Setor industrial demonstra otimismo com a economia nos próximos meses
Confiança da indústria melhora pelo segundo mês consecutivo Por Andreia Verdélio O Índice de Confiança do Empresário Industrial (Icei) subiu três pontos e alcançou o nível mais elevado desde agosto de 2021. É o segundo mês consecutivo de melhora da confiança do setor, de acordo com a Confederação Nacional da Indústria (CNI). Em setembro, o Icei ficou em 62,8 pontos. “Ao permanecer acima da linha divisória de 50 pontos, o indicador demonstra que a indústria segue confiante”, explicou a CNI. Segundo a entidade, a melhora aconteceu, principalmente, no componente relativo à economia brasileira, que cresceu 5,9 pontos. Mas houve alta em todos os componentes do índice: condições atuais e expectativas, relativas tanto à economia brasileira quanto às próprias empresas. O Índice de Condições Atuais avançou 4,2 pontos e ficou em 58,4 pontos em setembro. “Ao se afastar para mais acima da linha divisória de 50 pontos, o indicador demonstra que o empresário percebe melhora mais forte e disseminada das condições atuais na comparação com os últimos seis meses”, diz a CNI. O Índice de Expectativas também subiu no mês passado e demonstra otimismo “ainda mais forte e disseminado da indústria para os próximos 6 meses”. A alta foi de 2,4 pontos, para 65 pontos. Foram ouvidas 1.469 empresas, entre os dias 1º e 8 setembro, sendo 573 de pequeno porte, 554 médias empresas e 342 de grande porte. https://agenciabrasil.ebc.com.br/economia/noticia/2022-09/setor-industrial-demonstra-otimismo-com-economia-nos-proximos-meses
Robôs precisam se mover mais rápido para salvar o mundo
Os alarmistas dizem que a IA roubará empregos, mas as tendências demográficas subjacentes predizem a contínua escassez de trabalhadores Ruchir SharmaFINANCIAL TIMES Não muito tempo atrás, autores estavam produzindo livros terríveis sobre como “a ascensão dos robôs” levaria a “o futuro do desemprego”, em meio a previsões oficiais de que a metade de todos os empregos nos Estados Unidos estariam em risco com a automação, a partir de agora. Relatórios recentes de empregos, entretanto, revelam uma ameaça diferente: não se os robôs substituirão o trabalho humano, mas se chegarão aqui rápido o suficiente para salvar a economia mundial da escassez de trabalhadores. O desemprego mundial está em 4,5%, o menor desde que os registros globais começaram, em 1980. A escassez de mão de obra está em níveis históricos nas economias avançadas, incluindo o Reino Unido e os Estados Unidos. Existem agora 11,2 milhões de vagas para 5,6 milhões de candidatos a empregos nos EUA, a maior lacuna desde a década de 1950. Milhões de trabalhadores que se demitiram durante a pandemia ainda não retornaram, aumentando o desespero dos patrões. Essas pressões estão fervendo hoje em grande parte porque o crescimento da população em idade ativa –as pessoas entre 15 e 64 anos– começou a diminuir, enquanto a proporção de idosos aumenta. O envelhecimento acelerado é, por sua vez, um resultado atrasado de mudanças sociais que começaram décadas antes: as mulheres têm menos filhos e a ciência amplia a média de expectativa de vida. A população em idade ativa está diminuindo em quase 40 países, incluindo a maioria das principais potências econômicas, contra apenas dois no início da década de 1980. Os EUA estão caindo menos precipitadamente do que a maioria, mas estão na mesma situação básica. Mais que qualquer outro fator, um número menor de trabalhadores garante um crescimento econômico mais lento, então a maioria dos países precisará de mais robôs apenas para manter o crescimento vivo. Os tecnopessimistas ainda tocam o alarme, dizendo que o espectro de robôs roubarem empregos e reduzirem salários ressurgirá à medida que a pandemia desaparecer e os demissionários retornarem ao trabalho, o que pode acontecer… ou não. De qualquer forma, as tendências demográficas subjacentes predizem escassez contínua. Entre os países mais atingidos estão China, Japão, Alemanha e Coreia do Sul –todos devem ver a população em idade ativa cair pelo menos 400 mil por ano até 2030. Não por coincidência, esses países já abrigam altas concentrações de robôs e estão produzindo mais. As fábricas do Japão utilizam quase 400 robôs por 10.000 trabalhadores, contra 300 há apenas quatro anos. A China, à sua maneira de cima para baixo, está subsidiando fortemente os fabricantes de robôs, com o objetivo de aumentar sua produção em 20% ao ano até 2030. Mesmo nesse ritmo, preveem analistas da Bernstein, os robôs não podem preencher todas as vagas na força de trabalho, que a China espera reduzir para 35 milhões de trabalhadores nos próximos três anos. Os governos podem responder à escassez de mão de obra de outras maneiras –pagando bônus aos pais para terem mais filhos, incentivando as mulheres a entrar ou voltar ao mercado de trabalho, recebendo imigrantes ou aumentando a idade de aposentadoria. Mas todos esses passos desencadeiam a resistência humana, especialmente numa era populista raivosa. Os robôs provocam uma reação diferente, um vago medo das máquinas e da inteligência artificial que ganha forma principalmente nos livros, raramente em protesto contra o roubo de empregos. Enquanto isso, os robôs chegam silenciosamente à doca de carregamento, sem contestação. Como inovações anteriores, os robôs matam algumas profissões e criam outras. O motor a gasolina tornou obsoleto o condutor de charrete puxado por cavalos, mas gerou o motorista de táxi. Cerca de um terço dos empregos criados nos EUA estão em campos que não existiam ou quase não existiam 25 anos atrás. E um terço “vai mudar fundamentalmente nos próximos 15 a 20 anos”, segundo a OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico). A https://sindeprestem.com.br/wp-content/uploads/2020/10/internet-cyber-network-3563638-1.jpg traz disrupção, não destruição seguida de nada –como implica o “futuro do desemprego”. Cada robô pode substituir três ou mais trabalhadores fabris, o grupo mais atingido. Mas o grau de disrupção depende do ritmo da mudança, muitas vezes exagerado. Os analistas previam desde a década de 1950 que a IA completa chegaria em 20 anos, mas ainda não chegou. Alertas terríveis de que os veículos autônomos acabariam com um dos empregos mais comuns nos Estados Unidos –motorista de caminhão– deram lugar à escassez de caminhoneiros. Agora, a recessão se aproxima, mas é improvável que o desemprego suba tanto quanto em crises anteriores, devido novamente à redução da força de trabalho. Menos trabalhadores deixarão o mercado de trabalho mais apertado do que o normal ao longo do ciclo de negócios, mesmo que os robôs continuem a se multiplicar. Eles estão chegando na hora. Devido a uma queda inesperadamente acentuada nas taxas de natalidade, a ONU recentemente elevou sua previsão para o ritmo do declínio populacional, dos EUA à China. Leva anos para que os nascimentos afetem a força de trabalho, mas governos inteligentes agirão agora, atraindo mais mulheres, imigrantes, idosos e –sim– robôs para a força de trabalho. A outra opção é menos trabalhadores, automatizados ou não, e um futuro sem crescimento. Tradução de Luiz Roberto M. Gonçalves https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2022/09/robos-precisam-se-mover-mais-rapido-para-salvar-o-mundo.shtml
De um lado, o desemprego; de outro, pessoas pedindo demissão em busca de novos horizontes
Há dois movimentos mundiais que merecem a atenção do empregador: ‘the great resignation’ e ‘quiet quitting’ Por Neide Martingo, Valor Investe O Brasil é formado por paradoxos, dentro e fora da economia. O mercado de trabalho é um exemplo. A taxa de desemprego no país atinge 9,9 milhões de pessoas, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O índice, que era 9,3% em junho (10,1 milhões de pessoas sem trabalho) recuou para 9,1% no trimestre encerrado em julho, o menor da série, desde 2015. Mesmo assim, é um cenário que preocupa. Ao mesmo tempo, enquanto tem gente que procura espaço no mercado, há os que pedem demissão – buscam novos horizontes. A tendência vem crescendo e já existem dois movimentos mundiais que merecem a atenção dos empregadores. Um deles é o “the great resignation”: funcionários estão insatisfeitos com o trabalho e com o modo de vida que levam e pedem desligamento da empresa, em busca de qualidade de vida, entre outras coisas. Um levantamento da LCA Consultores demonstra que, dos 1,8 milhão de desligamentos registrados apenas em março último, mais de 600 mil (ou 33%) foram voluntários. “Os dados, as notícias recentes e a vivência prática mostram que the great resignation, onda verificada nos Estados Unidos, na Europa, na China e na Índia, também já é realidade no Brasil. As organizações precisam estar preparadas, identificando como tornar as vagas que oferecem não só atraentes do ponto de vista da empregabilidade, mas da satisfação que proporcionam ao profissional”, afirma Márcio Monson, fundador e diretor da Selecty, empresa de https://sindeprestem.com.br/wp-content/uploads/2020/10/internet-cyber-network-3563638-1.jpg para recrutamento e seleção. “Essas pessoas consideram que certas atividades trazem menos dinheiro e status, mas geram mais felicidade, por exemplo”. Para o especialista, reverter o fenômeno passa por combater culturas tóxicas nas empresas, excesso de pressão, insegurança e falta de reconhecimento profissional. Costumam ser razões como essas, e menos aquelas ligadas ao salário, que motivam as “renúncias”. Outra tendência no mundo é o “quiet quitting”, como está sendo chamado o hábito de trabalhadores executarem apenas o mínimo exigido de suas atribuições, sem interesse de entregar mais do que lhe é esperado. Muitos empregadores dizem que trata-se de uma “demissão silenciosa”, uma forma de o trabalhador expressar que não tem interesse de continuar na empresa. Há quem acredite que a postura evita desgastes que chegam por conta de uma dedicação excessiva que, muitas vezes, não é vantajosa pelas condições de trabalho. “Agir dessa maneira pode acabar impedindo a evolução profissional. O aprendizado e o desenvolvimento dependem da disposição para se arriscar em coisas novas, mesmo que isso não seja diretamente pedido ao funcionário. A falta de estímulo tende a estagnar o trabalhador, sem que ele cresça e alcance novos objetivos”, detalha Uranio Bonoldi, especialista em negócios e tomada de decisão. Ele sugere que o colaborador analise as causas do desinteresse e descubra se a vaga está alinhada com os valores e objetivos dele. É preciso evitar o estado de “estagnação”. Já o empregador, diz Bonoldi, precisa avaliar o que pode ser feito para evitar que as equipes cheguem a esse ponto. “A solução é conhecer melhor as pessoas com quem se trabalha e buscar oferecer a elas as condições necessárias para que executem suas funções com mais empenho”. https://valorinveste.globo.com/objetivo/empreenda-se/noticia/2022/09/14/de-um-lado-o-desemprego-de-outro-pessoas-pedindo-demissao-em-busca-de-novos-horizontes.ghtml
Salário médio de contratação fica menor do que há um ano; veja remuneração por setor
Em julho, o salário médio real de admissão foi de R$ 1.926,54. Em julho de 2021, o valor era de R$ 1.982,55; Já em relação a junho houve ligeiro aumento, de 0,8%. Por Marta Cavallini, g1 O trabalhador brasileiro está sendo contratado por valores menores do que aqueles pagos no ano passado. Levantamento feito pelo g1 com dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Previdência mostram que o salário médio de contratação no país em empregos com carteira assinada foi de R$ 1.926,54 em julho – 2,82% abaixo dos R$ 1.982,55 pagos no mesmo mês do ano passado. 3 em cada 10 desempregados no Brasil seguem em busca de trabalho há mais de 2 anos, aponta IBGEAlta do emprego está concentrada em vagas de baixa escolaridade e expõe precarização, diz Dieese Em relação a junho, no entanto, houve uma ligeira alta, de 0,8%: naquele mês, o salário médio de contratação ficou em R$ 1.911,23. Na comparação com janeiro deste ano, que teve o maior valor registrado (R$ 1.994,11) desde julho de 2021, a queda foi de 3,4%. Julho foi o segundo mês seguido de aumento real no salário médio de contratação. Em maio, a queda acumulada no rendimento chegou a 5,6% em um ano – o valor médio de R$ 1.898 registrado foi o mais baixo desde dezembro de 2021. Maiores e menores salários iniciais Entre os 20 principais grupamentos de atividades econômicas, os menores salários de contratação em julho foram em vagas em alojamento e alimentação, agricultura, pecuária e pesca e no comércio. Já as maiores remunerações iniciais foram pagas em ocupações em atividades financeiras e em organismos internacionais. Salário inicial x final Os salários iniciais seguem menores que as remunerações dos profissionais que saem dos empregos. Em julho, o salário médio real dos trabalhadores demitidos foi de R$ 1.988. Ou seja, 3,17% acima do salário médio de contratação (R$ 1.927). Em um ano, o único mês que teve o salário de desligamento menor que o de admissão foi janeiro. Recorde nos pedidos de demissão O país registrou novamente recorde nos pedidos de demissão entre os trabalhadores com carteira assinada. Foram 6,467 milhões de pedidos de demissão nos últimos 12 meses até julho. Isso em meio ao desemprego ainda elevado, número de informais recorde e dificuldade de trabalhadores menos qualificados de voltarem ao mercado de trabalho. Esse número equivale a 32,4% do total de desligamentos de trabalhadores no período (19,984 milhões). Ou seja, 1 de cada 3 desligamentos foram voluntários (a pedido do trabalhador). Os valores dos salários são um dos motivos para os profissionais saírem de seus empregos. Outra razão é a diminuição dos efeitos da pandemia no mercado de trabalho. Assim, profissionais pedem demissão para serem admitidos dentro de cargos mais adequados a suas qualificações, com melhores remunerações. “Muitas pessoas permaneceram em trabalhos que não eram condizentes com suas qualificações devido à necessidade de alguma recomposição de renda durante a pandemia. Mas muitas delas passaram a se desligar de empregos para se admitirem em outros mais adequados”, diz Bruno Imaizumi, economista da LCA Consultores. Serviços é de novo o carro-chefe na contratação O setor de serviços, o mais atingido pela pandemia e o que mais emprega no país, segue como o principal destaque na geração de novas vagas formais do país (874.203), sendo responsável por 56% do saldo de empregos criados nos 7 primeiros meses do ano (1.560.896), de acordo com os dados do Caged. No ano, o saldo é positivo em todas as atividades econômicas, com destaque para indústrias de transformação e construção. Veja quadro abaixo: A criação de 1,56 milhão de vagas formais entre janeiro e julho representa recuo de 13% na comparação com o mesmo período de 2021, quando foram criadas 1,79 milhão de vagas. Já em julho foram criados 218,9 mil empregos com carteira assinada. Trata-se de uma piora em relação a julho do ano passado, quando foram criados 306,5 mil empregos formais – queda de 28,6%. Em julho de 2020, em meio ao isolamento da primeira onda da Covid-19, foram abertos 108,4 mil empregos com carteira assinada. Nesse caso, o aumento foi de 102% na criação de vagas em julho deste ano. https://g1.globo.com/economia/noticia/2022/09/14/salario-medio-de-contratacao-fica-menor-do-que-ha-um-ano-veja-remuneracao-por-setor.ghtml