Forever 21 decide fechar todas as 11 lojas nos shoppings da Rede Multiplan

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A varejista de moda Forever 21 vai fechar todas as suas 11 lojas na rede carioca de shopping centers Multiplan, após as partes não chegarem a um acordo para renegociação dos contratos de locação dos pontos comerciais. A informação foi apurada pelo Estadão/Broadcast por meio de fontes do mercado. A Multiplan confirmou a movimentação. A Forever 21 foi procurada pela reportagem, mas não respondeu ao contato. As conversas entre as partes começaram no fim de 2019, quando a matriz da varejista entrou com pedido de recuperação judicial nos Estados Unidos e apresentou um plano de fechamento de lojas em vários países. Em um primeiro momento, as operações da Forever 21 na América Latina foram preservadas, mas a chegada da pandemia afetou o comércio no mundo inteiro e complicou ainda mais os negócios do grupo. A rede de shoppings chegou a mover uma ação de despejo contra a cadeia varejista enquanto as conversas corriam paralelamente. O desfecho das negociações ocorreu nos últimos dias de 2020. “A discussão foi amigável, mas não chegou a um denominador comum”, afirmou o vice-presidente institucional da Multiplan, Vander Vander Giordano. Segundo o executivo, a inquilina sairá dos shoppings sem deixar dívidas. “Houve uma troca das dívidas pelos pontos”, afirmou, sem revelar mais detalhes. Giordano lamentou a saída da Forever 21, mas ponderou que a substituição dos lojistas é natural no ciclo de vida dos shoppings. Parte dos espaços vagos vão para C&A, Hering e Riachuelo. Outros pontos ainda estão em negociação. “A companhia já tem destinação para essas áreas, que são bem valorizadas. A atualização do mix dos lojistas é algo que acontece quase diariamente. Uma loja sai para dar lugar a outra”, disse o executivo. O fim das atividades da Forever 21 abrange todas as 11 unidades localizadas na rede da Multiplan, entre elas os shoppings Morumbi, Vila Olímpia e Anália Franco (São Paulo), Brasília, Ribeirão Preto (SP), Canoas (RS), entre outras. O fechamento das lojas já começou e será concluído em fevereiro. A Forever 21 continua funcionando em outros locais, como os centros de compras da Aliansce Sonae e da AD Shoppings. A BRMAlls, que também abriga a varejista, foi consultada sobre a situação da empresa, mas não comentou. A Forever 21 foi fundada em 1984 pelo sul-coreano Do Won Chang e se tornou bastante popular entre consumidores jovens a partir de meados dos anos 1990. No Brasil, a rede varejista atua desde 2014. A companhia passou por uma expansão acelerada ao redor do mundo, com abertura rápida de lojas em diversos países. No entanto, teve dificuldades para se manter em sintonia com as mudanças rápidas dos gostos dos consumidores e o dinamismo do comércio eletrônico. Apesar dos problemas lá fora, a marca é querida no Brasil e tinha desempenho razoável de vendas. Segundo fontes, o grupo teria a intenção de prospectar novos pontos comerciais após deixar a Multiplan. O ESTADO DE S. PAULO

Setor de serviços surpreende e avança 2,6% em novembro, na sexta alta seguida

Considerado o motor do PIB brasileiro, o setor de serviços surpreendeu e avançou 2,6% em novembro, na comparação com outubro. Os dados foram divulgados nesta quarta-feira pelo IBGE. Esta é a sexta alta consecutiva, mas ainda insuficiente para compensar as perdas na pandemia. O resultado veio bem acima das expectativas de analistas ouvidos pela Reuters, que previam alta de 1,2% para o penúltimo mês do ano. Apesar do avanço, o setor acumula queda de 8,3% no ano e recuo de 7,4% em 12 meses. A expectativa é que só volte ao patamar pré-pandemia após a vacinação em larga escala. Segundo o gerente da pesquisa, Rodrigo Lobo, todos os cinco segmentos de serviços tiveram avanço em novembro. O destaque foi o setor de transporte, especialmente o rodoviário de carga, estimulado pelo desempenho do comércio e da indústria. O transporte de passageiros, seja aéreo ou coletivo, também avançou. — Isso pode ser um sinal de que mais pessoas estejam voltando para casa em outras cidades e estados, ou procurando emprego — explica o gerente da pesquisa, Rodrigo Lobo. Segundo ele, os serviços prestados às famílias — que tiveram a sua quarta taxa positiva seguida — também avançaram (8,2%) e impulsionaram o desempenho do setor. — Dentro de serviços prestados à famílias, alojamento e alimentação cresceram 9,1% de outubro para novembro. O resultado ocorreu em função do aumento das receitas em hotéis e restaurantes. Isso mostra que as pessoas passaram a viajar mais, o que também reflete nos transportes — diz o pesquisador. Por outro lado, o grupo registra no acumulado do ano o pior resultado desde 2015, de -36,6%. A justificativa é que são atividades muito relacionadas ao contato e à confiança das pessoas saírem de casa e, por isso, muito afetadas na pandemia, marcada pelo isolamento social. Apesar da variação positiva das cinco áreas pesquisadas para novembro, somente duas conseguiram retornar ao patamar de fevereiro. O grupo informação e comunicação se recuperou devido ao grande uso de serviços de https://sindeprestem.com.br/wp-content/uploads/2020/10/internet-cyber-network-3563638-1.jpg e internet no período. Já o de outros serviços avançou, especialmente puxado por serviços financeiros. — Outros serviços tem uma base bem ampla, que vai de coleta de lixo a administração da bolsa de valores. Mas o que justifica ser a única com resultado positivo no ano é a atividade de corretoras. É um segmento que já vem se beneficiando desde 2018, com as pessoas buscando fundos mais rentáveis — contextualiza Lobo. Recuperção lenta e pior ano da sérieMuito dependente do contato físico, a exemplo dos salões de beleza, e de grandes movimentações, como nos bares e restaurantes, o setor se serviços vem se recuperando lenta e gradualmente nos últimos meses. No entanto, com o repique dos casos de Covid-19 a partir de novembro, vários empresários vinham relatando queda no fatutamento, o que levou muitos economistas a prever um crescimento menor em novembro. Já a indústria avançou 1,2% no penúltimo mês do ano, na sua sétima alta seguida, e já superou o patamar pré-crise. Comércio também já eliminou as perdas da pandemia. O desempenho de novembro será divulgado na sexta-feira. Lobo pondera que o setor de serviços já vinha sem fôlego nos últimos anos antes mesmo da pandemia. Segundo ele, 2020 deve encerrar com o pior acumulado do ano da série histórica, iniciada em 2012. — Em 2020 a pandemia deteriorou o cenário de serviços que já não mostrava grande dinamismo — diz ele, que acrescenta: — É improvável evitar a queda em 2020. Se fosse para ter apenas uma variação nula, o setor de serviços teria que crescer entre 81,8% e 82,8% a frente dezembro de 2019. A economista da Xp, Lisandra Barbero considera que, de uma forma geral, o setor mostra retomada. Por outro lado, espera retração de 8% para 2020. — Embora o setor permaneça frágil devido à pandemia, nosso índice de difusão mostra que mais de 80% dele vem se recuperando em um ritmo significativo nos últimos seis meses. No curto prazo, porém, o aumento de casos novos da Covid-19 no Brasil pode trazer um viés negativo para o setor. Esperamos que o setor de serviços contraia 8,0% em 2020. O GLOBO