Braço de vendas online do Iguatemi atrai interesse de investidores

O braço de vendas online da rede de shoppings Iguatemi – chamado de Iguatemi 365 – tem atraído olhares de investidores e pode ser um dos pivôs da estratégia de crescimento do grupo daqui para frente. A entrada de novos sócios é uma das opções à mesa, diz o presidente da Iguatemi, Carlos Jereissati. Segundo ele, a expansão rápida da plataforma “despertou o interesse de muita gente” em entender a combinação do mundo físico com o online e se associar ao negócio. Até aqui, não houve proposta formal. Mas ele afirma que essas demonstrações de interesse abrem oportunidades para um “futuro próximo” e que a administração está de olho em potenciais combinações.

Nesta semana, Iguatemi e a sua controladora, a Jereissati Participações, propuseram aos acionistas minoritários uma fusão das duas companhias. A ideia é preparar o grupo para uma futura emissão de ações e captação de recursos pensando em oportunidades de compras de empresas.

Nos bastidores, o comentário é que nenhuma articulação desse tipo seria iniciada sem que as empresas já tivessem um alvo em vista. Sobre o tema, Jereissati se limita a dizer “não haver nada que possa ser comentado no momento”.

O Iguatemi 365 funciona como um marketplace, shopping virtual com produtos de vários lojistas. Entram aí cerca de 400 grifes como Tiffany, Ermenegildo Zegna e Dolce & Gabbana. Lançado em 2019, com entregas restritas a algumas capitais, as entregas passaram a cobrir cerca de 2 mil cidades desde abril.

O alcance nacional é comum no varejo tradicional, mas não para o público de altíssima renda e o setor de luxo, no qual as mercadorias em trânsito custam uma pequena fortuna. Não raramente, uma bolsa sai por R$ 50 mil.

Vendas do site podem chegar a R$ 300 milhões
O Iguatemi não abre números de vendas do site, mas analistas de mercado estão atentos a seu potencial. O Credit Suisse estima que o Iguatemi 365 esteja rodando com um nível de vendas anualizado em torno de R$ 50 milhões a R$ 100 milhões, podendo chegar a R$ 200 milhões ou mesmo R$ 300 milhões, até o fim de 2022. Pouco perto dos R$ 9 bilhões em vendas físicas totais da rede, que tem 14 shoppings e 2 outlets, mas mostra que o novo negócio está ganhando tração.

Os analistas do Credit Suisse também disseram que investidores podem não ter reparado direito no negócio e calculam que o Iguatemi 365 pode valer algo em torno de R$ 500 milhões – cerca de 6% do valor de mercado da rede de shoppings mais famosa do Brasil. Nada mal para um negócio tão novo.

O ESTADO DE S. PAULO

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