Simpi: Mais da metade das micros e pequenas indústrias terá dificuldade de pagar o 13º terceiro

Valor Econômico – 14/11/2021 –

Simpi: Mais da metade das micros e pequenas indústrias terá dificuldade de pagar o 13º terceiro

Mais da metade das micros e pequenas indústrias terá dificuldade em pagar o 13º salário neste ano. Mas, apesar do cenário ainda crítico, o número de empresas funcionando normalmente alcançou, em outubro, o maior resultado do ano, atingindo 58%.

Com os efeitos da crise econômica ocasionada pela pandemia, a partir de março do ano passado, entre as 52% que afirmam que terão problemas com o pagamento do benefício, 17% dizem que enfrentarão muita dificuldade e cerca de 35% disseram que terão poucos problemas em relação a essa despesa. Os dados são da pesquisa Indicador de Atividade da Micro e Pequena Indústria, realizado pelo Datafolha, a pedido do Sindicato das Micro e Pequenas Indústrias do Estado de São Paulo (Simpi).

De acordo com a pesquisa, uma em cada cinco empresas avaliou que o pagamento do 13º salário deve atrasar este ano. Na comparação com 2020, para 26% das micros e pequenas indústrias, a dificuldade para pagar o 13º salário será maior este ano. Outras 46% afirmam que enfrentarão dificuldade igual. E 28% dizem que a dificuldade será menor.

Como pagar o benefício

Com relação aos recursos utilizados para pagar o 13º salário, a maioria das micros e pequenas indústrias (84%) utilizará dinheiro da própria empresa, enquanto apenas 4% buscarão empréstimo bancário, 3% optarão por cheque especial e 10% pretendem buscar empréstimo de outras fontes como empresas ou pessoas conhecidas. A pesquisa apontou ainda que 16% das micros e pequenas indústrias consideram pagar ao menos parte do 13º salário em produtos ou serviços da própria empresa.

Segundo a pesquisa, o impacto da crise ainda é relevante, apesar da tendência de queda na curva de pessimismo. Para 54% das micros e pequenas indústrias, a crise ainda é forte e afeta muito os negócios, não sendo possível prever quando a economia voltará a crescer. Outros 41% avaliam que a crise está mais fraca, afetando um pouco os negócios, o que sinaliza uma esperança no último trimestre. Apenas 4% afirmam que a crise não afeta mais os negócios e que a economia já está em crescimento.

Entre os fatores positivos apontados pela pesquisa está a retomada da atividade que, em outubro deste ano, atingiu o melhor resultado do ano, com 58% das micros e pequenas indústrias funcionando normalmente. Segundo o Simpi, é importante ressaltar que esta retomada tem como base uma economia deteriorada; outras 23% estão funcionando com uma pequena parte das atividades paradas; 15% ainda permanecem com a maior parte das atividades paralisadas e 3% estão totalmente paradas.

A expectativa de melhora nos negócios também voltou a crescer, passando de 51% para 53% das micros e pequenas indústrias otimistas. Para 38% a situação ainda fica como está e 5% acham que vai piorar.

Na avaliação do presidente do Simpi, Joseph Couri, essa pesquisa aponta uma retomada no otimismo dos empresários neste terceiro trimestre. Entretanto, o impacto da crise enfrentada durante o ano todo ainda se reflete nos negócios.

“Normalmente, nos últimos meses do ano é esperado um acréscimo na demanda para a maioria dos segmentos. A leve melhora nos números da pesquisa em relação à avaliação positiva dos empresários reflete essa expectativa. Mas não se pode deixar de considerar o impacto da crise econômica nos negócios o ano todo, além do peso dos custos de produção, incluindo os sucessivos aumentos da energia elétrica e dos combustíveis, entre outros”, disse ele.

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