Empresas começam a abrir as portas para os profissionais com mais de 50 anos

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Por Bianca Zanatta Companhias investem em programas de requalificação para combater etarismo e ampliar diversidade de equipes; em 2040, 57% dos trabalhadores terão mais de 45 anos Em um país em que 26% da população tem acima de 50 anos, as oportunidades de emprego para essa faixa etária ainda são restritas. Em muitas empresas, a participação desse grupo não ultrapassa os 10% do time, conforme estudo da plataforma de realocação Maturi e da EY Brasil. De olho nesse descompasso e na escassez de mão de obra especializada, companhias, como PepsiCo, Delloite, Credicard, Banco Neon e Kimberly Clark, estão desenvolvendo programas para aumentar a diversidade etária de suas equipes. Com o aumento da idade de aposentadoria (62 anos para mulheres e 65 anos para homens) e uma expectativa de vida cada vez maior, as pessoas vão precisar ficar mais tempo no mercado de trabalho. Intitulada “Por que pessoas 50+ não são consideradas como força de trabalho em um país que envelhece?”, a pesquisa mostra que, em 2040, 57% dos trabalhadores terão mais de 45 anos. Para absorver esse contingente de mão de obra sênior, as empresas terão de criar políticas consistentes para reduzir barreiras à entrada e manutenção desse profissionais no mercado. Hoje há uma dificuldade crescente para a geração madura se inserir no mercado de trabalho exatamente por causa do etarismo e dos avanços tecnológicos. “Aquilo que se propaga sobre habilidade em https://sindeprestem.com.br/wp-content/uploads/2020/10/internet-cyber-network-3563638-1.jpg é em parte verdade. As pessoas maduras utilizam as https://sindeprestem.com.br/wp-content/uploads/2020/10/internet-cyber-network-3563638-1.jpgs, mas falta entender um pouco mais o que são essas https://sindeprestem.com.br/wp-content/uploads/2020/10/internet-cyber-network-3563638-1.jpgs. Não precisa se tornar um programador, mas vale pesquisar mais a fundo o que é o metaverso, por exemplo”, diz o diretor de diversidade, equidade e inclusão da Deloitte, José Marcos da Silva, coautor do livro Revolução 50+. Etaristas Segundo a pesquisa da Maturi e EY, as próprias empresas reconhecem que são etaristas. Quase 80% delas afirmam que existe um viés contrário a profissionais mais experientes. Mas o presidente da Maturi, Mórris Litvak, afirma que, aos poucos, a situação começa a mudar pela necessidade. Com a alta rotatividade dos profissionais, algumas empresas passaram a enxergar a responsabilidade, o comprometimento e a inteligência emocional como um diferencial dos 50+. Além disso, as organizações estão de olho no consumidor da chamada economia prateada, que também está em alta. Para alcançar esse público, é preciso entender as suas necessidades. “Por isso, é fundamental ter profissionais que saibam se comunicar e desenvolver produtos para esse público”, diz Litvak, responsável pela implementação de projetos, consultorias e treinamentos ligados ao tema em empresas como Credicard, Banco Neon e Kimberly Clark. https://www.estadao.com.br/economia/sua-carreira/empresas-contratam-profissionais-50-anos/

Ciro propõe ‘reindustrialização’ do país como alternativa ao desemprego

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Candidato do PDT faz discurso em defesa do setor no Rio: ‘Eu quero, através de alguns complexos industriais, retomar com força a indústria brasileira’ Por Felipe Mendes  A despeito da queda no número de desocupados no país nos últimos meses, é nítido que as campanhas dos candidatos à Presidência irão mirar a geração de postos de emprego para a população brasileira. Em um discurso efusivo neste sábado, 20, no Rio de Janeiro, o candidato do PDT na disputa, Ciro Gomes, disse que, a principal forma de recuperar os empregos com qualidade seria por meio uma “reindustrialização forçada” do país. “Se a gente quer responder à questão de voltar a ter empregos qualificados para o povo brasileiro, é preciso propor como eu estou propondo uma reindustrialização forçada do Brasil. A indústria era 34% do PIB brasileiro, agora caiu para 10%. Eu quero através de alguns complexos industriais que estão todos estudados, retomar com força a indústria nacional brasileira”, afirmou ele, em um discurso no calçadão de Campo Grande, na Zona Oeste do Rio. Ciro afirmou que é possível produzir itens que hoje são, em sua maioria, importados, como equipamentos hospitalares, componentes de aviões e diversos outros tipos de insumos. “O Brasil é o país que mais destruiu indústrias na história do capitalismo. Se a gente fecha indústria como quem mata moscas numa churrascaria de beira de estrada, o desemprego tem uma explicação”, reiterou. No evento de campanha, o candidato Pedetista também falou sobre segurança pública e prometeu aumentar o orçamento para a Polícia Federal. Depois, Ciro partiu para São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio, onde participou de outra caminhada. https://veja.abril.com.br/economia/ciro-propoe-reindustrializacao-do-pais-como-alternativa-ao-desemprego/

PL propõe regras para profissionalizar a prestação do serviço de entregas por aplicativo

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Projeto de lei (PL 1.615/2022) do senador Jorge Kajuru (Podemos-GO) propõe regularizar o serviço de entregas de mercadorias e transporte individual ou compartilhado privado feito por aplicativos. As regras e medidas têm objetivo de profissionalizar o trabalho, gerar mais segurança econômica e social aos trabalhadores, e exigir uma gestão mais transparente. As regras propostas no PL são contribuição das empresas para Previdência Social (virá da taxa limitada de desconto sobre o apurado que é 25% em cima dos ganhos do serviço); sindicatos, associações e cooperativas, organizadas em âmbito municipal, que defendem os direitos desses trabalhadores; cadastro das empresas no Ministério do Trabalho com apresentação de relatórios da situação empresarial; canais de atendimento e suporte; e equipamentos de segurança para o exercício do trabalhador.  O senador argumenta que há desamparo por parte das organizações, como Uber e 99, a motoristas, motociclistas e ciclistas de aplicativos. Segundo ele, há falta de transparência e por causa da inteligência dos algoritmos, as empresas que exploram essas atividades continuam gerando lucros bilionários. “Esses trabalhadores nunca sabem quanto receberão por suas corridas. São iludidos. Trabalhar nas horas de maior fluxo pode significar apenas mais lucros para os intermediários, nada a mais para o motorista. Há uma insegurança total nesses contratos”, justifica Jorge Kajuru. Contribuição O parlamentar explica sobre a dificuldade de inserção dos motoristas na Previdência Social, o que os leva a se registrar como MEI, porém para o microempreendedor é preciso nota fiscal. Sendo assim, o projeto de lei propõe que sejam recolhidos 3% sobre os valores recebidos, para o financiamento dos benefícios dos empregados (título de contribuição). Os trabalhadores também terão o registro simplificado pelo INSS, com número próprio, contabilizando os recolhimentos de contribuição sendo considerado comprovação de renda. Sindicatos e taxas-limite Outra ação que acarreta mudanças no serviço, é o direito de associação, sindicalização e cooperativismo, organizados preferencialmente em âmbito municipal. Quanto às empresas de plataformas digitais, para que tenham liberdade de operação, deverão estar inscritas no Ministério do Trabalho e Previdência, além de possuir endereço conhecido, representante legal, capital social ou garantias bancárias compatíveis com a movimentação financeira e os riscos envolvidos. Também é proposto pelo senador um limite de 25%, para as taxas e comissões das empresas em cima do valor cobrado dos consumidores, (deduzidos 3% para a Previdência). Transparência e segurança O parlamentar sugere relatórios mensais e individuais aos prestadores de serviço contendo prestação de gastos e contas, números de telefone para sugestões, reclamações e emergências de segurança ou saúde. Também deverá ser oferecido equipamentos de segurança individual e pagamento de seguro contra acidentes pessoais, coletivos ou individuais. Haverá punição à empresa dentro de plataforma digital, caso descumpra as regras. Essas ações, segundo Jorge Kajuru, irão trazer controle sobre as atividades realizadas, com o fim da exploração e os contratos sem cláusulas definidas. “Nessa linha de aperto econômico, o seguro de um carro usado para trabalhar como aplicativo acaba custando o dobro do que o seguro de um carro comum de passageiros. Tudo por conta do motorista. Havendo problemas, basta excluir o motorista dos quadros e haverá outros, sempre prontos a sonhar com dois salários-mínimos por mês, até que o carro acabe”, diz.   O projeto de lei ainda aguarda designação de relator. Joás Benjamin sob supervisão de Patrícia Oliveira https://www12.senado.leg.br/noticias/materias/2022/08/19/pl-propoe-regras-para-profissionalizar-a-prestacao-do-servico-de-entregas-por-aplicativo

Desemprego, renda e eleições

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Benefícios da recuperação pós-pandemia só chegarão para a maior parte da população depois das eleições A taxa de desemprego vem se reduzindo bastante no Brasil. A última pesquisa do IBGE mostrou que ela ficou em 9,3% no trimestre encerrado em junho, uma queda de 5 pontos percentuais na comparação com o mesmo trimestre do ano anterior. Quem são os mais afetados pelo desemprego no Brasil? Em que medida esta queda do desemprego está melhorando o padrão de vida das famílias no curto prazo? Como isto pode afetar o cenário eleitoral? A relação entre a taxa de desemprego agregado e o bem-estar das famílias de diferentes classes sociais não é trivial. O principal fator que define o padrão de vida das pessoas é a sua capacidade de consumo, que é determinada principalmente pela sua renda familiar per capita. Assim, o desemprego afetará o padrão de vida das pessoas se mudar sua renda familiar. Mas, isto depende muito de quem na família está desempregado. Benefícios da recuperação só chegarão para a maior parte da população depois das eleições A figura mostra a evolução do desemprego do(a) chefe da família, do cônjuge e dos filhos que moram com os pais, desde 2012 até hoje em dia. Podemos notar, em primeiro lugar, que os filhos que moram com os pais é sempre o grupo que tem mais desemprego. Por que isto ocorre? Porque os filhos têm menor ligação com o mercado de trabalho do que os pais. Eles dividem seu tempo entre trabalho e estudos, contam com a ajuda financeira dos pais e ficam pouco tempo em cada emprego, pois estão experimentando o que gostam de fazer e têm dificuldades socioemocionais para se manter no emprego por muito tempo. Podemos verificar também que o aumento no desemprego após a crise de 2015 e durante a pandemia afetaram bem mais os filhos, especialmente os menos escolarizados. Entre eles, a taxa de desemprego passou de 16% em 2014 para 32% em 2021. Entre os(as) chefes da família o desemprego passou de 4% para 10% e entre os cônjuges de 6% para 10%. Assim, o desemprego entre os filhos contribuiu com metade do aumento do desemprego agregado ocorrido no período, já que eles formam 25% da população adulta no Brasil. Assim, embora quase 1/3 dos jovens estivessem desempregados no início de 2021, este desemprego não afeta tanto o padrão de vida das famílias como o desemprego dos pais, pois a renda dos filhos geralmente é menor (especialmente a dos menos educados), e bem mais volátil. Além disto, hoje em dia há toda uma rede de proteção social, composta pelo Auxílio Brasil, a renda de aposentadorias, o Benefício de Prestação Continuada e seguro desemprego, que contribuem bem mais para a renda familiar per capita hoje em dia do que há 20 anos. Por exemplo, apesar do grande aumento do desemprego ocorrido entre 2014 e 2017, a renda familiar média caiu muito pouco no mesmo período. Mais importante para a renda familiar é o desemprego entre os pais, que também dobrou após as duas crises. Isto afetou fortemente seu padrão de vida, especialmente quando ambos perdem o emprego ao mesmo tempo, como ocorreu na pandemia. Além disto, muitos dos que perderam emprego tinham pouca escolaridade, não conseguiam trabalhar de casa e não estavam cobertos pela rede de proteção social. Assim, a fome e os moradores de rua voltaram. O desemprego tem caído rapidamente nestes últimos 12 meses, o que está melhorando a renda per capita dos mais pobres, fortemente afetada pela pandemia, e diminuindo a pobreza. Mas, fora os casos em que os pais foram diretamente afetados pelo desemprego, o que mais importa para o padrão de vida da maioria das famílias é a renda do trabalho, que é influenciada pelo salário mínimo e pelo comportamento do mercado de trabalho. No período recente, o salário mínimo não tem aumentado em termos reais. Assim, a redução do desemprego só vai afetar o padrão de vida da classe média quando aumentar a pressão no mercado de trabalho, provocando um aumento nos salários de todos os trabalhadores. Mas o efeito da recuperação econômica sobre os salários médios costuma demorar para aparecer, devido ao efeito composição. Como os trabalhadores menos qualificados, que têm salários mais baixos, foram os mais prejudicados na pandemia, o salário médio da economia tende a declinar no início da retomada, quando eles são recontratados. Só depois, quando a taxa de desemprego se reduz ainda mais, é que o salário médio da economia começa a aumentar. Assim, a renda do trabalho no último trimestre ainda está 5% abaixo do ano passado, apesar de ter aumentado nos últimos trimestres. E como tudo isso afeta o cenário eleitoral? O governo federal está gastando bilhões de reais com os aumentos dos Auxílio Brasil, vale gás, redução de impostos e outros programas. Mas, parte destes aumentos está sendo corroída pela inflação e as pessoas mais pobres ainda se lembram da grande virada no seu padrão de vida que ocorreu durante o governo do presidente Lula. Além disto, o aprendizado e a saúde mental dos seus filhos foram bastante afetados pela pandemia e ainda não se recuperaram. Para compensar tudo isto, seria necessário um grande e persistente aumento do salário real da classe média. E para isto acontecer, o desemprego terá que cair ainda mais (de 23% para 16% entre os filhos menos escolarizados, para atingir o nível de 2014). Além disso, a inflação tem que diminuir. Pode ser que estes objetivos sejam incompatíveis, porque um desemprego muito mais baixo poderá pressionar a inflação. Mas, de qualquer forma, se isto realmente ocorrer, só acontecerá no início do ano que vem. Assim, os benefícios da recuperação pós-pandemia só chegarão para a maior parte da população depois das eleições. Naercio Menezes Filho, professor titular da Cátedra Ruth Cardoso no Insper, professor associado da FEA-USP e membro da Academia Brasileira de Ciências e Diretor do CPAPI, escreve mensalmente às sextas-feiras (email: naercioamf@insper.edu.br). https://valor.globo.com/opiniao/coluna/desemprego-renda-e-eleicoes.ghtml