Vendas do comércio crescem pelo 4º mês seguido, mas setor mostra perda de força

G1 Alta foi de 0,9% em abril, na comparação com março, marcando o desempenho mensal mais fraco do ano. Apenas 4 de 10 segmentos operam acima do patamar de vendas pré-pandemia. Por Darlan Alvarenga e Daniel Silveira As vendas do comércio cresceram 0,9% em abril, na comparação com março, segundo dados divulgados nesta sexta-feira (10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Na comparação com abril do ano passado, a alta foi de 4,5%. O IBGE também informou que revisou de 1% para 1,4% a alta no volume de vendas de março frente ao mês de fevereiro. Apesar de ter cravado a 4ª alta consecutiva e um desempenho acima do esperado em abril, o setor mostrou perda de força, registrando o menor avanço mensal do ano. Veja gráfico abaixo: No ano de 2022, o comércio varejista acumula crescimento de 2,3%, enquanto nos 12 meses o avanço desacelerou para 0,8%, ante 1,9% nos 12 meses até março. É o menor acumulado para 1 ano para meses de abril desde 2020, quando ficou em 0,6%. “Os quatro meses do ano foram positivos, mas vêm em trajetória decrescente: de 2,4% em janeiro para 0,9% em abril. O crescimento é consistente, porém desigual. Como um todo, o comércio varejista está 4% acima do patamar pré-pandemia, em fevereiro de 2020. Mas entre as atividades está desigual”, destacou Cristiano Santos, gerente da pesquisa. Em abril, apenas 4 de 10 segmentos rodaram acima do patamar de vendas de fevereiro de 2020. O resultado veio acima do esperado. Segundo mediana das projeções coletadas pelo Valor Data em 33 consultorias e instituições financeiras, a estimativa era de alta de 0,2% na comparação com o mês anterior. A receita nominal do varejo acumulou alta de 1,3% em abril, ante o mês anterior. Na comparação com abril de 2021, houve incremento de 22,3%. Veja o desempenho de cada um dos segmentos Combustíveis e lubrificantes: -0,1%Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo: -1,1%Tecidos, vestuário e calçados: 1,7%Móveis e eletrodomésticos: 2,3%Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria: 0,4%Livros, jornais, revistas e papelaria: -5,6%Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação: -6,7%Outros artigos de uso pessoal e doméstico: 0,1%Veículos, motos, partes e peças: -0,2% (varejo ampliado)Material de construção: -2% (varejo ampliado) No comércio varejista ampliado, que inclui, além do varejo, as atividades de veículos, motos, partes e peças e de material de construção, o volume de vendas apresentou alta de 0,7% frente a março. Em relação a abril de 2021, o varejo ampliado cresceu 1,5%. No ano, o acumulado foi de 1,4% e nos últimos doze meses, de 2,2%. Com o resultado, está 1,6% acima do patamar pré-pandemia. Ganhadores e perdedores Quatro das oito atividades do varejo tiveram alta em abril, com destaque para móveis e eletrodomésticos (2,3%) e tecidos, vestuário e calçados (1,7%). Já as maiores quedas foram e, livros, jornais, revistas e papelaria (-5,6%) e equipamentos e material para escritório informática e comunicação (-6,7%). As vendas em super e hipermercados caíram 1,4% em abril, e o segmento passou a registrar perdas de 1,9% em 12 meses, evidenciando a corrosão do poder de compra das famílias. “O resultado pendeu para o positivo influenciado pelo crescimento de Tecidos, vestuários e calçados e Móveis e eletrodomésticos. Hiper e super tiveram queda, mas as atividades que cresceram têm peso alto também”, avaliou Santos. Apenas 4 atividades fecharam abril acima do patamar pré-pandemia: artigos farmacêuticos (17,7% acima do nível de fevereiro de 2020), material de construção (9,1%) e outros artigos de uso pessoal e doméstico (7,3%); já hiper e supermercados, alimentos e bebidas, reduziu o avanço, e agora está 1,4% acima. Abaixo do patamar pré-pandemia, com os piores desempenhos estão móveis e eletrodomésticos (-10,7%), equipamentos e material de escritório (-11,7%), e livros, jornais e revistas (-37,3%). Na análise por regiões, o volume de vendas cresceuo em 19 das 27 Unidades da Federação, com destaque para: Amazonas (4,4%), Rio Grande do Norte (4,0%) e Alagoas (3,8%). Por outro lado, oito estados tiveram resultados no campo negativo, com Pernambuco (-7,7%), Roraima (-4,5%) e Pará (-4,4%) liderando as perdas. Perspectivas para o ano A alta dos juros e inflação persistente têm tirado o poder de compra e de consumo das famílias, afetando as perspectivas para o crescimento da economia nos próximos meses. Na véspera, o IBGE mostrou que o IPCA desacelerou em maio, mas ainda acumula alta de 11,73% em 12 meses. Inflação, juros altos e mundo mais fraco: os riscos que podem minar o crescimento da economia brasileira A confiança dos consumidores brasileiros piorou em maio, diante da inflação elevada e da dificuldade de obter emprego, segundo sondagem da Fundação Getúlio Vargas. A produção industrial cresceu apenas 0,1% em abril e segue abaixo do patamar pré-pandemia, conforme mostrou na semana passada o IBGE. O mercado financeiro estima atualmente um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 1,20% em 2022. Já para a inflação a projeção é de 8,89%. https://g1.globo.com/economia/noticia/2022/06/10/vendas-do-comercio-sobem-09percent-em-abril-diz-ibge.ghtml
Confiança do empresário da indústria sobe 1,3 ponto em junho

Agência Brasil Indice atinge maior nível desde outubro do ano passado Apesar da queda recente da atividade industrial, a confiança do empresário da indústria aumentou e atingiu o maior nível desde outubro do ano passado. Segundo a Confederação Nacional da Indústria (CNI), o Índice de Confiança do Empresário Industrial (Icei) subiu 1,3 ponto em junho, de 56,5 para 57,8. O índice está acima da média história, de 54,2 pontos. O Icei tem linha divisória de 50 pontos, indicando confiança acima desse nível e falta de confiança abaixo desse valor. Divulgado mensalmente, o indicador antecede o desempenho industrial e sinaliza a tendência da produção industrial para os próximos meses. Todos os componentes do índice subiram. O Índice de Condições Atuais avançou 2,1 pontos, de 49,4 pontos para 51,5. Ao ultrapassar o ponto de corte de 50 pontos, o índice demonstra transição de uma percepção negativa para uma percepção positiva do setor industrial em relação às condições atuais em relação aos últimos seis meses. O Índice de Expectativas, que mede as previsões dos empresários para os próximos seis meses, avançou um ponto, para 61. Ao se afastar para mais acima da linha divisória de 50 pontos, o índice indica maior otimismo da indústria. Segundo o gerente de Análise Econômica da CNI, Marcelo Azevedo, ainda há desconfiança sobre a economia no curto prazo, mesmo com a alta recente do índice. A avaliação das condições atuais da empresa e para os próximos seis meses tornou-se mais positiva. A pesquisa ouviu 1.573 empresas em todo o país entre 1º e 7 de junho. Desse total, 603 são de pequeno porte, 592 de médio porte e 378 de grande porte. https://agenciabrasil.ebc.com.br/economia/noticia/2022-06/confianca-do-empresario-da-industria-sobe-13-ponto-em-junho
43% dos trabalhadores se dizem sobrecarregados, mostra pesquisa

G1 Para 75% dos respondentes, os benefícios atuais não são suficientes, ou apenas parcialmente, para a manutenção da sua saúde mental. Pesquisa divulgada pela Fundação Getulio Vargas (FGV) mostra que 43% dos entrevistados dizem que estão com sobrecarga de trabalho e 31% sofrem pressão por resultados e metas. O levantamento foi realizado por Paul Ferreira, professor de Estratégica e Liderança e vice-diretor do Núcleo de Estudos em Organizações e Pessoas (NEOP) na Fundação Getulio Vargas (FGV EAESP), em parceria com as empresas Talenses e Gympass. Veja outros impactos negativos para a saúde mental dos colaboradores apontados na pesquisa: sentir que precisa estar disponível o tempo todo (30%)falta de reconhecimento (30%)falta de empatia/apoio na liderança direta (27%)sentir dificuldade de ter desempenho em sua plena capacidade de trabalho (22%)falta de comunicação com a liderança direta (17%)ter que lidar com as responsabilidades do cuidado com a casa durante a pandemia (15%)falta de flexibilidade na jornada de trabalho (12%)desconforto em compartilhar seus desafios com colegas da equipe ou com a liderança (12%)distanciamento físico dos colegas (11%)sentir que seu desempenho esteja sendo julgado por conta de outras responsabilidades necessárias durante a pandemia (11%)falta de iniciativas de saúde mental (9%) A pesquisa mostra ainda que, para mais de 75% dos respondentes, os benefícios atuais não são suficientes, ou apenas parcialmente, para a manutenção da sua saúde mental. Também nota-se na pesquisa o impacto de uma gestão no bem-estar das pessoas, uma vez que os principais fatores de impacto negativo estão relacionados a formas de gestão e lideranças. Terapia e mudança de emprego são soluções Também foi perguntado aos colaboradores quais e quantas estratégias eles utilizaram quando receberam algum diagnóstico de saúde mental. A terapia foi escolhida por 82% das pessoas, mudar de emprego foi apontado por 32%, redução das horas de trabalho, por 24%, e pedido de demissão, mesmo sem ter trabalho novo, por 21%. No recorte por gêneros, rever o escopo de trabalho é significativamente mais importante para o gênero feminino. Já a maior visibilidade para os benefícios de bem-estar emocional é prioridade para ambos os gêneros. No recorte por gerações, quanto mais sênior, maior o desejo de que as lideranças se preocupem com a saúde mental. Especificamente, a geração baby boomer prefere benefícios como yoga, mindfulness e de saúde física. Os dados também apontam uma oportunidade-chave para as empresas: implementar benefícios focados no bem-estar físico e mental e melhorar a comunicação dessas iniciativas. A pesquisa ainda teve como conclusão que os baby boomers e geração Z relataram mais liberdade para errar. Já as gerações “intermediárias” (geração X, geração Y/millennials) estão se sentindo com menos liberdade para errar. A pesquisa foi realizada em janeiro deste ano, com 572 brasileiros, sendo que 90% deles estão trabalhando atualmente. Dos participantes, 55% são do sexo masculino, 44% feminino e 1% outros. No recorte de gerações, 49% são millennials, 34% da geração Y, 10% da geração Z e 7% são baby boomers. Em relação ao regime atual de trabalho, 50% estão trabalhando de forma híbrida, 28% estão exclusivamente de forma remota e 22% estão totalmente de forma presencial. https://g1.globo.com/trabalho-e-carreira/noticia/2022/06/10/43percent-dos-trabalhadores-se-dizem-sobrecarregados-mostra-pesquisa.ghtml
Prévias de propostas de Lula para reforma trabalhista racham base sindical

Estadão Por Giordanna Neves e Luiz Vassallo Centrais se dividem sobre uso do termo ‘revogação’ e a respeito da não inclusão do imposto sindical nas diretrizes do programa A proposta de revogação da reforma trabalhista, apresentada sem consulta aos partidos apoiadores da pré-candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e de Geraldo Alckmin (PSB), rachou a base de apoio sindical em torno do ex-presidente e do ex-governador. Sindicalistas criticam o conteúdo das diretrizes para o programa de governo, elaborado pela Fundação Perseu Abramo, sob coordenação de Aloizio Mercadante. Com as mais variadas visões sobre as questões trabalhistas, os sindicalistas reclamaram desde o uso do termo “revogação” até a exclusão da retomada obrigatória do imposto sindical. Para contornar as queixas, o PT e aliados solicitaram o posicionamento das centrais sindicais a respeito do tema e farão alterações no texto conforme as sugestões das lideranças. Na próxima semana, os presidentes dos sindicatos se reunirão para construir um texto de consenso. Até o momento, a Central Única dos Trabalhadores (CUT) não se manifestou. No entanto, o Estadão apurou que internamente não há grandes divergências quanto ao programa que foi apresentado pelo PT. A entidade tem uma proximidade histórica maior com o partido. Em um encontro com sindicalistas, Lula já recebeu propostas da CUT para o programa de governo. No entanto, outras centrais que apoiam a candidatura de Lula demonstram insatisfação com o texto divulgado na segunda-feira. Filiado ao PSD, o presidente da União Geral dos Trabalhadores, Ricardo Patah, afirma que a reforma trabalhista feita no governo Michel Temer, em 2017, é muito parecida com aquela feita em 2012, na Espanha, que foi depois revisada pelo governo do PSOE. Ele rechaça o uso do termo “revogação” para tratar sobre o tema. “O termo que eu defendo é ‘repactuar’ alguns temas com a área empresarial para o bem do Brasil”. “E não voltar nem o imposto sindical, jamais, imposto sindical não queremos a volta, e nem simplesmente rasgar a legislação trabalhista. Nós estamos percebendo que temos que buscar alternativa de crescimento econômico, geração de emprego, qualificação, capacitação diante dessa https://sindeprestem.com.br/wp-content/uploads/2020/10/internet-cyber-network-3563638-1.jpg avançada. Não queremos revogar, a UGT é contra. E não só UGT. Temos os termos da Conclat (Conferência Nacional da Classe Trabalhadora) e lá temos algumas questões pontuais, mas está claro que não é para revogar”, afirma. O secretário-geral da Força Sindical, João Carlos Juruna, por outro lado, afirma que a antecipação do debate sobre a reforma ainda no plano de governo pode dividir os sindicatos. “Quando você fala que vai acabar com a contribuição e não coloca que o sindicato poderá ter um financiamento decidido em Assembleia você deixa em aberto que poderá ser plural”. “Hoje você contribui com o sindicato unitário da sua base que negocia por você, mesmo você não sendo sócio. Na hora que você fala que não vai ter contribuição ao sindicato você está deixando em aberto que poderá ter mais de um sindicato. Criar esse debate agora é bobagem. Tem que deixar esse debate fluir depois no Congresso Nacional, com o empresariado”, diz. Para Juruna, “se colocar esse debate agora, não será bom porque a posição do movimento sindical em relação a estrutura é diferente”. “Tem gente que acredita no modelo europeu de pluralidade sindical, mais de um sindicato na mesma base. Essa não é uma posição que reúne todos os sindicalistas. Haveria um racha sobre isso”. Como mostrou o Estadão, partidos aliados também demonstraram insatisfação com a prévia do programa de diretrizes. Em primeiro lugar, questionaram petistas sobre o vazamento do documento antes de um acerto entre lideranças dos partidos. Mas, houve também insatisfação com as propostas, principalmente com uso do termo “revogação” para tratar da reforma trabalhista e com os autoelogios do PT no tema do combate à corrupção. https://www.estadao.com.br/politica/previas-de-propostas-de-lula-para-reforma-trabalhista-racham-base-sindical/
Lula desiste de incluir “revogação” da reforma trabalhista em programa de governo, diz Paulinho da Força

CNN Depois da polêmica em torno do termo, a ideia do partido é substituí-lo por “modernizar” O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), pré-candidato ao Palácio do Planalto, desistiu da ideia de revogar a reforma trabalhista aprovada durante o governo de Michel Temer, segundo o presidente do Solidariedade, Paulinho da Força. A apuração é da âncora da CNN Daniela Lima. Depois da polêmica em torno da divulgação da prévia do programa de governo petista, Lula telefonou pessoalmente para presidentes de partidos, em especial, para Paulinho. O petista garantiu que o termo “revogação” será extinto do programa. PT defende revogar reforma trabalhista e teto de gastos em prévia de diretrizes de governo As próprias centrais sindicais se opõem à revogação de todos os pontos do texto. Elas defendem um ajuste fino, mantendo parte do poder de negociação dos trabalhadores. A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, afirmou que, apesar de a revogação da reforma ter sido aprovada internamente pelo partido, não é unanimidade entre os demais que compõem a coligação pela candidatura de Lula. A ideia é substituir “revogação” por modernização. Segundo a prévia do programa divulgada na segunda-feira, a ideia seria construir “uma nova legislação trabalhista”. “O trabalho estará no centro de nosso projeto de desenvolvimento. Defendemos a revogação da reforma trabalhista feita no governo Temer e a construção de uma nova legislação trabalhista, a partir da negociação tripartite, que proteja os trabalhadores, recomponha direitos, fortaleça os sindicatos sem a volta do imposto sindical, construa um novo sistema de negociação coletiva e dê especial atenção aos trabalhadores informais e de aplicativos”, afirma a prévia do programa de governo. Debate A CNN realizará o primeiro debate presidencial de 2022. O confronto entre os candidatos será transmitido ao vivo em 6 de agosto, pela TV e por nossas plataformas digitais.