O Estado de S.Paulo – editorial
O efeito da gradual abertura das atividades presenciais propiciada pela redução do número de casos de covid-19 é forte sobre o mercado de trabalho do comércio e dos serviços. Esses foram os setores mais afetados pelas restrições à circulação de pessoas e às atividades presenciais, mas desde maio estão apresentando dados animadores. Em julho, registrou-se a maior evolução mensal no mercado de trabalho com carteira assinada no comércio de São Paulo desde novembro, de acordo com levantamento da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP).
No mês, foram abertas 23.536 vagas. De janeiro a julho, foram criados 67.849 postos de trabalho no setor; desse total, 65 mil foram abertos nos três últimos meses do período.
Também o setor de serviços vem contratando mão de obra em ritmo expressivo. Em julho, foram criados 45.195 postos, no sétimo mês consecutivo de aumento do pessoal empregado. No ano, o número de contratados pelo setor de serviço no Estado chegou a 244.088 trabalhadores.
A tendência de aumento do pessoal ocupado pelo comércio e pelos serviços do Estado começou com o fim da maior parte das restrições ao funcionamento de setores considerados não essenciais.
“A reabertura das atividades acionou uma demanda represada nos segmentos mais impactados pela pandemia e por sua restrições”, avalia a FecomercioSP. “Com quadros enxutos, agora estes setores estão gerando vagas, apesar da alta inflacionária, do endividamento das famílias, dos juros ao consumidor.” Esses fatores ainda não reverteram a tendência de contratação de trabalhadores observada nos últimos meses.
Por segmentos, dos postos de trabalho abertos pelo comércio de São Paulo, 50 mil foram no varejo. Desses, 7.033 contratações foram feitas pelo segmento de vestuário e acessórios, o mais prejudicado, desde março do ano passado, com as medidas restritivas impostas pela pandemia. Ainda assim, esse segmento emprega 24,5 mil pessoas menos do que empregava em fevereiro do ano passado.
Nos serviços, desempenho parecido se observa no segmento de alojamento e alimentação, com a criação de 15.503 postos de trabalho de maio a julho. Mas o saldo desde março do ano passado é o fechamento de 110 mil vagas.