na opinião de 48% dos executivos, é preciso reduzir os impostos sobre a folha de pagamento e, para 35%, também é preciso fortalecer a capacitação profissional. “O complexo e oneroso sistema de cobrança de impostos do país inibe a produção de todos os setores econômicos e dificulta a geração de empregos e de renda para os brasileiros. A reforma tributária é fundamental para acelerar o ritmo de crescimento da economia”, afirmou Robson Braga, da CNI. Também aparecem como propostas importantes para a geração de empregos: liberar crédito para as empresas investirem e/ou expandirem a sua capacidade produtiva (29%); e realizar novos aperfeiçoamentos na legislação trabalhista (25%). Avaliação da economia e perspectivas Questionados sobre o cenário atual, 48% dos empresários avaliaram a situação da economia brasileira como ótima ou boa. Ainda segundo o levantamento, 35% avaliaram a economia como regular e 17% como ruim ou péssimo. Sobre o futuro do país, a expectativa dos executivos entrevistados é positiva. Segundo o levantamento, 69% avaliam que a economia deve melhorar um pouco ou muito nos próximos quatro anos, enquanto que 87% se disseram otimistas ou muito otimistas quanto ao futuro de sua empresa. https://g1.globo.com/politica/noticia/2022/09/15/para-empresarios-da-industria-prioridade-do-proximo-governo-no-setor-deve-ser-reducao-de-impostos-diz-pesquisa-da-cni.ghtml