Bolsonaro fez campanha para 59 candidatos, mas só elegeu 9; veja lista
Dos 45 candidatos a vereador que apareceram no “horário eleitoral gratuito” de Jair Bolsonaro, apenas sete conquistaram uma vaga no Legislativo de suas cidades. Entre os derrotados, estão quatro que tiveram um empenho extra do presidente, como a sua ex-assessora Wal do Açaí (Republicanos), em Angra dos Reis; Deilson Bolsonaro, em Boa Vista; Clau de Luca (PRTB) e Sonaira Fernandes (Republicanos), em São Paulo. O quarteto, com os respectivos números, foi mencionado em uma publicação na véspera da votação. A postagem foi apagada no domingo quando as urnas indicavam o fracasso dos apadrinhados. Eles também foram mencionados diversas vezes nas transmissões ao vivo. Ao pedir votos, o presidente chegou a dizer que era “apaixonado” por Sonaira e Clau. A primeira trabalhou no gabinete de Eduardo Bolsonaro, a segunda se aproximou do presidente nas eleições e é ativa nas redes sociais. Bolsonaro chegou a dizer que ficaria mal para ele se elas não se elegessem. “Olha pessoal, tem que eleger essas vereadoras aqui, se não vai pegar mal pra mim pra caramba. Não eleger prefeito é normal, porque a barra é pesada e lá não temos como ajudá-lo”, disse Bolsonaro, em uma live. O apelo não foi suficiente. Sonaira teve 17.868 votos, e Clau de 5.788. Bolsonaro também mostrou apoio para sua ex-assessora Walderice Santos da Conceição, a Wal do Açaí. Ela concorreu ao cargo de vereadora em Angra dos Reis com o nome de Wal Bolsonaro, mas só conquistou 266 eleitores. Durante a campanha, Bolsonaro voltou a negar que Wal tenha sido sua “funcionária fantasma”. Ela se demitiu após reportagem da Folha de S.Paulo, em 2018, apontar que ela trabalhava vendendo açaí, enquanto era nomeada no gabinete do então deputado federal. Entre treze candidatos a prefeito que tiveram votos pedidos por Bolsonaro, apenas dois passaram ao segundo turno apenas Marcelo Crivella (Republicanos), no Rio, e Capitão Wagner (PROS), em Fortaleza. O ex-senador Mão Santa (DEM) foi reeleito prefeito em Parnaíba, no Piauí, e Gustavo Nunes (PSL) conquistou a prefeitura em Ipatinga, em Minas Gerais. Bolsonaro também se empenhou para pedir voto para coronel Fernanda candidata ao senado no Mato Grosso, em uma eleição suplementar. A vaga foi aberta com a cassação do mandato da juíza Selma Arruda, no ano passado. O empresário Carlos Fávero (PSD) venceu com 26% dos votos válidos e terá mandato até 2026. Ele já ocupava o cargo interinamente por ter sido um dos mais votados na eleição de 2018. CANDIDATOS A VEREADOR APOIADOS POR BOLSONARO ELEITOS Carlos Bolsonaro (Republicanos)Rio de Janeiro Nikolas Ferreira (PRTB)Belo Horizonte Pastor Júnior (Podemos)Recife Marco Aurélio Filho (PRTB)Recife Aleluia (DEM)Salvador Paulo Chuchu (PRTB)São Bernardo do Campo Jessicão (PP)Londrina NÃO ELEITOS Wal do Açaí (Wal Bolsonaro) (Republicanos)Angra dos Reis Sonaira Fernandes (Republicanos)São Paulo Clau de Luca (PRTB)São Paulo Deilson Bolsonaro (Republicanos)Boa Vista Cely Duarte (Podemos)Fortaleza Alex Ceará (PSC)Fortaleza Capitão Araújo Lima (PP)Aracaju Rubenita Lessa (PSL)Teresina Marília Ferraz (PRTB)Recife Osvaldo Neto (PSC)Recife Coronel Meira (PSC)Recife Nelson Monteiro (PSC)Recife Cabo Silveira (Patriota)Campo Grande Inspetor Alberto (PROS)Fortaleza Michele Assis (Patriota)João Pessoa Alisson Novaes (Patriota)João Pessoa Nayana Pontes (DEM)Campina Grande Coronel Márcio Saraiva (DEM)Campina Grande Cabo Emanuel Diniz (DEM)Campina Grande Alessandro (PRTB)Olinda Paula Milani (PMB)Curitiba Coronel Kelson (Patriota)João Pessoa Gilvan (DEM)Campina Grande Thiago (DEM)Campina Grande Solange Lopes (Patriota)Dourados Luiz Costa (Solidariedade)Queimados Marcelo Conrado (PRTB)Goiânia Vigilante Assumar (Republicanos)Goiânia Rodolfo Souza (PSL)Goiânia Devanir Novellino (PRTB)Cidade Ocidental Taciana Muniz (Patriota)João Pessoa Jeová Junior (PSL)Sobral Fábio Ferreira (Republicanos)Nova Iguaçu Aderbal Poroca (DEM)Paulista (PE) Edilane Mansueto (DEM)Campo Grande (MS) Guilherme Paz (DEM)Garanhuns (PE) Adilson Bolsonaro (PSD)Santa Cruz do Capibaribe (PE) Abimael Santos (PP)Toritama (PE) CANDIDATOS A PREFEITO QUE VÃO DISPUTAR SEGUNDO TURNO Marcelo Crivella (Republicanos)Rio de Janeiro Capitão Wagner (PROS)Fortaleza CANDIDATOS A PREFEITO ELEITOS NO PRIMEIRO TURNO Gustavo Nunes (PSL)Ipatinga (MG) Mão Santa (DEM)Parnaíba (Piauí) CANDIDATOS A PREFEITO NÃO ELEITOSCelso Russomanno (Republicanos)São Paulo Bruno Engler (PRTB)Belo Horizonte Delegada Patrícia (Podemos)Recife Coronel Menezes (Patriota)Manaus Oscar Rodrigues (MDB)Sobral Júlia Zanatta (PL)Criciúma Doutor Serginho (Republicanos)Cabo Frio Morgana Macena (MDB)Cabedelo (Paraíba)
Covas e Boulos: nova polarização confronta perfis e propostas distintas
A votação para a Prefeitura de São Paulo definiu a realização de um segundo turno entre um candidato do PSDB e um adversário do campo da esquerda. A novidade este ano, no entanto, é que uma das vagas para disputar o segundo turno com o prefeito tucano, Bruno Covas, não é de um candidato do PT, mas do PSOL. Ao garantir presença na segunda etapa da disputa no maior colégio eleitoral do País, Guilherme Boulos registrou o mais expressivo resultado de seu partido nestas eleições. Os resultados do primeiro turno indicam também que os paulistanos terão de escolher entre duas propostas e perfis distintos. De um lado, Covas, um tucano “puro”, que segue a cartilha social democrata e se situa no centro do espectro político. Como esperado, o prefeito centrou a campanha na defesa de sua gestão, iniciada em abril de 2018 – apesar de, na maior parte do período eleitoral, ter “escondido” o padrinho político, o governador João Doria, de quem era vice. Propostas de Covas preveem o funcionamento pleno dos novos hospitais de Parelheiros e Brasilândia, com oferta de mais de 630 leitos; ampliação da malha cicloviária para mais de 650 km, entre outras. Boulos, líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), ocupa o espaço deixado pela fadiga do PT entre o eleitorado de São Paulo. O candidato do PSOL, por exemplo, promete “reverter, gradativamente, o processo de privatização, terceirização e conveniamento da educação”. Ele também propõe abrir canais de financiamento e crédito para pequenos comerciantes, indústrias e cooperativas da economia solidária. Covas, de 40 anos, teve um caminho tranquilo até o segundo turno. O tucano iniciou a campanha em segundo lugar, mas ainda em outubro assumiu a dianteira e cresceu nas pesquisas à medida que se tornava mais conhecido do eleitorado. Na condição de prefeito e líder das pesquisas, naturalmente foi o principal alvo de ataques dos adversários na propaganda eleitoral de rádio e TV, e nos debates. Com a estratégia de “jogar parado”, e beneficiado pelo maior tempo de exposição em rádio e TV no horário eleitoral, Covas manteve a trajetória ascendente. Já Boulos, de 38 anos, iniciou a campanha na terceira colocação. Com pouco tempo de TV, mas com uma bem sucedida campanha na internet – na qual procurou vencer a alta taxa de desconhecimento colando sua imagem na de sua vice, a ex-prefeita Luiza Erundina, Boulos conseguiu crescer. Ele também se beneficiou do “derretimento” do candidato do Republicanos, Celso Russomanno. A aposta agora dos dois candidatos é ampliar o índice de conhecimento junto ao eleitorado. Nesta etapa, os adversários entram na disputa em condições mais equivalentes, pelo menos no horário eleitoral, onde o tempo é o mesmo para os dois. O ESTADOD E S. PAULO
Valorização do Trabalho Temporário formal
O final de ano é, tradicionalmente, uma das datas mais importantes para contratação de mão de obra temporária, já que o aumento das vendas no comércio, neste período, aquece a demanda pelos empregos sazonais. Porém, nem sempre essa contratação se dá por meio do registro formal. Por isso, as entidades que representam o setor, a FENASERHTT (Federação Nacional dos Sindicatos de Empresas de Recursos Humanos, Trabalho Temporário e Terceirizado) e o SINDEPRESTEM (sindicato paulista da categoria) fazem uma campanha para ressaltar a importância e os benefícios da contratação formal para empresas e trabalhadores. O Trabalho Temporário é uma modalidade de emprego regulamentada pela Lei 6.019/74, que garante ao trabalhador proteções previdenciárias e trabalhistas. Também é um meio de oferecer oportunidade aos jovens em situação de primeiro emprego, trabalhadores informais e trabalhadores da terceira idade, ou seja, representa uma grande porta de entrada para o mercado formal. Nas contratações informais, o trabalhador não tem quaisquer direitos garantidos e a empresa que contrata deste modo corre o risco de assumir passivos trabalhistas. No fim, empresa e trabalhador têm muito a perder. Benefícios para o trabalhador O trabalhador tem acesso AOS direitos trabalhistas previstos na Lei 6.019/74 e, ao final do contrato, há possibilidade de ser contratado de modo efetivo. O processo de seleção e recrutamento feito pelas empresas de trabalho temporário é inteiramente gratuito. Benefícios para a empresa Os processos de recrutamento e seleção, folha de pagamento, recolhimentos fiscais, previdenciários e tributários são todos de responsabilidade da empresa de trabalho temporário. Cabendo à empresa contratante apenas a gestão do poder diretivo, técnico e disciplinar com relação aos trabalhadores temporários colocados à sua disposição. Veja o anúncio publicado na Folha de S. Paulo, em 15.11.2020: https://bit.ly/2K5UOLG