Mercado vê Selic a 6,5% no fim do ano, após alta dos juros, e revisa crescimento do PIB para 5%

Após a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) decidir pelo aumento da taxa básica de juros, na semana passada, o mercado revisou para cima sua projeção para a Selic este ano. É o que mostra o Boletim Focus, relatório semanal com as expectativas de agentes de mercado divulgadas pelo Banco Central (BC). Segundo o relatório, as projeções são de uma Selic a 6,5%, ante os 6,25% da semana anterior.

Para o término de 2022, a taxa permaneceu inalterada em 6,50%. Hoje, a Selic está em 4,25%.

O mercado também aumentou sua projeção para a inflação ao término deste ano. A taxa subiu para 5,90% ante os 5,82% do relatório anterior.

O número é acima do teto da meta do governo, que é de 5,25%. Para 2022, a taxa permaneceu em 3,78%.

As projeções para o PIB no final deste ano saltaram para 5% ante os 4,85% do último relatório. Em 2022, a expectativa é de um crescimento de 2,10% ao final do ano.

Dólar em baixa
O dólar operava em baixa ante o real no início desta segunda-feira, acompanhando o movimento da divisa no exterior. Os investidores ainda reagem às decisões de política monetária ocorridas no Brasil e nos Estados Unidos, na semana anterior.

Por volta de 10h30, a moeda americana era negociada a R$ 5,04, baixa de 0,55%. No mesmo horário, o Ibovespa tinha ligeira queda de 0,05%, aos 128.344 pontos.

“Esperamos uma abertura de viés neutro/positivo para ativos brasileiros, que poderão importar a dinâmica mais amena do exterior”, escreveram analistas da Guide Investimentos, em relatório matinal.

Exportadoras em baixa
Os agentes de mercado também observam a votação na Câmara da medida provisória (MP) que abre caminho para a privatização da Eletrobras.

A medida foi aprovada na última quinta-feira, com vários elementos estranhos à proposta original presentes no texto, os chamados jabutis. Mesmo assim, a notícia fez com que as ações da companhia liderassem as altas do Ibovespa durante toda a sexta-feira.

Ela precisa ser aprovada até esta terça-feira para não caducar.

As ações da empresa apresentavam uma realização dos lucros obtidos na sexta. As ordinárias (ELET3, com direito a voto) cediam 1,02% e as preferenciais (ELET6, sem direito a voto), 0,59%.

Empresas ligadas às commodities sofriam perdas, com a queda da cotação do minério de ferro na China. As ordinárias da Vale (VALE3) caiam 1,38% e as da Siderúgica Nacional (CSNA3), 0,59%. As preferenciais da Usiminas (USIM5) tinham baixa de 1,44%.

Os papéis da Petrobras subiam. As ordinárias (PETR3) tinham alta de 1,18% e as preferenciais (PETR4), de 1,13%.

As ordinárias do Grupo Pão de Açucar (PCAR3) subiam 3,50%, liderando as altas no início do pregão. Segundo o colunista Lauro Jardim, o empresario Michael Klein, acionista da Via, começou a montar uma posição acionária no grupo Pão de Açúcar.

O movimento já havia sido feito pelo investidor Abílio Diniz. Klein tem interesse em comprar o GPA caso o Casino decida vender sua posição, de acordo com a coluna.

Bolsas no exterior
Na Europa, as bolsas operavam com ganhos. Por volta de 10h40, no horário de Brasília, a Bolsa de Londres subia 0,05%. Em Frankfurt e Paris, as altas eram de 0,73% e 0,31%, respectivamente.

As bolsas asiáticas fecharam sem direção única. O índice Nikkei, da Bolsa de Tóquio, cedeu 3,29%. Em Hong Kong, houve queda de 1,08% e, na China, alta de 0,12%.

O GLOBO

Compartilhe