Foco do governo deveria ser a aceleração da vacinação, alertam economistas

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A piora da pandemia de covid-19 neste início de ano exigirá novas medidas, com mais gastos por parte do governo federal, e levará ao aumento do rombo nas contas públicas. No curto prazo, o foco da ação do governo deveria ser a aceleração da vacinação, disseram três economistas de diferentes correntes teóricas, em debate ontem promovido pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV), em parceria com o Estadão. O resultado é um aumento da dívida pública. A busca pelo equilíbrio das contas poderá ficar para depois, e o aumento de impostos está no radar. No curto prazo, os economistas reconheceram a importância de uma nova rodada do auxílio emergencial. Para o economista Manoel Pires, coordenador do Observatório Fiscal do Ibre/FGV, o debate sobre a reedição da medida, por meio da PEC emergencial, errou ao ser travado em torno de possíveis cortes de despesas, para compensar o gasto adicional. “É muito difícil fazer ajuste de curtíssimo prazo da ordem de grandeza das medidas necessárias (diante do recrudescimento da pandemia)”, disse Pires, um dos participantes do seminário online Os Caminhos da Política Fiscal. O limite de R$ 44 bilhões para a nova rodada do auxílio emergencial foi criticado pela economista Laura Carvalho, professora e pesquisadora do Centro de Pesquisa em Macroeconomia das Desigualdades da USP. Segundo ela, o valor equivale a 15% do gasto com a transferência de renda temporária no ano passado. No médio prazo, Pires chamou a atenção para o fato de a PEC emergencial trazer em si uma “reancoragem” da política fiscal com mudanças nas regras que exigem ajuste de contas. Mas para Fábio Giambiagi, economista do BNDES, o aumento de impostos não pode ser descartado. Conforme o especialista em Previdência e contas públicas, entre 2011 e 2021, haverá uma redução da receita bruta federal da ordem de 2% do PIB. Nesse quadro, para o economista, será impossível, de 2023 em diante, fazer um ajuste que busque o equilíbrio das contas públicas apenas pelo corte de despesas. O ESTADO DE S. PAULO

Ministro reconhece que valor do auxílio emergencial não é ‘ideal’

Empossado há menos de um mês, o ministro da Cidadania, João Roma, reconhece que o valor do auxílio emergencial, anunciado na quinta-feira, não é o “ideal” e nem suficiente para deixar a população mais vulnerável em casa no pico da pandemia de Covid-19 no Brasil. Em entrevista ao GLOBO, Roma afirma que o valor médio de R$ 250 é o que foi “possível” de alcançar, diante da necessidade de manter a responsabilidade fiscal. Pessoas que moram sozinhas receberão R$ 150. Mães solo, R$ 375. Os pagamentos começarão em abril. O ministro diz que 46 milhões de famílias receberão o benefício, após cruzamentos de dados feitos pelo governo. Roma afirmou ainda que o governo irá aumentar o valor do Bolsa Família, que paga hoje em média R$ 190. Isso ocorrerá a partir de agosto, após o fim do auxílio. Ele disse que o novo valor ainda não foi definido. Mais famílias também serão inseridas no programa. Leia a íntegra da entrevista:O valor do auxílio é bem mais baixo que do ano passado. Por quê? A limitação foi uma exigência da responsabilidade fiscal do governo. A situação econômica está delicada. Na votação da PEC (que permitiu o pagamento do auxílio) ocorreu até uma movimentação para que se excluísse o Bolsa Família do teto de gastos (regra que limita as despesas da União). Só isso causou uma movimentação brusca no mercado. A política social e a política econômica são duas faces da mesma moeda. Quando existe qualquer oscilação mais grave, qualquer piora na área econômica, quem primeiro e mais sofre é a população mais vulnerável, a população mais pobre. Com base nisso, esse foi o montante que foi possível se viabilizar, totalizando R$ 44 bilhões, para o pagamento do auxílio emergencial em 2021. Com base nesses valores e numa estimativa de pelo menos quatro meses, essa foi a equação de conseguimos. É o ideal? É o pretendido? Não. Mas é o que foi possível de ser viabilizado pelo Estado brasileiro. O auxílio é necessário para que os mais vulneráveis fiquem em casa e se protejam. Os valores de R$ 150, R$ 250 e R$ 375 são suficientes para essas pessoas ficarem em casa? Não. Mas é mais do que necessário, é de fundamental importância para aliviar o sofrimento dessas famílias. Em comparação a uma família de classe média, parece ser uma quantidade pequena de recursos. É o ideal? Óbvio que não, mas é o que foi possível alcançar. E, sem dúvida nenhuma, para essas pessoas, fará uma enorme diferença para o seu sustento e para aliviar esse momento de muito sofrimento que passa, em especial essas camadas menos favorecidas. Por que o número de beneficiários caiu em relação ao ano passado? É fruto do cruzamento de várias fontes de dados, e é um aprimoramento do auxílio emergencial. Na primeira rodada do auxílio, o pagamento atingiu cerca de 68 milhões de famílias, e terminou em dezembro com cerca de 55 milhões. Agora nós chegamos a um número de 46 milhões. Houve uma evolução, especialmente em relação ao grau de informação e do cruzamento de dados. No ano passado coletou-se informações de cerca de 150 milhões de CPFs. Mas vários furos ocorreram. Quando os pagamentos vão começar? Na próxima semana nós vamos publicar o calendário com todas as informações acerca do recebimento do auxílio emergencial, que será feito de forma cadenciada. Deve ter início no início de abril. Vamos começar pagando para o público que não está no Bolsa Família. E como as fraudes serão prevenidas? Dois quesitos pesaram contra o auxílio no ano passado. Um foi a impossibilidade de eficácia total do Estado em identificar o destinatário, o que resultou em pagamentos indevidos. São muitas regras e itens que foram corrigidos em relação a isso. E outro item foram as fraudes. Hoje nós temos mecanismos para cruzar e atestar informações. As informações estão cada vez mais cruzadas. O auxílio poderá durar mais de quatro meses? Como estará o Brasil no mês de julho? Não sabemos. Para ampliar isso precisaria de uma nova PEC e uma nova parcela de recursos. Hoje, o roteiro do ano de 2021 é: quatro meses de emergencial — abril, maio, junho e julho —; o Bolsa Família é estruturado e ampliado — agosto, setembro, outubro, novembro e dezembro. Vamos executando essas tarefas e auscultando o que vir da nossa sociedade. Como o ministério está se planejando para evitar aglomerações nas agências? Com informação. Nós já trabalhamos o calendário e vamos transmitir isso da forma mais clara possível para que o cidadão evite ir para filas pedir informações, porque as informações já estarão nas redes sociais, veículos de mídia. Como temos também uma população que já percebeu e vivenciou esse processo no ano passado. Qual o plano do ministério para atender a população depois de julho, quando acaba o auxílio? Minha prioridade até o momento era ser eficaz e cumprir bem a missão do pagamento do auxílio emergencial. Com isso engrenado, temos outro planejamento pela frente, que é a reestruturação e ampliação do Bolsa Família. Nós pretendemos que o valor aumente e queremos rever o programa para que ele seja mais efetivo. Talvez, com alguns outros ingredientes. Estudamos aliar o benefício financeiro a outras políticas públicas. A ideia é ampliar o programa para atender mais famílias? Nós buscamos que o programa seja um pouco mais abrangente, porque existe fila para entrar no Bolsa Família. Batemos recorde de 14,5 milhões de famílias hoje (na folha de março). Vamos nos debruçar sobre isso, porque nós pretendemos ampliar. Também pretendemos elevar esse tíquete médio, que hoje é de R$ 186, aproximadamente, para algo mais. Não temos como falar em valores porque precisamos obter dados para processar isso, saber qual vai ser esse universo (de pessoas). Seria um meio-termo entre o universo de pessoas que recebem auxílio emergencial e as que recebem o Bolsa Família? Não se pode dizer isso. O que podemos dizer é que o governo pretende que essa reestruturação e ampliação do Bolsa Família sirva como um anteparo para que não

Empresa cria selo de qualidade para o home office

Com a consolidação do trabalho remoto, o grupo francês especializado em inspeção e certificação Bureau Veritas lança um selo para indicar empresas que adotam o home office seguindo critérios de segurança e bem-estar. Segundo a consultoria, a avaliação para conceder o selo vai observar se a empresa fornece os equipamentos necessários, se gerencia adequadamente os horários de trabalho e como lida com informações confidenciais. A empresa também promete fazer monitoramento enquanto durar o certificado com base em informações enviadas pelos funcionários via aplicativo. FOLHA DE S. PAULO

Farmacêutica retoma contratações com 255 vagas previstas para 2021

A farmacêutica EMS planeja abrir 255 novos postos para áreas como produção e novas linhas de negócios neste ano. Em 2020, foram 173 vagas para áreas comerciais, suporte em finanças, marketing, engenharia, trainees e controle de qualidade. Entre maio e setembro, foram 300 temporários para funções operacionais de produção, como operadores, almoxarifado e auxiliares. Depois de junho, a empresa retomou a abertura de 200 vagas para representantes e propagandistas, que estavam congeladas desde março, quando clínicas, hospitais e consultórios suspenderam as visitas por causa da pandemia. FOLHA DE S. PAULO