Em relação ao plano de privatizações, ministro diz que o resultado ficou abaixo do planejado
Por Marcelo Osakabe — De São Paulo
O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que o plano para financiar o Auxílio Brasil de R$ 600 em 2023 passa pela aprovação da reforma tributária.
Segundo ele, apenas a tributação de lucros e dividendos já é suficiente para bancar os R$ 52 bilhões necessários para tornar permanente o valor médio do benefício em R$ 600 e ainda sobra para corrigir a tabela do Imposto de Renda.
“Como bancar o auxílio em R$ 600? Um dia depois da eleição, basta aprovar a reforma tributária no Senado, já que na Câmara ela já passou”, afirmou o ministro, que participou da TAG Summit, em São Paulo.
Guedes afirmou que a situação fiscal do Brasil é sólida, com gastos recorrentes sendo bancados por receitas recorrentes. Os gastos extraordinários estão sendo bancados por receitas também extraordinárias, acrescentou, citando a privatização da Eletrobras e os dividendos de estatais.
O ministro afirmou ainda que Estados e municípios estão no azul e creditou isso ao congelamento dos salários, imposto como contrapartida à ajuda durante à pandemia. “Não vou acreditar que 26 governadores e 5,6 mil prefeitos fizeram extraordinária gestão.”
Guedes afirmou ainda que permanecerá no governo do presidente Jair Bolsonaro em caso de reeleição. Segundo ele, apesar de tudo o que ocorreu, acredita que se manteve no caminho traçado ainda em 2018.
“Eu acredito que estamos em um esforço de transformação da economia brasileira. Sou incansável quando acredito no que precisa ser feito”, declarou. Em relação ao plano de privatizações, Guedes admitiu que o resultado ficou abaixo do planejado e que as dificuldades acabaram criando situações como a saída do então secretário de Desestatizações, Salim Mattar.
“Falei que ele precisava entrar no hotel da privatização. Ele entrou correndo, mas ficou girando na porta giratória e, depois de um tempo, acabou saindo, mas do lado de fora”, disse.
“Não vendemos nada mas, por outro lado, saneamos tudo, não deixamos nenhum rato entrar”, acrescentou, afirmando que o governo tirou as estatais de um prejuízo de R$ 40 bilhões e as trouxe para um lucro de R$ 180 bilhões. “O importante é que todo mundo conhece o plano”, continuou, indagando se alguém desconhecia que é intenção do governo privatizar a Petrobras e os bancos públicos.