Valor Econômico
Novo estudo mostra que demanda vai além de locais e horários de trabalho alternativos. As pessoas desejam interromper suas trajetórias de tempos em tempos
Por Barbara Bigarelli
Uma pesquisa do LinkedIn realizada em janeiro e fevereiro deste ano com 1,1 mil profissionais indica que o desejo por mais flexibilidade não está apenas conectado ao local ou horário de trabalho. As pessoas gostariam também da possibilidade de realizar eventuais interrupções ao longo de suas trajetórias profissionais.
Cerca de 79% dos brasileiros entrevistados acreditam que uma pausa na carreira é importante para entender o que realmente faz sentido tanto pessoalmente quanto profissionalmente. Essa desejo por revisar o que faz sentido, e onde estar, ficou mais latente pós impacto da pandemia e com a ascensão de novos modelos de trabalho. No estudo, cerca de 30% dos entrevistados afirmaram, inclusive, terem deixado seus empregos por falta de políticas flexíveis no último ano e quase 40% já consideraram essa possibilidade em algum momento da carreira.
“Conciliar o trabalho com o bem-estar está sendo visto, cada vez mais, como uma prioridade. Hoje, quem busca por vagas flexíveis está à procura também de maior produtividade, melhora na saúde mental, prosperidade de carreira e confiança”, analisa Ana Claudia Plihal, executiva de soluções de talentos do LinkedIn.
Um estudo recente da consultoria BMI Blue Management Institute (BMI), aliás, mostrou que a onda de demissões voluntárias – uma realidade já no mercado de trabalho dos Estados Unidos – chegou ao Brasil. No levantamento com 48 líderes de RH de grandes empresas, 52% dizem que há um movimento crescente de saída de funcionários mais qualificados em busca de outros modelos de trabalho ou de realização.
Na pesquisa do LinkedIn, entre os principais motivos apontados por quem gostaria de tirar uma pausa por escolha estão viagens (44%), requalificação para um novo emprego (34%), descanso (34%), início do próprio negócio (33%) e cuidado dos filhos (22%). O problema apontado é que profissionais não se sentem à vontade para realizar essa pausa: 44% deles concordam que ter uma interrupção no currículo torna um candidato menos atraente para gerentes e recrutadores.