Jovens desempregados: número está 6 milhões acima dos níveis pré-covid
Por Lucas Pordeus Leon O número de jovens desempregados em todo o mundo ainda está 6 milhões acima dos níveis de antes da pandemia, segundo relatório da OIT, a Organização Internacional do Trabalho. O documento divulgado nesta quinta-feira aponta para um saldo negativo de empregos entre os jovens de 15 a 24 anos de 4,5% em relação à antes da Covid-19, porcentagem três vezes maior que o deficit de empregos entre os adultos. A jovem Beatriz Barreto, de 25 anos, formada em gastronomia, cita a falta de experiência como principal obstáculo. A situação é pior para as mulheres. Enquanto 40% dos jovens do sexo masculino devem estar empregados em 2022, essa porcentagem chega a apenas 27% entre as mulheres, conforme destacou a Diretora da OIT, Martha Newton. Apesar do desemprego entre jovens continuar acima no nível pré-covid, a OIT espera que caia de 75 para 73 milhões o número de desempregados nessa faixa etária durante 2022 em todo o mundo. Por outro lado, a porcentagem de jovens que não trabalham, nem estudam, os NEM-NEM, subiu 1,5 ponto percentual na pandemia, chegando a 23% do total dos jovens em 2020, nível mais alto dos últimos 15 anos. Da RN em BSB, LPL. https://agenciabrasil.ebc.com.br/radioagencia-nacional/economia/audio/2022-08/jovens-desempregados-numero-esta-6-milhoes-acima-dos-niveis-pre-covid
Levantamento traça perfil inédito dos estagiários no Brasil
Políticas de estágio podem beneficiar empresas e alunos Luiz Paulo SouzaRIBEIRÃO PRETO Um levantamento inédito do CIEE (Centro Integrado Empresa-Escola), divulgado nesta quarta (10), traçou o perfil dos estagiários no Brasil. A pesquisa estimou que apenas 25% dos estudantes acima dos 16 anos estão ocupados. O estágio é uma ocupação sem vínculo empregatício e, por isso, não entra para as estatísticas oficiais. Para fazer esse levantamento, o CIEE, em parceria com a Tendência Consultoria Integrada, utilizou dados da PNAD contínua para estimar a evolução histórica do número dos estagiários e obter informações descritivas desse grupo. Foram considerados estudantes acima dos 16 anos, que frequentam a escola, trabalham sem carteira assinada, por até seis horas por dia e tem contrato de, no máximo, 2 anos. Ter ofício compatível com atividade de estágio também foi levado em consideração. O estudo estimou que o contingente de estagiários em 2021 foi de 707.903, cerca de 25% de todos os estudantes acima dos 16 anos. Desses, 40% eram de famílias de classes D e E, com renda de até R$ 3.000 por mês. Para Mônica Vargas, Superintendente Nacional de Operações e Atendimento do CIEE, o levantamento mostra uma janela de oportunidades para políticas públicas. Segundo dados do IBGE, no primeiro trimestre de 2022, a taxa de desemprego entre jovens de 14 a 17 anos era de 35,4%, e entre o grupo de 18 a 24 anos, de 22,6%. Para Mônica, o estágio é uma maneira de combater esse desemprego. O levantamento mostrou que os jovens de 20 a 24 anos ocuparam quase 50% das vagas, seguidos pelo grupo de 16 a 19 anos, com cerca de 20%. Somados, os jovens de 25 a 39 anos ocuparam cerca de 30% das vagas. Dados históricos do próprio CIEE mostram que cerca de 54% dos estagiários são efetivados pelos empregadores. É o caso de Nithael Morales, 24, morador de Belo Horizonte. Em março desse ano ele se formou em direito na UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais). Nithael começou o estágio em 2019, numa instituição pública e, ao final dos dois anos de experiência, foi efetivado. Para ele, o estágio foi uma ajuda para se manter no curso. Ele recebia bolsa da universidade, mas quando começou a estagiar, seus dois pais estavam desempregados e ele tinha uma irmã mais nova que também não trabalhava. A bolsa-auxílio era de R$ 633, o equivalente a R$ 795,74 hoje, corrigidos pelo IPCA. Segundo ele, a bolsa foi essencial para que pudesse comprar os livros de que precisava, pagar refeições e ajudar em casa. Um estudo anterior realizado pelo Ipec (Inteligência em Pesquisa e Consultoria), em parceria com o CIEE, mostrou que 69% dos bolsistas, em 2021, ajudavam no sustento da família. 9% eram os únicos responsáveis pela renda familiar. A média da bolsa-auxílio no ano foi de R$ 1.023,69, o equivalente a R$ 1.180,42 hoje, corrigidos pelo IPCA. Para Nithael, o estágio foi importante para ele descobrir a área do direito em que gostaria de atuar, mas também foi um momento de conhecer o ambiente da empresa, o ritmo de trabalho e se certificar de que ele seria respeitado nesse espaço. De acordo com o levantamento, a área do direito foi a que mais ofereceu vagas de estágio, seguido pela educação básica e fundamental, pela administração pública e pelo ensino superior. Segundo Vargas, o estágio também é bom para as empresas —essa é uma maneira de treinar o colaborador, sendo uma fonte de seleção e recrutamento menos onerosa para a empresa do que contratar um funcionário que possa não se adequar e precise ser demitido. Nithael concorda. Segundo ele, o estágio foi um momento bom de aprendizado, em que se sentiu mais confortável para tirar dúvidas e, eventualmente, cometer erros. Também foi um momento em que ele pôde mostrar seu interesse e o valor que poderia agregar para os empregadores. De acordo com o levantamento, em 2021, o setor privado foi responsável por mais de 60% das vagas. O estudo ainda mostrou características de gênero. Na série histórica, os homens ocupam cerca de 40% das vagas. Em relação à raça, os brancos ocupam 50%, seguidos dos pardos com pouco menos de 40%, e dos negros com cerca de 10%. Os amarelos e indígenas quase não aparecem. Para Mônica, esse aspecto revela uma necessidade de políticas de diversidade para estagiários. Para Humberto Casagrande, superintendente geral do CIEE, o estágio é uma maneira de equilibrar as deficiências da educação no Brasil e de combater a evasão escolar, mas o número de estagiários ainda é muito pequeno. Segundo ele, são necessárias políticas públicas que favoreçam essa modalidade de ocupação. Vargas relata que alguns Estados já têm políticas orientadas a estágio. É o caso do Maranhão, que fomenta o programa Mais Estágios, numa parceria entre órgãos estaduais e empresas públicas e privadas. https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2022/08/levantamento-traca-perfil-inedito-dos-estagiarios-no-brasil.shtml
Varejistas se reúnem com Alckmin e Mercadante para debater revogação da reforma trabalhista
Outro tema discutido foi sobre como a reforma tributária deverá ser conduzida em eventual governo do PT Por Adriana Mattos e Mônica Scaramuzzo, Valor — São Paulo Os principais empresários do varejo se reuniram nessa quarta-feira (10) com o ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSB), candidato a vice-presidente na chapa de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e Aloizio Mercadante, coordenador do programa de governo do candidato petista. O encontro, organizado pelo Instituto para Desenvolvimento do Varejo (IDV), no hotel Unique, em São Paulo, teve dois temas centrais: a reforma tributária e revogação da reforma trabalhista. Os empresários questionaram como o PT deverá conduzir as reformas, caso Lula seja eleito. O ex-presidente não compareceu à reunião por conta de uma indisposição estomacal. O encontro reuniu cerca de 60 varejistas, entre eles, a empresária Luiza Trajano (Magazine Luiza) e Flavio Rocha (Riachuelo). “Havia uma preocupação do setor, de forma geral, sobre uma eventual revogação da reforma trabalhista, mas tanto Alckmin como Mercadante não sinalizaram uma mudança radical nesse sentido, caso o Lula seja eleito”, disse, ao Valor, Jorge Gonçalves Filho, presidente do IDV. Gonçalves é executivo da rede Telhanorte Tumelero. A revogação da reforma trabalhista é um ponto sensível ao empresariado. Outro tema discutido foi sobre como a reforma tributária deverá ser conduzida em eventual governo do PT. “Colocamos em debate a importância de uma reforma ampla, que não só atenda aos Estados e municípios, como o empresariado e consumidores.” Segundo o presidente do IDV, Alckmin estava “muito à vontade” no encontro com os varejistas e não fugiu das perguntas durante as duas horas da reunião. O IDV divulgou, no ano passado, levantamento mostrando que o Brasil deixou de arrecadar entre R$ 400 bilhões e R$ 600 bilhões em impostos em 2020. A sonegação de impostos é uma forte preocupação do setor, disse Gonçalves. O IDV não é signatário da carta em defesa da democracia, que será lida nessa quinta-feira (11) no Largo de São Francisco e na PUC do Rio. O documento já reúne mais de 800 mil assinaturas. Gonçalves afirmou que a entidade é apartidária e que pretende ouvir todos os candidatos à Presidência antes de participar desse tipo de manifesto. Simone Tebet (MDB) e Ciro Gomes (PDT) também vão se reunir com o IDV neste mês. A data para a participação do presidente Jair Bolsonaro (PL) ainda está em discussão com a assessoria do governo federal. https://valor.globo.com/politica/noticia/2022/08/10/varejistas-se-reunem-com-alckmin-e-mercadante-para-debater-revogacao-da-reforma-trabalhista.ghtml
Próximo governo deve pensar em um programa para os trabalhadores informais
Por que não reduzir os recursos para o abono e o Auxílio Brasil e dar amparo a esses trabalhadores? Requer Emenda Constitucional, mas seria uma utilização muito mais inteligente dos recursos públicos Continua após a publicidadeVamos ao nosso décimo quarto encontro com ideias para implementar no próximo governo. O tema de hoje é o que a imprensa batizou com vários nomes e que foi discutido no fim de 2020, mas que inicialmente não chegou a ser efetivado. Contudo, pensar um programa para os trabalhadores informais é um assunto que deveria merecer a atenção do presidente escolhido nas eleições de outubro. Atualmente, a soma dos benefícios rurais, das despesas da Lei Orgânica de Assistência Social (Loas), do Auxílio Brasil, do seguro-desemprego e de outros programas financiados pelo Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) representa quase 25% da despesa total do governo federal apenas com programas de transferência de renda, explícitos ou indiretos, como no caso dos benefícios rurais, que tecnicamente não são assistenciais por serem, formalmente, previdenciários. É muito dinheiro. Ao mesmo tempo, a pandemia trouxe ao debate a necessidade de repensar a relação que a sociedade tem com os trabalhadores informais. É evidente que uma ajuda como a que foi prestada no auge da pandemia não pode se repetir. Seiscentos reais por mês a 65 milhões de pessoas dá o número espantoso de quase R$ 40 bilhões mensais, o que, anualizado, representa um valor proibitivo, fora de questão para a realidade brasileira. Por outro lado, na opinião pública em geral, foi se consolidando a percepção de que seria preciso “fazer alguma coisa” para dar amparo aos trabalhadores informais, particularmente numa situação em que o fenômeno se agravou muito pelos acontecimentos de 2020, apenas parcialmente revertidos até o momento. Assim, foi se cristalizando um conjunto de ideias: a) faz sentido haver um programa que conceda recursos a esses trabalhadores; b) ele teria que ser limitado, em função da realidade fiscal; c) seria importante que contasse com incentivos adequados, para estimular as pessoas a melhorarem a sua situação; d) deveria ser aprimorado com o passar do tempo, analogamente ao que aconteceu com o Bolsa Família; e e) é preciso minimizar a superposição com outros programas, notadamente o Auxílio Brasil. O leitor que acompanha esta série de artigos pode fazer uma ponte entre isso e a ideia de extinção do abono salarial, defendida há algumas semanas. Por que não reduzir os recursos para o abono – e o Auxílio Brasil, com a queda do número de famílias necessitadas – e ampliar a verba para um novo programa para os trabalhadores informais? Requer Emenda Constitucional (EC), mas seria uma utilização muito mais inteligente dos recursos públicos. https://www.estadao.com.br/economia/fabio-giambiagi-trabalhadores-informais/
Desemprego cai em 22 estados no 2º trimestre; Bahia e Pernambuco têm as piores taxas
As maiores taxas foram registradas na Bahia (15,5%) e Pernambuco (13,6%), segundo IBGE. Desemprego foi de 7,5% para os homens e de 11,6% para as mulheres. Para jovens de 18 a 24 anos chega a ser mais que o dobro da taxa geral. Por Darlan Alvarenga, g1 A taxa de desemprego caiu em 22 das 27 unidades da federação no 2º trimestre, na comparação com os 3 primeiros meses do ano, segundo pesquisa divulgada nesta sexta-feira (12) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Outros cinco estados registraram estabilidade. As maiores taxas de desemprego foram da Bahia (15,5%), Pernambuco (13,6%) e Sergipe (12,7%), e as menores, de Santa Catarina (3,9%), Mato Grosso (4,4%) e Mato Grosso do Sul (5,2%). Na média nacional, a taxa desemprego ficou no 9,3% no 2º trimestre, ante 11,1% no 1° trimestre, mas com a falta de trabalho ainda atingindo quase 10,1 milhões de brasileiros, conforme já divulgado anteriormente pelo IBGE. Veja a taxa de desemprego por estado: Bahia: 15,5%Pernambuco: 13,6%Sergipe: 12,7%Rio de Janeiro: 12,6%Paraíba: 12,2%Rio Grande do Norte: 12%Acre: 11,9%Distrito Federal: 11,5%Amapá: 11,4%Alagoas: 11,1%Maranhão: 10,8%Ceará: 10,4%Amazonas: 10,4%Piauí: 9,4%São Paulo: 9,2%Pará: 9,1%Espírito Santo: 8%Minas Gerais: 7,2%Goiás: 6,8%Rio Grande do Sul: 6,3%Roraima: 6,2%Paraná: 6,1%Rondônia: 5,8%Tocantins: 5,5%Mato Grosso do Sul: 5,2%Mato Grosso: 4,4%Santa Catarina: 3,9% Desemprego recua para 9,3% em junho, mas número de informais é recorde, aponta IBGEO mundo está a caminho de uma recessão? Entenda os riscos e as consequências para o Brasil Os estados que mostraram estabilidade na taxa de desemprego foram: Amapá, Ceará, Rondônia e Mato Grosso, al[em do Distrito Federal. Desemprego atinge mais mulheres, negros e jovens Veja outros destaques do detalhamento do desemprego no 2º trimestre: A taxa de desemprego foi de 7,5% para os homens e de 11,6% para as mulheres; ou seja, a desocupação das mulheres é 54,7% maior que a dos homens;Para brancos (7,3%), a taxa ficou abaixo da média nacional (9,3%), e para pretos (11,3%) e pardos (10,8%) ficou acima;As taxas mais elevadas são para jovens de 18 a 24 anos (19,3%) e de 14 a 17 anos (33,3%). Para os grupos de 25 a 39 anos (8,3%), 40 a 59 anos (6%) e o de 60 anos ou mais (4%), o desemprego ficou abaixo da taxa nacional (9,3%);O desemprego para as pessoas com ensino médio incompleto (15,3%) foi maior que para os demais níveis de instrução analisados. Para as pessoas com nível superior incompleto, a taxa foi 9,9%, mais que o dobro da verificada para o nível superior completo (4,7%). Perspectivas O cenário de juros altos, desemprego ainda elevado, preocupações com a trajetória da dívida pública e o risco de uma recessão global têm dificultado uma retomada mais consistente da economia brasileira. O Indicador Antecedente de Emprego (IAEmp), calculado pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV), voltou a cair em julho após três meses seguidos de alta, indicando uma perda de força da retomada do mercado de trabalho ao longo do ano. Mesmo com a indicação de que o pior já passou para a inflação, o BC elevou na semana passada a taxa Selic em 0,50 ponto percentual, a 13,75% – maior patamar em 6 anos. E a perspectiva é que os juros permaneçam em patamar elevado por um bom tempo. Em meio pacote de medidas de ampliação de benefícios sociais e corte de impostos em ano eleitoral, o mercado financeiro prevê, porém, uma alta ao redor de 2% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2022. Por outro lado, tem reduzido a expectativa de crescimento para o próximo ano, com analistas alertando inclusive para o risco de estagnação. O Itaú, por exemplo, prevê expansão de 2,2% do PIB em 2022, mas passou a projetar um crescimento de apenas 0,2% em 2023. Para o mercado de trabalho, o banco passou a estimar taxa de desemprego de 9,1% no término deste ano, mas de 10,1% ao fim do próximo ano. https://g1.globo.com/economia/noticia/2022/08/12/desemprego-cai-em-22-estados-no-2o-trimestre.ghtml