Pequenas empresas geram renda de R$ 420 bi

Números fazem parte do Atlas dos Pequenos Negócios, lançado ontem pelo Sebrae

Por Estevão Taiar — De Brasília

A renda anual gerada no Brasil por microempreendedores individuais (MEIs) e micro e pequenas empresas é de R$ 420 bilhões, dos quais R$ 140 bilhões vêm do primeiro grupo e R$ 280 bilhões vêm do segundo. Os números fazem parte do Atlas dos Pequenos Negócios, lançado ontem pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).

No entanto, questões como baixa produtividade e dificuldade de acesso a crédito ainda são empecilhos para o setor. “Esse é o nosso nó górdio”, afirmou em entrevista coletiva o presidente do Sebrae, Carlos Melles, referindo-se à baixa produtividade. Segundo ele, a própria Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), entidade a que o Brasil trabalha para aderir, reconhece a baixa produtividade do setor como um problema.

Outro aspecto negativo são as dificuldades que MEIs e micro e pequenas empresas encontram para conseguir crédito. “O problema fundamental é garantia”, disse Melles.

De acordo com ele, muitas vezes MEIs ou micro e pequenas empresas têm apenas “um automóvel” ou a própria mercadoria como garantia.

Para mitigar em parte o problema, o Sebrae e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) colocarão cada um, na semana que vem, R$ 500 milhões em um fundo de garantias para o setor, medida que pode destravar até R$ 18 bilhões em empréstimos.

Segundo o levantamento apresentado pelo Sebrae, há no Brasil 6,7 milhões de MEIs e 4,7 milhões de donos de micro e pequenas empresas que têm esses negócios unicamente como fonte de renda.

Outros números apresentados pelo atlas mostram que o setor é responsável por: 30% do Produto Interno Bruto (PIB); 54% do estoque de empregos formais; 78% dos empregos formais criados no ano passado; 99% das empresas existentes.

“Nos pequenos municípios, mais pobres, [mas] que têm uma boa incidência de MEIs, o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) melhorou”, afirmou ainda o presidente do Sebrae.

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