Recriação do Ministério do Trabalho não ameaça o ‘coração’ da política econômica, diz Guedes

O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse nesta quinta-feira que a recriação do Ministério do Trabalho para abrigar Onyx Lorenzoni não ameaça o “coração” da política econômica. Lorenzoni está de saída da Secretaria de Governo e será acomodado numa pasta fruto do desmembramento do Ministério da Economia.

— Está havendo uma reorganização interna sem nenhuma ameaça ao coração da política (econômica), zero ameaça — disse o ministro, após participar de evento no Ministério da Defesa.

Guedes participou das articulações para colocar um expoente do Centrão, o senador Ciro Nogueira (PP-PI), no comando da Casa Civil. As mudanças foram confirmadas nesta quinta-feira.

No redesenho da Esplanada dos Ministérios, Onyx Lorenzoni, atualmente na Secretaria-Geral da Presidência, assumirá o novo Ministério do Trabalho e Previdência. Para seu lugar na Secretaria-Geral irá Luiz Eduardo Ramos, que hoje comanda a Casa Civil.

Guedes disse que o presidente Jair Bolsonaro não cedeu o espaço por “pressão política”:

— O presidente não cedeu o coração da política econômica por pressão política para outros partidos. Não teve nada disso.

O ministro disse há dificuldades na relação com o Senado e que as mudanças são naturais.

— Vocês sabem que isso (agenda econômica) tem andado muito bem na Câmara. E vocês sabem que há dificuldades com o Senado. Então, é natural que haja uma reacomodação de forças políticas. É natural que o presidente queira reforçar a sustentação parlamentar, particularmente no Senado — disse Guedes.

O chefe da economia no governo ressaltou que Lorenzoni fez parte da formulação das políticas da área e que, por isso, isso não vai mudar.

— Não vai mudar a orientação da política econômica. Ela é a mesma. Quando nos elaboramos o programa econômico o Onyx estava lá — disse.

Guedes comparou a troca de ministros ao time do Flamengo, do qual ele é torcedor.

— Sai o Gabigol e entra o Pedro. O jogo segue e vamos ganhar o jogo — disse o ministro, se referindo aos atacantes titular e reserva do time agora comandado por Renato Gaúcho.

O GLOBO

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