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Do total, 2 milhões precisarão de formação inicial e 7,6 milhões já estão inseridos no mercado de trabalho, mas precisam se atualizar.
Por Marta Cavallini
Até 2025, o Brasil precisará qualificar 9,6 milhões de pessoas em ocupações industriais, sendo 2 milhões em formação inicial – para repor inativos e preencher novas vagas – e 7,6 milhões em formação continuada, para trabalhadores que precisam se atualizar. Isso significa que 79% da necessidade de formação nos próximos quatro anos serão em aperfeiçoamento.
Essa é a conclusão do Mapa do Trabalho Industrial 2022-2025, realizado pelo Observatório Nacional da Indústria para identificar demandas futuras por mão de obra e orientar a formação profissional da base industrial no país.
Essa demanda virá principalmente pelo uso de novas https://sindeprestem.com.br/wp-content/uploads/2020/10/internet-cyber-network-3563638-1.jpgs e mudanças na cadeia produtiva. Por isso, será preciso investir em aperfeiçoamento e requalificação para atualização dos profissionais.
Quase 500 mil vagas até 2025
Em quatro anos, devem ser criadas 497 mil novas vagas formais em ocupações industriais, saltando de 12,3 milhões para 12,8 milhões de empregos formais. Essas ocupações requerem conhecimentos relacionados à produção industrial, mas estão presentes em outros setores da economia. A demanda por trabalhadores por nível de qualificação e as ocupações com vagas serão as seguintes:
Qualificação (menos de 200 horas): 208 mil vagas
- Motoristas de veículos de cargas em geral: 92.197
- Alimentadores de linhas de produção: 45.915
- Magarefes e afins: 45.315
- Trabalhadores de mecanização agrícola: 20.481
- Operadores de equipamentos de movimentação de cargas: 13.242
Qualificação (mais de 200 horas): 64 mil vagas
- Mecânicos de manutenção de veículos automotores: 27.918
- Padeiros, confeiteiros e afins 12.459
- Instaladores e reparadores de linhas e cabos elétricos, telefônicos e de comunicação de dados: 4.711
- Operadores de máquinas para costura de peças do vestuário: 4.547
- Operadores de equipamentos na fabricação de pães, massas alimentícias, doces, chocolates e achocolatados: 4.458
Técnico: 136 mil vagas
- Especialistas em logística de transportes: 16.834
- Técnicos de controle da produção: 12.357
- Técnicos de planejamento e controle de produção: 12.270
- Técnicos mecânicos na manutenção de máquinas, sistemas e instrumentos: 9.417
- Técnicos em transportes rodoviários: 6.565
Superior: 90 mil vagas
- Profissionais de planejamento, programação e controles logísticos: 17.156
- Analistas de https://sindeprestem.com.br/wp-content/uploads/2020/10/internet-cyber-network-3563638-1.jpg da informação 16.987
- Gerentes de comercialização, marketing e comunicação: 5.847
- Gerentes de https://sindeprestem.com.br/wp-content/uploads/2020/10/internet-cyber-network-3563638-1.jpg da informação: 5.833
- Artistas visuais, desenhistas industriais e conservadores-restauradores de bens culturais: 4.816
Apesar de as ocupações de nível de qualificação responderem por 74% do emprego industrial, observa-se a tendência de crescimento das ocupações de nível técnico e superior, destaca o estudo.
Isso ocorre por conta das mudanças organizacionais e tecnológicas, que fazem com que as empresas busquem profissionais de maior nível de formação que saibam executar tarefas e resolver problemas mais complexos.
Áreas com maior demanda por formação
As áreas com maior demanda por formação são Transversais, Metalmecânica, Construção, Logística e Transporte, e Alimentos e bebidas. As ocupações transversais são aquelas que permitem ao profissional atuar em diferentes áreas, como técnico em Segurança do Trabalho, técnico de Apoio em Pesquisa e Desenvolvimento e profissionais da Metrologia, por exemplo.
A projeção da demanda por formação para os próximos anos mostra as ocupações industriais que mais precisarão de profissionais até 2025. Veja abaixo o número de vagas previstas de cada área.
Áreas com maior demanda em formação inicial
- Transversais: 411.149
- Construção: 346.145
- Metalmecânica: 231.619
- Logística e transporte: 194.898
- Alimentos e bebidas: 181.117
- Têxtil e vestuário: 137.996
- Automotiva: 92.004
- Tecnologia da informação: 76.656
- Eletroeletrônica: 55.747
- Couro e calçados: 48.868
Áreas com maior demanda em formação continuada
- Transversais: 1.393.283
- Metalmecânica: 1.300.675
- Logística e transporte: 1.095.765
- Construção: 780.504
- Alimentos e bebidas: 583.685
- Têxtil e vestuário: 509.354
- Tecnologia da informação: 397.836
- Eletroeletrônica: 248.790
- Gestão: 226.176
- Automotiva: 208.317
O estudo mostra ainda as ocupações com maior demanda por formação agrupadas por nível de qualificação: superior, técnico, qualificação com mais de 200 horas e qualificação com menos de 200 horas.
Superior – visam a formação de um bacharel ou licenciado. São de longa duração, com carga horária mínima de 2.400 horas, sendo que algumas chegam a 7.200 horas.
- Analistas de https://sindeprestem.com.br/wp-content/uploads/2020/10/internet-cyber-network-3563638-1.jpg da informação: 35.773 (vagas em formação inicial) e 228.387 (vagas em aperfeiçoamento)
- Engenheiros civis e afins: 10.699 (formação inicial) e 34.322 (aperfeiçoamento)
- Artistas visuais, desenhistas industriais e conservadores restauradores de bens culturais: 10.185 (formação inicial) e 21.807 (aperfeiçoamento)
- Gerentes de comercialização, marketing e comunicação: 9.107 (formação inicial) e 59.951 (aperfeiçoamento)
- Gerentes administrativos, financeiros, de riscos e afins: 8.333 (formação inicial) e 40.770 (aperfeiçoamento)
Técnico – carga horária entre 800 horas e 1.200 horas (cerca de 1 ano e 6 meses) destinados a alunos matriculados ou egressos do ensino médio
- Técnicos de controle da produção: 27.284 (formação inicial) e 156.212 (aperfeiçoamento)
- Técnicos de planejamento e controle de produção: 24.413 (formação inicial) e 105.164 (aperfeiçoamento)
- Técnicos em eletrônica: 22.108 (formação inicial) e 62.327 (aperfeiçoamento)
- Técnicos de desenvolvimento de sistemas e aplicações: 15.762 (formação inicial) e 58.215 (aperfeiçoamento)
- Técnicos em operação e monitoração de computadores: 15.180 (formação inicial) e 53.702 (aperfeiçoamento)
Qualificação com mais de 200 horas – indicados a jovens e profissionais que buscam desenvolver novas competências e capacidades profissionais para a inserção em uma ocupação. Esses cursos não demandam um nível de escolaridade específico.
- Mecânicos de manutenção de veículos automotores: 54.742 (formação inicial) e 78.510 (aperfeiçoamento)
- Operadores de máquinas para costura de peças do vestuário: 50.828 (formação inicial) e 206.687 (aperfeiçoamento)
- Mecânicos de manutenção de máquinas industriais: 40.062 (formação inicial) e 133.874 (aperfeiçoamento)
- Padeiros, confeiteiros e afins: 34.547 (formação inicial) e 75.761 (aperfeiçoamento)
- Trabalhadores de instalações elétricas: 20.080 (formação inicial) e 54.114 (aperfeiçoamento)
Qualificação com menos de 200 horas – idem à qualificação com mais de 200 horas
- Alimentadores de linhas produção: 226.791 (formação inicial) e 875.707 (aperfeiçoamento)
- Ajudantes de obras civis: 139.599 (formação inicial) e 213.987 (aperfeiçoamento)
- Trabalhadores de embalagem e de etiquetagem: 107.404 (formação inicial) e 136.540
- Magarefes e afins: 95.449 (formação inicial) e 268.867 (aperfeiçoamento)
- Motoristas de veículos de cargas em geral: 77.794 (formação inicial) e 475.757 (aperfeiçoamento)
O diretor-geral do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), Rafael Lucchesi, reconhece que a recuperação do mercado formal de trabalho será lenta em razão da retomada gradual das atividades econômicas no pós-pandemia. Para melhorar o nível e a qualidade do emprego e contribuir para o progresso tecnológico e aumento da produtividade nas empresas, será indispensável priorizar o aperfeiçoamento de quem está empregado e de quem busca novas oportunidades.
“Estamos diante de um cenário de baixo crescimento do PIB, reformas estruturais paradas, como a tributária, eleições e altos índices de desemprego e informalidade. Nesse contexto, o mapa surge para que possamos entender as transformações do mercado de trabalho e incentivar as pessoas a buscarem qualificação onde haverá emprego. E essa qualificação será recorrente ao longo da trajetória profissional. Quem parar de estudar, vai ficar para trás”, avalia.