Serviços lideram investimentos na economia paulista
O total de investimentos no Estado de São Paulo no primeiro trimestre deste ano alcançou R$ 5,2 bilhões, de acordo com levantamento realizado pela Fundação Seade com base nas aplicações anunciadas pelas empresas no período. Quase dois terços do total se referem a investimentos no setor de serviços, com R$ 3,1 bilhões, valor 59% maior do que o registrado no trimestre anterior. A evolução dos dados da pesquisa da Fundação Seade por setor de atividade mostra grandes oscilações em períodos curtos, pois eles podem ser afetados, por exemplo, pelo anúncio de um grande investimento num desses setores em determinado período e ausência de aplicações nos períodos seguintes. Mesmo assim, os números podem mostrar alguma tendência. Um dado positivo no levantamento mais recente é a recuperação dos investimentos destinados à indústria, que alcançaram R$ 871 milhões no trimestre. É o maior valor desde o início de 2020. Pode ser um sinal de que esse setor de grande importância na formação da economia estadual começa a aumentar, ainda que lentamente, sua capacidade de produção, que ficou praticamente estagnada na pandemia. O anúncio de um investimento, em particular, fez o setor de serviços despontar no estudo da Fundação Seade para o primeiro trimestre do ano. Foi o do Grupo Itaú Unibanco, de aplicação de R$ 1,5 bilhão no seu processo de transformação digital, com novas https://sindeprestem.com.br/wp-content/uploads/2020/10/internet-cyber-network-3563638-1.jpgs, produtos e plataformas. Também expressivos foram os investimentos de R$ 832 milhões no segmento imobiliário, para a implantação de três torres corporativas em São Paulo. Outro investimento imobiliário de destaque no período é o de R$ 500 milhões em um centro logístico em Nova Odessa. A retomada dos investimentos no setor de serviços já era observada no terceiro trimestre de 2020, quando outros segmentos da economia ainda procuravam superar as perdas e dificuldades causadas pela pandemia. Os serviços absorveram mais de 60% dos investimentos de R$ 5,6 bilhões anunciados naquele período. A Fundação Seade tem destacado que o Estado de São Paulo concentra o setor terciário mais moderno do País, com a forte presença de empresas dos segmentos financeiro, imobiliário e de informação e comunicação. O ESTADO DE S. PAULO
Governo avalia recriar pastas de Trabalho, Desenvolvimento e Previdência, para tirar de Guedes
Diante da pressão do Congresso para desmembrar o Ministério da Economia, o presidente Jair Bolsonaro vem sendo aconselhado a recriar as pastas de Previdência e Trabalho e do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, segundo um interlocutor do Palácio do Planalto. A estratégia seria abrir espaço no órgão hoje comandado por Paulo Guedes sem tirar do domínio do ministro a área de Planejamento — principal alvo dos pedidos dos parlamentares. Segundo essa fonte, Bolsonaro está decidido a aumentar a representatividade do Senado na Esplanada, já que deputados têm a sua cota no comando do Executivo — a mais recente indicação foi a de Flávia Arruda para a Secretaria de Governo. Ainda não há uma definição, no entanto, sobre qual senador ocuparia o cargo. De acordo com interlocutores de Guedes, no entanto, o ministro não aceita abrir mão das áreas que atualmente administra. O Ministério da Economia foi resultado da fusão de quatro pastas: Fazenda, Planejamento, Previdência e Trabalho e Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. O temor do ministro é que o desmembramento sinalize perda de força, no momento em que ele está sob pressão por causa da crise entre governo e Congresso durante as negociações sobre o Orçamento. O texto foi alvo de um impasse após parlamentares aumentarem o valor de emendas por meio de uma manobra na qual reduziram a previsão de gastos obrigatórios. As despesas extras foram corrigidas com veto parcial à proposta, sancionada na semana passada, mas a avaliação ainda é que Guedes conduziu mal as conversas. Negociações para OrçamentoRetirar de Guedes a área do Planejamento significaria passar para as mãos da ala política a responsabilidade pelas negociações do Orçamento de 2022, ano eleitoral, e também pelas liberações de recursos neste ano. Entre congressistas, há até uma queixa contra três integrantes específicos da equipe econômica: George Soares, secretário do Orçamento; Bruno Funchal, secretário do Tesouro Nacional; e Waldery Rodrigues, secretário especial da Fazenda. Os técnicos, considerados conservadores com as contas, são vistos como entraves à flexibilização para ampliação de gastos. Esta não é a primeira vez em que o superministério de Guedes é alvo de pressão. Nos últimos meses, integrantes do centrão têm defendido a recriação de pastas para abrigar indicações políticas. Também influencia as movimentações a avaliação de que, enquanto houver um Ministério da Economia, a tendência é que o ministro continue no cargo. Com isso, integrantes do governo e do Congresso que defendem sua saída reforçam a articulação para o desmembramento. O GLOBO
Tese do PIS/Cofins gerou R$ 24 bi a 16 empresas
Um levantamento da CNI, a partir dos balanços das 60 maiores empresas do país, mostra que 16 delas registraram ganhos de R$ 24 bilhões referentes à exclusão do ICMS do cálculo do PIS e da Cofins, a chamada “tese do século”. Na Justiça, essas companhias ganharam a discussão, em ações já encerradas. A Petrobras, por exemplo, registrou R$ 16,9 bilhões em créditos relativos ao tema em 2020, a Braskem aponta ganhos de R$ 3,06 bilhões e a Via Varejo, R$ 1,4 bilhão. Já o Magazine Luiza obteve decisão definitiva, em 2019, de cerca de R$ 1,2 bilhão. O STF julgou o tema há quatro anos e foi favorável aos contribuintes. Apesar disso, a questão não se encerrou. A União recorreu e aguarda a definição de uma questão processual que fará grande diferença ao caixa da União ou das empresas, a depender do resultado. A análise desse recurso está pautada para quinta-feira e os ministros definirão se a União precisa devolver os valores já recolhidos pelos contribuintes. Se o passado não for contemplado, mesmo com a decisão favorável, as empresas correm o risco de ser cobradas por valores não recolhidos nos anos anteriores. “Haveria uma diminuição instantânea no valor da empresa”, diz o economista José Roberto Mendonça de Barros. VALOR ECONÔMICO
Medida que reduz salário e jornada deve sair hoje
A equipe econômica já encaminhou ao Palácio do Planalto o texto da medida provisória que renova o Programa de Preservação de Renda e do Emprego (BEm), política que prevê a suspensão de contratos de trabalho e redução de salário por mais quatro meses. A expectativa do Ministério da Economia é que a medida seja publicada hoje no “Diário Oficial da União” em conjunto com a reedição da MP 927 que flexibiliza temporariamente a legislação trabalhista. O orçamento reservado para prorrogar do BEm é de R$ 10 bilhões para o atendimento de cerca de 5 milhões de trabalhadores. Segundo técnico ouvido pelo Valor, a MP que renova o BEm deve ser “praticamente igual” à anterior. O receituário já foi adotado no ano passado e a equipe do ministro Paulo Guedes considera o BEm uma das medidas mais bem-sucedidas para a preservação do emprego durante a pandemia de covid-19. Em abril de 2020, o governo editou a MP 936, permitindo a redução de salário e jornada e suspensão de contratos com compensação salarial parcial pelo governo para minimizar os efeitos da pandemia na economia e evitar uma onda de demissões. Inicialmente, a redução da jornada foi permitida por três meses e a suspensão de contrato por dois meses. A medida foi prorrogada algumas vezes, mas chegou ao fim em dezembro. No ano passado, foram gastos mais de R$ 50 bilhões. No caso da reedição da MP 927, que também pode ser publicada hoje no “Diário Oficial da União”, a equipe econômica quer permitir a antecipação de férias e decretação de férias coletivas; diferimento (adiamento) do recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e flexibilização de regra de bancos de horas. VALOR ECONÔMICO