O que é metaverso? Qual a relação com criptomoeda e NFT? Veja perguntas e respostas

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Valor Econômico – 24/01/2022 – Metaverso é um conjunto de ambientes virtuais em 3D nos quais os usuários poderão ingressar com o uso de dispositivos especiais, como óculos e fones de ouvido. Pense numa espécie de realidade paralela, que simulará o mundo físico e na qual as pessoas poderão se comunicar umas com as outras a partir de avatares – representações gráficas de gente de carne e osso. O conceito combina duas vertentes tecnológicas – a realidade virtual e a realidade aumentada – com os recursos de comunicação das redes sociais. Ambientes 100% criados pelo computador, com os quais o usuário pode interagir, são o foco da realidade virtual. Já a realidade aumentada permite projetar objetos digitais sobre cenários reais. A soma disso tudo anuncia uma era na qual vidas virtuais terão papel tão relevante quanto a realidade física. Pelo menos é o que dizem os entusiastas do metaverso. Nesta reportagem, o Valor explica o que significa o metaverso, quando ele surgiu, quais são as empresas que já estão nesse mercado, o potencial para as empresas e a relação dessa nova https://sindeprestem.com.br/wp-content/uploads/2020/10/internet-cyber-network-3563638-1.jpg com criptomoedas e NFT. Confira abaixo: Quando surgiu o metaverso? Quem criou?O termo metaverso é atribuído ao escritor americano Neal Stephenson, que em 1992 usou essa palavra para descrever um mundo virtual habitado por avatares em seu livro de ficção científica “Snow Crash”, publicado no Brasil sob o título “Nevasca”. A palavra ganhou popularidade no ano passado, depois de o Facebook mudar seu nome corporativo para Meta Platforms, numa alusão ao metaverso. A decisão de rebatizar a companhia que controla o Instagram, o WhatsApp e o próprio Facebook fez disparar o número de pesquisas sobre o significado do termo na internet e levou o Dicionário Collins a incluí-lo na sua lista das 10 palavras do ano, escolhidas entre 4,5 bilhões de expressões. Quais são as empresas que já estão no metaverso?Nós já estamos, de certa maneira, no metaverso. Várias iniciativas, principalmente na arena dos jogos eletrônicos, usam recursos característicos do metaverso. No Fortnite – game mais popular da atualidade, com 350 milhões de usuários ativos no mundo –, os jogadores participam de batalhas com até 100 participantes, por meio de avatares, e se comunicam uns com os outros em tempo real. Funciona como um jogo e uma rede social. Outro exemplo é o Roblox, disputado diariamente por 47 milhões de jogadores. Cerca de 9,5 milhões de desenvolvedores criam itens para o universo do jogo. A ideia de proporcionar uma vida digital paralela não é nova. Em 2003, o jogo Second Life virou febre ao oferecer um ambiente virtual em que avatares podiam trabalhar, adquirir bens e propriedades, fazer amizades, tirar férias, casar-se e até fazer sexo. Com o tempo, o game não conseguiu manter o interesse inicial e perdeu relevância. Dos 73 milhões de contas criadas desde seu lançamento, a estimativa é que teria, hoje, cerca de 900 mil usuários cadastrados. Agora, com o barulho em torno do metaverso, o Second Life pode ter uma segunda chance. No início de janeiro, Philip Rosedale, fundador da Linden Lab, que controla o Second Life, voltou à empresa, da qual se afastara há anos, nos papéis de conselheiro estratégico e investidor. Apesar dessas iniciativas, é consenso que o metaverso ainda está em formação e seu futuro dependerá da capacidade das empresas de criar simulações digitais suficientemente convincentes. Outro ponto importante é fazer com que os dispositivos de acesso sejam confortáveis e baratos. Grandes companhias já fracassaram nessa tentativa. O Google desistiu dos óculos Google Glass, de realidade aumentada, que decepcionaram o público. Quais são os planos do antigo Facebook e da Microsoft para o metaverso?A Microsoft divulgou que o metaverso foi uma das razões que a levaram comprar a empresa de jogos Activision Blizzard, por US$ 69 bilhões, no dia 18 de janeiro – a maior aquisição de sua história. A Activision detém títulos como “Call of Duty”, “Candy Crush” e “World of Warcraft”. Esse último já virou filme. Outras iniciativas convergentes com o metaverso na Microsoft incluem o HoloLens, dispositivo de realidade aumentada. No Facebook, os acessórios e softwares de realidade aumentada, que levavam a marca Oculus – herdada da empresa adquirida em 2014, por US$ 2 bilhões – serão rebatizados de Meta, o nome da corporação, numa indicação de como essas https://sindeprestem.com.br/wp-content/uploads/2020/10/internet-cyber-network-3563638-1.jpgs se tornaram centrais para o grupo. Outras gigantes, como Google e Apple, também estão se posicionando no metav O metaverso é o futuro da internet?O mercado de https://sindeprestem.com.br/wp-content/uploads/2020/10/internet-cyber-network-3563638-1.jpg é marcado por fases que se sucedem a cada dez ou quinze anos e, para muitos analistas e executivos, o metaverso será nada menos que a próxima etapa da internet. A expectativa desses profissionais é que mundos virtuais e interconectados darão o tom da https://sindeprestem.com.br/wp-content/uploads/2020/10/internet-cyber-network-3563638-1.jpg global, da mesma forma que mainframes, microcomputadores e celulares/aplicativos fizeram anteriormente. É por isso que as “Big Techs” estão correndo para determinar quais serão os protagonistas nesse território. Qual o potencial do mercado de metaverso?A consultoria canadense Emergen Research prevê que o mercado relacionado ao metaverso, que teria somado US$ 47,69 bilhões em 2020, crescerá a uma taxa anual de 43,3% entre 2021 e 2028, atingindo US$ 828,95 bilhões ao fim do período. O foco na convergência entre o mundo físico e o digital e a pandemia de covid-19 são apontadas como alguma das principais razões desse aumento. As “Big Techs” não são as únicas interessadas nos negócios que gravitam em torno do metaverso. Grandes marcas de bens de consumo também sondam o terreno. Em dezembro, a Nike comprou a startup americana RTFKT, que tem entre seus produtos uma linha de tênis virtuais para o metaverso. O objetivo da Nike é vender tanto itens puramente digitais como seus correspondentes no mundo físico. Outro exemplo é a grife Dolce & Gabbana, que em setembro leiloou uma coleção de nove peças de alta costura, batizada de Collezione Genesi, pelo equivalente a US$ 5,7 milhões. O item mais disputado, chamado “terno de vidro”, custou US$ 1 milhão e foi o terno mais caro já vendido pela

Frentes de trabalho são opção para políticas de emprego

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O Estado de S.Paulo – 25/01/2022 Pedro Fernando Nery Uma vaga de trabalho sem vínculo trabalhista, sem encargos, sem direito a FGTS ou a férias, nem à indenização em caso de desligamento. A remuneração anualizada é abaixo do salário mínimo. Não se conta tempo para aposentadoria, nem há direito a pensão por morte, aposentadoria por invalidez ou auxílio-doença. Não há sequer formalização por PJ. Seria uma proposta de reforma trabalhista ultraliberal? Não, são milhares de vagas preenchidas por vários governos pelo Brasil, inclusive de esquerda. O objetivo é combater o desemprego: trata-se das frentes de trabalho. Em geral, os trabalhadores dessas vagas são contratados na verdade como bolsistas, e o programa, apesar de prático, é organizado como uma “qualificação”. Assim, dispensa-se o uso da legislação trabalhista e previdenciária que encareceria a contratação para o Estado. Além de dar oportunidade a vulneráveis, os programas são desenhados para ajudar as comunidades, com manutenção de equipamentos públicos como parques e escolas – que recebem reparos dos “bolsistas”. Não são contratos de estágio ou aprendizagem (não se exige matrícula em instituição de ensino). Quando há seguros, são contratados com particulares. Muitas prefeituras em São Paulo adotam a iniciativa – inclusive Diadema, liderada pelo Partido dos Trabalhadores. Recentemente o DF. Formatos mais específicos existem no Recife (em que os pais são contratados por escolas) e na Bahia (em que a Programa Primeiro Emprego alcança ex-alunos da rede pública e inclui atividades administrativas). Talvez pelo contexto de crise social, governos, ao que parece, têm conseguido evitar ações judiciais do Ministério Público do Trabalho e de sindicatos, bem como críticas de precarização. As frentes de trabalho se aproximam ao que a academia discute como “job guarantee”, em que o Estado funciona como um “empregador de última instância”, dando oportunidade a quem não a conseguiu no mercado. Combatem-se a pobreza e outras consequências sociais e psicológicas da desocupação. Há, porém, alguma evidência negativa sobre esses programas (Card et al., 2015), que prejudicariam em longo prazo a empregabilidade dos beneficiários (Estigma? Perda de habilidades? Acomodação?). Essas iniciativas são mais baratas para o Estado do que outras políticas de emprego (ex: desonerações), embora mais caras que simples transferências de renda. A avaliação dos programas locais pode determinar se vale a pena escalar este esforço a nível federal ou estendê-lo à iniciativa privada.