Saiba o que levar em conta ao contratar um presidente temporário
Checar as habilidades do executivo e definir sua missão de forma clara podem ajudar no sucesso da contrataçãoPor Jacilio Saraiva — De São Paulo Antes de contratar um CEO temporário, as empresas devem definir os principais objetivos dessa movimentação e analisar as possibilidades do candidato de atingir as metas desejadas, dizem especialistas de recursos humanos ouvidos pelo Valor . O nível de prontidão que o executivo convidado deve ter precisa ser muito maior do que o de um talento ‘permanente’, já que o contrato tem tempo determinado e uma ligação com o crescimento do negócio, orienta Ricardo Haag, sócio da Wide , consultoria de recrutamento e seleção de lideranças. “É preciso deixar claro o que é esperado da colaboração dele e elaborar um plano de trabalho que vai servir de base para um bom desempenho” resume. CEO carismático eleve o valor do IPOVirou CEO em 2023? Saiba o que fazer de imediatoMulheres ocupam 40% dos assentos em conselhos no setor financeiro na EuropaNa hora da escolha do candidato, deve-se checar, de perto, a existência de habilidades como flexibilidade, rápida adaptação, capacidade de gestão e de implementação de projetos. “Entregas realizadas são um diferencial crítico nos currículos”, diz. Haag diz que nem toda firma precisa de um comando provisório. É mais indicado para operações em fase inicial, que buscam chefias para um arranque de sucesso; que necessitam de um agente de transformação a fim de tocar um projeto estratégico ou por conta da ausência momentânea do CEO permanente. “Uma das vantagens de um dirigente efêmero é contar com a imparcialidade de alguém sem contato com o ‘enredo’ da companhia e que pode oferecer uma visão neutra dos planos adotados.” Tatiana Iwai, professora de comportamento organizacional e liderança no Insper, diz que um presidente “de passagem” pode permitir às empresas um acesso mais ágil a expertises diferentes daquelas do time fixo de gestão. “Poderá complementar ou suprir as lacunas das diretorias em determinadas agendas”, ensina. André Freire, sócio-diretor da consultoria especializada em capital humano Exec, ressalta que os conselhos também optam por um CEO interino em períodos de transição de controladores, em casos de “turnarounds” (reestruturações de negócios) e em recuperação judicial, principalmente, quando o contratado tem experiência nesses cenários. Freire afirma que o executivo talhado para missões transitórias. geralmente, tem um perfil pragmático. “É rápido, sabe fazer as perguntas corretas e tomar decisões difíceis”, diz. “Não se apega ao projeto em curso, sabendo que ele tem começo, meio e fim.” Karina Rehavia, fundadora e CEO da Ollo , de curadoria de talentos, afirma que os contratantes relatam mudanças positivas após a passagem dos líderes. Como as empresas contam com os executivos somente quando necessário, sem que façam parte do organograma definitivo, dizem que as estruturas ficaram mais ágeis e inovadoras após a adoção do formato, garante. Alexandre Manisck, 48, que atua como C-level “as a service” desde o ano passado, está conduzindo dois projetos simultâneos de curta duração. “As companhias sempre têm algum problema para resolver ou, muitas vezes, precisam de um olhar profissional ‘de fora’”, explica. “O nosso papel é dar a direção e enxergar os desafios por um novo prisma, com honestidade e empatia.” https://valor.globo.com/carreira/noticia/2023/02/02/o-que-levar-em-conta-ao-contratar-um-presidente-temporario.ghtml
Líderes indicam reforma tributária como prioridade para primeiro ano de mandato
Deputados também apontam o fim da polarização política como uma das bandeiras para a atual legislatura Alan Rones/Câmara dos Deputados José Guimarães: “País não pode ter a carga tributária que tem”Líderes de partidos na Câmara dos Deputados apontaram a reforma tributária como o principal assunto no primeiro ano do mandato que se iniciou nesta quarta-feira (1º), com a posse dos 513 deputados. Atualmente, tramitam no Congresso Nacional diversas propostas nesse sentido. “O compromisso geral é a reforma tributária. Essa será a grande prioridade do primeiro semestre”, disse o deputado Bacelar (BA), líder do PV. Segundo ele, essa é uma demanda do governo, já manifestada pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad. O líder do governo na Câmara, deputado José Guimarães (PT-CE), confirmou a prioridade. “O País não pode ter a carga tributária que tem. Nessa hora, não tem oposição e governo, é o Brasil que está em jogo”, afirmou. Ele elencou ainda como prioridade o novo arcabouço fiscal, que vai substituir a disciplina de teto de gastos. O governo ainda vai apresentar a sua proposta. Um dos projetos que podem ser aproveitadas na discussão da reforma é a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 45/19, do deputado Baleia Rossi (SP), atual presidente do MDB. Rossi disse que o debate sobre o assunto está maduro e confia na aprovação na Câmara e no Senado. “Precisamos entregar ao Brasil uma reforma que diminua a carga tributária das empresas e gere emprego e renda”, disse. A PEC 45 foi elaborada pelo Centro de Cidadania Fiscal (CCiF), instituição independente que teve como um dos diretores o economista Bernard Appy, hoje secretário especial de reforma tributária do Ministério da Fazenda. Já o deputado Eduardo Bolsonaro (SP), líder da Minoria na Câmara, afirmou que a prioridade do PL será a defesa da liberdade de expressão e do direito de porte de armas. Ele afirmou que o partido deve apresentar um projeto revogando o decreto do presidente Lula que mudou as regras para a aquisição e o registro de armas de fogo (Decreto 11.366, de 2023). “O desarmamento já se provou ser uma lei genocida”, afirmou. Manente: “Precisamos fazer com que essa polarização diminua”DiálogoOutros líderes falaram da necessidade de retomar o diálogo no Congresso após o período eleitoral marcado pela polarização política. O deputado Alex Manente (SP), que lidera o Cidadania, afirmou que o momento é de equilibrar o país. “Precisamos fazer com que essa polarização diminua, que nós todos aqui não temos lado a, b ou c, nós temos o Brasil”, disse. A líder do PCdoB, deputada Jandira Feghali (RJ), também defendeu o retorno ao diálogo. “Precisamos superar essa tentativa de manter o País polarizado. Vamos conseguir uma coisa que é muito importante para o Brasil, que é o diálogo entre o estado e a sociedade brasileira. E estabilizar a relação entre os poderes, que foi completamente fraturada”, afirmou. O deputado Paulo Teixeira (PT-SP) também fez coro com os líderes. Ele afirmou que a democracia sobreviveu aos ataques do dia 8 de janeiro – quando os prédios da Câmara e do Senado foram depredados – e agora precisa ser cuidada. Teixeira é um dos oito deputados eleitos que se tornaram ministros do governo Lula – a pasta dele é a do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar. Para tomar posse como deputado, ele e os demais foram temporariamente exonerados e deverão reassumir os cargos após a eleição da nova Mesa Diretora da Câmara, marcada para a tarde desta quarta-feira. Fonte: Agência Câmara de Notícias https://www.camara.leg.br/noticias/936350-lideres-indicam-reforma-tributaria-como-prioridade-para-primeiro-ano-de-mandato/
Após ser reeleito, Lira fala em priorizar a reforma tributária
Arthur Lira durante cerimônica de posse dos deputados eleitosColaboração para o UOL, em São Paulo Arthur Lira (PP-AL) foi reeleito presidente da Câmara dos Deputados com a maior votação da história da Casa e prometeu priorizar a reforma tributária em seu novo mandato com a nova composição do Congresso. Em entrevista à GloboNews, Lira afirmou que uma discussão sobre a reforma tributária terá prioridade ante uma discussão sobre uma âncora fiscal, uma vez que a aprovação da PEC da Transição colocou um prazo de seis meses para que um projeto de âncora fiscal seja debatido. Lira diz que votação recorde o impulsiona e liga Lava Jato ao ódio no paísNós vamos trabalhar muito para entregar um modelo novo, mais atual e menos burocrático para o país. Arthur Lira Novo Congresso. Lira disse que é necessário que os novos parlamentares se aprofundem no tema da reforma tributária e conheçam o tema para que, diante das propostas já existentes, seja possível “pinçar várias delas para trazer um modelo mais atual e que consiga dialogar com todas as categorias, estados e municípios”. Base do governo. O presidente reeleito da Câmara também afirmou que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) precisa se articular com sua base para que seja possível fazer a votação de uma PEC de reforma tributária, com todas as suas particularidades. Âncora fiscal. Outro tema econômico que será discutido no Congresso é uma nova âncora fiscal, Lira, porém, afirmou que ficará para um segundo momento. “Pela PEC da Transição a âncora fiscal tem um prazo de seis meses e a reforma tributária não, então vamos começar pela discussão da reforma tributária”. Com 464 votos, Lira obteve a maior votação da história da Câmara;Chico Alencar (PSOL-RJ) obteve 21 votos;Marcel Van Hattem (Novo-RS) foi votado por outros 19 parlamentares. https://economia.uol.com.br/noticias/redacao/2023/02/01/apos-ser-reeleito-lira-fala-em-priorizar-a-reforma-tributaria.htm
Donos de restaurantes vão pedir reunião com Marinho para defender trabalho intermitente
Entidade reagiu positivamente à declaração do ministro sobre o regime nesta terça-feira (31)A Abrasel (associação que reúne bares e restaurantes) afirma que vai propor ao ministro do Trabalho, Luiz Marinho, uma reunião para defender a continuidade do trabalho intermitente. Nesta terça-feira (31), em uma coletiva de imprensa para a divulgação dos novos dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), Marinho foi questionado se acabaria com o trabalho intermitente. Na ocasião, o ministro disse que “não necessariamente” extinguiria esse tipo de regime, no qual o funcionário recebe por hora e não há estabelecimento de jornada mínima.“Nós vamos ter que fortalecer o papel das inspeções, das fiscalizações, das delegacias regionais do trabalho”, completou Marinho. Ele também exaltou a retomada da negociação coletiva. A Abrasel definiu como fundamental a última declaração do ministro sobre o tema. A entidade escreveu, em nota, que o movimento feito por Marinho “demonstra o entendimento de que o trabalho intermitente traz ganhos para os trabalhadores e para os negócios”. Em entrevista à Folha, no mês passado, o ministro havia dito que não via empresa recorrendo ao trabalho intermitente e que os números seriam avaliados. https://www1.folha.uol.com.br/colunas/painelsa/2023/02/donos-de-restaurantes-vao-pedir-reuniao-com-marinho-para-defender-trabalho-intermitente.shtml
Emprego se segura; salário, nem tanto
Foram criados 2 milhões de vagas em 2022, mas salários caíram, o que torna imperativo agir contra a inflaçãoPor Notas & Informações O País criou 2,038 milhões de empregos com carteira assinada no ano passado, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgado pelo Ministério do Trabalho. O número, que representa o saldo final entre contratações e demissões ao longo de 2022, foi puxado pelo desempenho do setor de serviços, último a se recuperar dos efeitos da pandemia de covid-19, com 1,177 milhão de vagas. O resultado, no entanto, deve ser lido pelo que ele realmente representa: um retrato do passado, e não uma tendência para este ano, marcado por desaceleração e muitas incertezas na economia. O Caged se baseia nos registros formais de contratação e demissão de trabalhadores informados pelas próprias empresas. Expressa, portanto, apenas uma parte do mercado de trabalho brasileiro, muito caracterizado pela informalidade. Ainda assim, todos os grupamentos de atividades econômicas registraram saldo positivo – o comércio gerou 350 mil postos de trabalho; a indústria, 252 mil; a construção, 194 mil; e a agropecuária, 65 mil. No recorte por regiões do País, todas geraram mais vagas do que cortaram. Para este ano, as projeções são mais modestas. Ainda que demissões sejam tradicionalmente esperadas no fim do ano, o Santander aponta que os dados de dezembro são compatíveis com um mercado de trabalho em desaceleração. As consultorias ainda projetam um saldo positivo entre contratações e demissões em 2023, mas bem menor que o do ano passado e sujeito a revisões para baixo, a depender do desempenho da economia. Aproveitando a divulgação dos dados, o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, fez um discurso político em defesa da formalização do mercado. Ele disse que o governo deve reforçar a fiscalização nas empresas para combater fraudes na contratação de trabalhadores registrados como pessoa jurídica (PJ) ou como microempreendedor individual (MEI). Marinho até tem alguma razão, mas não é esse tipo de operação que vai resolver um problema de dimensões bem mais amplas – como o custo de formalização da mão de obra. O governo, por outro lado, faria muito bem se decidisse se debruçar sobre outros indicadores relevantes que o mesmo Caged apresenta. O salário médio de contratação no ano passado, de R$ 1.944,17, teve uma redução real de R$ 90,99 em relação ao pago em 2021. O salário médio de admissão em dezembro, de R$ 1.915,16, também registrou queda real em relação a novembro de R$ 17,90. Os rendimentos também permanecem mais baixos que os pagos antes da pandemia. Se os números não trazem novidades, eles reforçam a máxima segundo a qual a inflação elevada tem o mesmo efeito de um imposto sobre os mais pobres, corroendo a renda do trabalhador e comprometendo sua já limitada capacidade de consumo. Em tempos de retomada de debates completamente superados na área econômica, como a revisão da reforma trabalhista, o Caged traz uma certeza cristalina: comprova como o controle da inflação, mais do que um capricho de investidores do mercado financeiro, é capaz de melhorar a vida do trabalhador de forma direta. https://www.estadao.com.br/opiniao/emprego-se-segura-salario-nem-tanto/